tag:blogger.com,1999:blog-68462172024-03-05T13:42:53.351+00:00TEXTOS DIVERSOSEste é um arquivo ligado ao NOTÍCIAS de BUSTOS.Unknownnoreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-26250226486887323832012-09-10T02:17:00.002+01:002012-09-10T02:52:54.283+01:00PARECER DA AF SOBRE A REORGANIZAÇÃO DAS FREGUESIAS<div style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12pt; text-transform: uppercase;"><span style="font-family: Calibri;">Assembleia de Freguesia de
Bustos</span></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ7xIMbg_aAGcVQrkS1m-5V86mLWuujyqxQO_mowbtIVQ2LrrrlXRJwtIZXjQoUSQ_rPU82VDudD3T52T05Dy9liQsDe_4aNVgJqD5mNp3NbLXy3L6bB_IW82obTKiESiL-GYK/s1600/Braz%C3%A3o+de+Bustos+para+o+NB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ7xIMbg_aAGcVQrkS1m-5V86mLWuujyqxQO_mowbtIVQ2LrrrlXRJwtIZXjQoUSQ_rPU82VDudD3T52T05Dy9liQsDe_4aNVgJqD5mNp3NbLXy3L6bB_IW82obTKiESiL-GYK/s200/Braz%C3%A3o+de+Bustos+para+o+NB.jpg" width="170" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></b> </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;">PARECER sobre a Lei nº 22/2012 de 30 de Maio<o:p></o:p></span></b></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;">NOTA INTRODUTÓRIA<o:p></o:p></span></b></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">As freguesias são uma especificidade do nosso
sistema e estão inscritas na Constituição Portuguesa, tiveram origem nas
antigas “juntas de Parochia”, como forma mais próxima de acompanhamento de vida
das populações. A proximidade é a primeira e mais genuína característica e
forma de gestão das freguesias portuguesas. No entanto, se a base da nossa
administração local é o municipalismo, não se percebe muito bem a razão pela
qual a reforma começa pelas freguesias, deixando de fora os municípios. O
argumento de redução de despesa pública foi avançado pelo Governo para
justificar a “morte” das freguesias mas face aos argumentos, estudos e
estatísticas, é consabido que as freguesias não contribuem para o aumento de
despesa pública, aliás são responsáveis por apenas 0,1% do PIB. O professor
José Reis aponta “a pouca colaboração” que está subjacente a esta reforma e
“receia muito que se ganhe pouco e se perca muito”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Bustos é elevada a freguesia por vontade expressa
da sua população a 18 de Fevereiro de 1920 sendo a terra mais progressiva do
concelho de Oliveira do Bairro à época e manteve-se nessa dianteira durante algumas
décadas. Contudo, essa posição privilegiada foi-se atenuando com o tempo e hoje
é mister reconhecer que nos cabe sermos a terceira freguesia mais desenvolvida
do concelho. Este facto prende-se com uma deslocalização de Bens, Pessoas e
informação ocorrida na segunda metade do século XX. O seu crescimento nunca
deixou de ser positivo, embora outras freguesias do concelho tenham registado
uma taxa de crescimento mais elevada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Na conjectura política do concelho e porque o
merecia, Bustos foi elevada a Vila 84 anos depois, facto este importante para a
mais jovem e dinâmica freguesia do concelho. A elevação a vila foi considerada
como um forte estímulo para acelerar o seu desenvolvimento sustentado e,
consequentemente, proporcionar uma maior e melhor qualidade de vida aos
fregueses desta comunidade e comunidades vizinhas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Pelas razões acima enumeradas Bustos merece
continuar como freguesia autónoma no quadro administrativo do município de
Oliveira do Bairro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E
HUMANA DE FREGUESIA<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">A freguesia encontra-se no extremo poente do
concelho de Oliveira do Bairro e tem uma área de 1087 hectares cuja densidade
populacional é de 244,16 habitantes/km. Os censos de 2011 demonstraram que a
freguesia tem 2654 residentes, 1398 alojamentos (acréscimo de 20% em relação
aos censos de 2001) e 1224 edifícios (mais 24% do que em 2001).<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">A sua localização tem sido um importante factor
para o crescimento. A freguesia é constituída pelos lugares de Azurveira,
Barreira, Bustos, Cabeço de Bustos, Coladas, Picada, Póvoa de Bustos, Quinta
Nova e Sobreiro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">INFRAESTRUTURAS<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Bustos dispõe dos seus eixos centrais
requalificados, locais ajardinados, com crescimento harmonioso em torno dos
eixos centrais. Todos os lugares estão cobertos pela distribuição de água. O
saneamento básico cobre 95% do território. Beneficia da rede de transportes
públicos colectivos, realizados pelo TOB – Transportes de Oliveira do Bairro e
pela empresa TRANSDEV. Tem um posto de correios e um cemitério que serve todos
os lugares da freguesia e um Quartel da Guarda Nacional Republicana que serve
as freguesias de Bustos, Mamarrosa, Palhaça e parte do Troviscal. A Junta
dispõe de um campo de relva sintética com iluminação, serviços de apoio
administrativo, balneários, café-bar, campo de minigolfe, campo de voleibol,
parque infantil, parque de estacionamento e parques de merendas. A freguesia
dispõe ainda de um salão polivalente, pertença da ABC e do Orfeão; um salão
multiusos do Centro Paroquial e uma sala de exposições na sede da Junta. Todo
este equipamento é utilizado para eventos de cariz lúdico, cultural e
informativo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">MOVIMENTOS ASSOCIATIVOS E DE VOLUNTARIADO<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Bustos tem várias associações de carácter Cultural,
Artístico, Recreativo, Desportivo, Ambiental e de Solidariedade Social. Tem
também um forte movimento de voluntariado e de ajuda humanitária. Destacando-se
as instituições que abaixo se descriminam.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Orfeão de Bustos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Fundado em 1983, é uma associação de extrema
importância para a preservação da cultura tradicional. Tem um grupo de cantares
populares que se dedica à pesquisa e divulgação de música tradicional portuguesa
e a divulga por comunidades aquém e além fronteiras. Entre as suas valências
destaca-se a escola de iniciação musical com várias classes de instrumentos e
classe conjunto, a ação médico-social com rastreios regulares de prevenção, assim
como um grupo coral constituído por 25 elementos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">ABC – Associação de Beneficência e Cultura de Bustos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Fundada em 1981, presta serviços à Primeira
Infância, Creche, Pré-escolar, CATL e Terceira Idade. Tem serviço de apoio
domiciliário, centro de dia e atendimento/acompanhamento psicossocial a 200
famílias das freguesias de Bustos, Troviscal, Mamarrosa e Palhaça. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Sóbustos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Associação de Melhoramento, Cultura, Recreio e
Solidariedade Social, fundada em 1986, onde se destacam as valências de Lar de
Idosos para cerca de meia centena de idosos, CATL e CAF, as quais servem cerca
de trinta crianças em idade escolar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">União Desportiva de Bustos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Fundada em 1948, tem como principal modalidade o
futebol. Com o total de 100 atletas dando especial ênfase à formação das
camadas jovens. Dispõe de um campo de futebol devidamente equipado para a prática
desportiva.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Loja Social
de Bustos<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">A loja Social de Bustos, fundada em Maio de 2001, é
um espaço privilegiado e único no panorama do voluntariado do concelho, dispõe
de um espaço onde a população pode doar diferentes bens, os quais, posteriormente
são distribuídos pelos mais carenciados do concelho.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">ENSINO<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></b></span><br />
<span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;">IPSB - Instituto de Promoção Social de Bustos <o:p></o:p></span></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Atento às exigências de Formação Cultural e Social,
o IPSB tem a seguinte oferta formativa: 1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo, Curso de
Educação e Formação, Ensino Secundário e Cursos Profissionais. No
estabelecimento de ensino existem Creche, Jardim de Infância e CATL, sendo os
últimos de carácter privado. O Instituto dispõe ainda de dois pavilhões
desportivos, um coberto e outro descoberto, abertos à população em horário
extra-escolar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Ensino Básico<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">E</span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">stá em fase final o novo pólo educativo que irá
substituir as actuais escolas do ensino básico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-add-space: auto; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">PATRIMÓNIO CULTURAL E
HISTÓRICO<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Ao longo dos tempos muito foi o património
conseguido pelo povo da freguesia de Bustos, destacando-se a igreja matriz, de
uma arquitetura impar, construída em 1964. A capela de Nossa Senhora dos
Emigrantes na Azurveira, a capela da Nossa Senhora das Necessidades, a capela
de S. João no Sobreiro, a capela de São Martinho no Cabeço, a capela do Dr.
Gregório Hernandez na Barreira e a capela do Senhor dos Aflitos sita no largo
da Póvoa.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">No que ao património urbanístico e edificado diz respeito, não podemos deixar de referir o Palace do Visconde e Torreão anexo, desenhados e construídos no final do século XIX e inaugurado nos primeiros anos do século XX, no qual estão sedeados o escritório, casa do pessoal do ABC, a Biblioteca de Bustos, a mais antiga do concelho, fundada a 18 de fevereiro de 1981 pela Fundação Calouste Gulbenkian. O Palacete é usado como sede de algumas associações de índole cultural e de preservação do património natural.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">O cemitério da freguesia não pode deixar de ser
referido no domínio do património arquitectónico e urbanístico deste concelho
como um belo lugar de reunião de peças importantes para o estudo da arquitetura
fúnebre em Portugal.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A freguesia
dispõe ainda de seis lavadouros públicos recuperados e aptos ao uso a que se
destinam. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">DINÂMICAS ECONÓMICAS<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;">As principais actividades económicas da freguesia
são a agricultura, o comércio tradicional e a indústria cerâmica e metalo-mecânica.
Nos últimos anos é notório o desenvolvimento da indústria de serralharia,
mármore e cerâmica. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">A zona industrial, situada no lugar da Barreira,
tem atraído empresas de tecnologia de ponta e de compostagem, entre outras. No
que respeita ao comércio e serviços, Bustos dispõe de três agências de três
bancos diferentes e uma panóplia de lojas de comércio tradicional, assim como
outro tipo de lojas e serviços, as quais prestam relevantes serviços não só à
freguesia onde estão alocadas<span style="display: none; mso-hide: all;">frerémvizinhas
as quais prestam relevantes serviços na freguesia e de freguesias vizinhas.</span>,
mas também às freguesias circunvizinhas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Têm-se assistido, nos últimos anos, ao deslocar de
comércio e serviços de freguesias vizinhas para esta, atraídos pelas
infraestruturas aqui existentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">A feira, sita no lugar do Sobreiro, é um sítio
importante, pois faculta o encontro da população, tendo por base o comércio
tradicional e de oportunidade. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">PARECER<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;"></span></span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Por todas as razões acima invocadas e outras não
menos importantes, que por economia de espaço se omitiram, pode-se concluir que
Bustos tem as condições sociais e humanas e as infraestruturas necessárias para
se manter como freguesia autónoma. E que qualquer alteração a este facto não
irá ser positivo para o desenvolvimento desta freguesia e das freguesias
circundantes. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Além disso, embora a Lei não esteja errada na sua
essência, há Concelhos em que a mesma não se devia aplicar, por ser
desnecessária, como é o caso de Oliveira do Bairro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: small;">Acresce que o tempo previsto para decisão peca por
escasso e que as contradições e imprecisões presentes na Lei são excessivas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Arial;">___</span></div>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
oscar santoshttp://www.blogger.com/profile/02608904016471063828noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-58902973497781971022011-12-17T18:25:00.009+00:002011-12-17T19:22:08.644+00:00RECLAMAÇÃO CONTRA OS CAULINOS<div style="text-align: center;"><strong>RECLAMAÇÃO</strong></div><div style="text-align: center;"><strong>(Em sede do direito de audição)</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;">- Assunto: Requerimento de José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A., para atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de caulinos, numa área “Palhaça”, conforme Aviso n.º 22177/2011 publicado no Diário da República, 2ª série, n.º 126, de 10 de Novembro de 2011.</div><div style="text-align: center;">*</div><div style="text-align: justify;">No seguimento de consulta do documento intitulado “Condicionantes legais impostas às actividades de prospecção, pesquisa e exploração de depósitos minerais”, preparado por António José Correia Gomes, (Chefe de Divisão de Regulação, Contratação e Cadastro na Direcção de Serviços de Minas e Pedreiras da Direcção-Geral de Energia e Geologia) e de acordo com o DL n.º 90/90 de 16 de Março, ficámos a conhecer o procedimento correcto a ser instruído para atribuição de direitos de prospecção, o qual passa a transcrever-se:</div><div style="text-align: justify;">“….</div><div style="text-align: justify;"><em>6. Instrução dos pedidos de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Na Proposta Contratual a ser entregue na DGEG, deve constar:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Requerimento inicial contendo a identificação do interessado e seu endereço, a delimitação da área pretendida e indicação das substâncias minerais a prospectar, acompanhado dos seguintes elementos a considerar em memória descritiva:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>1. Implantação da poligonal que delimita a área pretendida em extracto de carta na escala adequada (por ex. 1:25 000, 1:50 000, 1:200 000, etc.) e respectivas coordenadas Hayford-Gauss, DATUM 73, (Melriça). A área a prospectar não poderá, salvo casos excepcionais, ser superior a 1.000 km2.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>2. Plano geral dos trabalhos mínimos de prospecção e pesquisa a realizar fundamentado no conhecimento geológico da área, com indicação do volume de investimento mínimo previsto despender, os meios de financiamento e período de duração previsível, que não deverá exceder 5 anos.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>3. Elementos comprovativos de que o requerente dispõe de idoneidade e capacidade financeira.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>a) Para Entidades Individuais: carta de instituição financeira demonstrativa de que o requerente desfruta de suficiente crédito bancário para garantir que o montante de investimento mínimo proposto a afectar à realização do contrato está assegurado;</em></div><div style="text-align: justify;"><em>b) Para Entidades Colectivas (empresas): contabilidade auditada ou um relatório anual. Se não estiverem disponíveis pode ser carta de instituição financeira à semelhança das entidades individuais.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>4. Elementos comprovativos sobre a idoneidade e capacidade técnica do requerente:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Detalhes sobre consultoria técnica disponível incluindo a nomeação do Técnico Responsável pela supervisão das operações de prospecção e pela preparação dos relatórios exigidos pelo contrato. Devem ser fornecidas as qualificações profissionais (curriculum vitae) do Técnico Responsável.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>5. Medidas detalhadas a serem usadas para protecção do ambiente:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>• Caracterização dos descritores 'Flora', 'Fauna' e 'Habitats', ocorrentes</em></div><div style="text-align: justify;"><em>• Esquemas de sondagens e trincheiras a realizar, antes e após a realização dos trabalhos</em></div><div style="text-align: justify;"><em>• Metodologia a usar para garantir o cumprimento das obrigações expressas no nº 3 do artigo 33º do Decreto-Lei nº 90/90, após a desocupação do terreno para realizar trabalhos de prospecção e pesquisa:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>▪ Remoção de instalações e construções, bem como o adequado tratamento de detritos produzidos;</em></div><div style="text-align: justify;"><em>▪ Recuperação ambiental possível da área, nela se incluindo, sendo caso disso, a reconstituição do solo e do coberto vegetal.</em>”</div><div style="text-align: center;"><br />
<strong>RAZÕES PARA O INDEFERIMENTO</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
Da consulta pessoal do processo em epígrafe, feita no dia 22/11/2011 nas instalações da Direcção Geral de Energia e Geologia em Lisboa pelo Presidente da Direcção da Associação Ambientalista Chão Verde, Eng.º Fernando Silva, constata-se que o procedimento legal acima descrito não foi cumprido.</div><div style="text-align: justify;">Assim sendo e liminarmente, somos do parecer que o referido pedido deve ser indeferido. </div><div style="text-align: center;"><br />
<strong>FUNDAMENTOS:</strong></div><div style="text-align: center;"><strong>A) VIOLAÇÃO DE NORMAS LEGAIS</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;"><strong>1º - Não cumprimento da al. c) do n.º 1 do Art.º 5º do D.L. 88/90, de 16 de Março:</strong></div><div style="text-align: justify;">Este diploma exige a entrega obrigatória do “plano geral de trabalhos a executar”, mas no caso do pedido em epígrafe o plano apresentado limita-se a mencionar uma série de relatórios a obter, sem especificar os meios técnicos, mecânicos, humanos e demais que pretende utilizar, bem como não é especificado o prazo de conclusão para os trabalhos, nem os meios de financiamento (de acordo com o trabalho acima de António José Correia Gomes).</div><div style="text-align: justify;"><br />
<strong>2º - Não cumprimento da al. e) do n.º 1 do Art.º 5º do D.L. 88/90 de 16 Março: </strong></div><div style="text-align: justify;">Da consulta do processo, constatou-se que não foi feita a entrega de todos os “elementos comprovativos de que o requerente dispõe de idoneidade e capacidade técnica e financeira”. </div><div style="text-align: justify;">De acordo com o trabalho acima de António José Correia Gomes esses elementos devem incluir “contabilidade auditada ou um relatório anual. Se não estiverem disponíveis pode ser carta de instituição financeira à semelhança das entidades individuais.”</div><div style="text-align: justify;">Ainda de acordo com o mesmo trabalho, os elementos comprovativos de idoneidade e capacidade técnica deveriam ter sido: </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">“<em>4. Elementos comprovativos sobre a idoneidade e capacidade técnica do requerente: Detalhes sobre consultoria técnica disponível incluindo a nomeação do Técnico Responsável pela supervisão das operações de prospecção e pela preparação dos relatórios exigidos pelo contrato. Devem ser fornecidas as qualificações profissionais (curriculum vitae) do Técnico Responsável</em>.”, </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
<strong>3º - Não cumprimento, nomeadamente, do disposto nos art.ºs 20º, n.º 1, d) e 26º, ambos do DL 270/2001, de 6 de Outubro, na redacção conferida pelo DL 340/2007, de 12 de Outubro e, ainda, no art.º 12º do DL 90/90: </strong></div><div style="text-align: justify;">De acordo com os elementos que o mesmo técnico indica, têm ainda de ser entregues para tal cumprimento:</div><div style="text-align: justify;">“…</div><div style="text-align: justify;"><em>5. Medidas detalhadas a serem usadas para protecção do ambiente:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>• Caracterização dos descritores 'Flora', 'Fauna' e 'Habitats', ocorrentes</em></div><div style="text-align: justify;"><em>• Esquemas de sondagens e trincheiras a realizar, antes e após a realização dos trabalhos</em></div><div style="text-align: justify;"><em>• Metodologia a usar para garantir o cumprimento das obrigações expressas no nº 3 do artigo 33º do Decreto-Lei nº 90/90, após a desocupação do terreno para realizar trabalhos de prospecção e pesquisa:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>▪ Remoção de instalações e construções, bem como o adequado tratamento de detritos produzidos;</em></div><div style="text-align: justify;"><em>▪ Recuperação ambiental possível da área, nela se incluindo, sendo caso disso, a reconstituição do solo e do coberto vegetal.</em>”</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
<strong>4º - Não cumprimento do PDM de Oliveira do Bairro: </strong></div><div style="text-align: justify;">A área indicada de 8,023 km2 inclui várias manchas de Reserva Ecológica e Reserva Agrícola, que não permite trabalhos de escavação, destruição do coberto vegetal ou movimentação de terras sem a prévia autorização ou desafectação. </div><div style="text-align: justify;">Também dentro dessa mesma área existem: </div><div style="text-align: justify;">- Corredores a respeitar;</div><div style="text-align: justify;">- Zonas urbanas consolidadas que exigem restrições no que refere a afastamentos e outros;</div><div style="text-align: justify;">- Linhas de água, nomeadamente o vale do Rio Novo, que desagua na Pateira de Fermentelos e, consequentemente, na Ria de Aveiro, zona de Protecção Natural e Rede Natura; </div><div style="text-align: justify;">- Nascentes de água, tipicamente usadas pelas populações locais para abastecimento de água para consumo humano. Estas nascentes, na forma de fontenários, são mantidas pelas Juntas de Freguesia, sendo que o Município de Oliveira do Bairro procede à análise dessas águas para acautelar eventuais contaminações. Essas fontes têm sido usadas há vários séculos pelas populações. </div><div style="text-align: justify;">- Existe também dentro desta vasta área reconhecido património arqueológico.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Por força de todos estes constrangimentos, um pedido para a área de 8,023 km2 - equivalente a cerca de 10% da área total do Município de Oliveira do Bairro - deve ser INDEFERIDO. </div><div style="text-align: justify;">Caso a empresa requerente assim o entenda, um novo pedido teria sempre que se limitar a áreas bastante mais reduzidas e que tenham tido o PDM do concelho em consideração, tal como António José Correia Gomes indica no seu trabalho e que se transcreve:</div><div style="text-align: justify;">“NOTA: É conveniente que, previamente à apresentação dos pedidos, os interessados se inteirem das restrições e condicionamentos constantes dos instrumentos publicados de ordenamento do território (planos directores municipais, planos regionais de ordenamento do território, Reserva Ecológica Nacional, Parques Naturais e Áreas Protegidas etc.).”</div><div style="text-align: justify;">É também de salientar que no actual PDM do concelho de Oliveira do Bairro existe já uma significante área cativa para exploração de inertes. </div><div style="text-align: justify;">Caso este pedido de prospecção viesse a traduzir-se em área de exploração, teríamos cerca de 15% da área do concelho afecta a explorações mineiras, o que seria inaceitável numa perspectiva de garantir condições de qualidade de vida aceitáveis para a população.</div><div style="text-align: justify;">Lembramos aqui e agora que, em sede de prospecção da exploração de inertes, os concessionários gozam de direitos que restringem e coarctam os direitos dos particulares.</div><div style="text-align: justify;">A este propósito, estabelece o art.º 23º do citado DL 90/90 (sublinhados nossos:</div><div style="text-align: justify;">“</div><div style="text-align: justify;"><em>1 - Os concessionários terão, nomeadamente, os seguintes direitos:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>…</em></div><div style="text-align: justify;"><em>e) O de requerer a expropriação por utilidade pública e urgente dos terrenos necessários à realização dos trabalhos e à implantação dos respectivos anexos, ainda que fora da área demarcada, ficando os mesmos afectos à concessão; </em></div><div style="text-align: justify;"><em>f) O de obter a constituição a seu favor por acto administrativo das servidões necessárias à exploração dos recursos; </em></div><div style="text-align: justify;"><em>g) O de preferir na venda ou dação em cumprimento de prédio rústico ou urbano existente na área demarcada, desde que a aquisição dessa propriedade se mostre indispensável à exploração e não exista sobre o imóvel outro direito de preferência decorrente da lei.</em>”</div><div style="text-align: justify;"><br />
<strong>5º - Não cumprimento do Art.º 6º do D.L. 88/90 de 16 de Março: </strong></div><div style="text-align: justify;">Da consulta do processo nas instalações da DGEG, não se constata que a requerente tenha prestado a caução aí prevista antes da publicação do Aviso no Diário da República.</div><div style="text-align: center;"><br />
<strong>B) CAUÇÃO</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
Da extracção de inertes das outras explorações do Concelho, a Câmara Municipal e o Ministério da Economia, entidades responsáveis pelo seu licenciamento, não têm conseguido assegurar que a legislação seja cumprida no que se refere à recuperação ambiental prevista na fase pós-exploração. </div><div style="text-align: justify;">Assim, temos vastas áreas de exploração abandonadas acarretando graves riscos de segurança para a população e, ao mesmo tempo, um lembrança constante da violação de legislação que à partida os agentes económicos envolvidos se haviam comprometido a cumprir.</div><div style="text-align: justify;">Por força dessa experiência, caso <strong>venha</strong> a ser permitida qualquer exploração pela via de concessão, deverá ser assegurada a apresentação por parte da empresa de uma caução a favor das Juntas de Freguesia que permita que estas assegurem a recuperação paisagística das zonas exploradas no caso de incumprimento por parte das entidades adjudicatárias. Os projectos de recuperação seriam também custeados pelas empresas exploradoras ainda que os mesmos sejam encomendados pelas Juntas de Freguesia.</div><div style="text-align: center;"><br />
<strong>C) TAXAS</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;">Durante a consulta do processo, verificámos que a empresa se propõe fazer um “ESTUDO DE MERCADO E ANÁLISE DE VIABILIDADE DA POTENCIAL EXPLORAÇÃO”. </div><div style="text-align: justify;">Para ajudar tal exercício, deverá também a empresa ser informada de que existem taxas de extracção de inertes aprovadas pela Assembleia Municipal de Oliveira do Bairro em 1999 e de que as mesmas deverão ser tidas em conta aquando dessa análise de viabilidade. </div><div style="text-align: justify;">De referir que as taxas para caulinos não têm ainda valor aprovado em Assembleia, por se tratar dum novo minério existente no Concelho que não foi considerado na altura.</div><div style="text-align: justify;">Mas espera-se que a Assembleia Municipal se pronuncie sobre a matéria e que considere um valor bastante mais elevado do que aquele estipulado para o barro vermelho para a cerâmica estrutural.</div><div style="text-align: center;"><br />
<strong>D) AREIAS</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
Associado à exploração de caulinos existe normalmente a exploração de areias, que na grande maioria dos casos representa 85% de todo o minério explorado. Ora, não sendo a areia objecto de concessão tal como previsto na legislação, deverá a empresa ser notificada no sentido de que a separação do caulino terá que ser feita no local de extracção, para que, assim, as areias não sejam retiradas dos locais de extracção, solução que permitirá reduzir o impacto ambiental da exploração do caulino e, ao mesmo tempo, facilitar a recuperação das áreas exploradas. </div><div style="text-align: justify;">UMA EVENTUAL CONCESSÃO DE EXPLORAÇÃO DEVERÁ INCIDIR APENAS SOBRE O CAULINO. (Alínea a) do n.º 3 do Artigo 1º do DL 90/90 de 16 de Março e artigo 2º do mesmo diploma, conjugado com o Artigo 3º do DL 88/90 de 16 de Março).</div><div style="text-align: center;"><br />
<strong>E) CONCURSOS</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
Embora tratando-se duma faculdade, certo é que o Estado ignorou um procedimento cautelar do qual só teria a colher benefícios e mais garantias, quer de cumprimento por parte dos interessados, quer de transparência dos actos públicos.</div><div style="text-align: justify;">Faculdade que era a de se socorrer de concurso público, em vez de se limitar a dar seguimento a uma proposta dum interessado.</div><div style="text-align: justify;">Na verdade, estipula o art.º 13º do DL 90/90:</div><div style="text-align: justify;">“…</div><div style="text-align: justify;"><em>2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, pode o Estado, através dos órgãos e serviços competentes, formular convite para apresentação de propostas destinadas à atribuição de direitos de prospecção e pesquisa, através de concurso público ou limitado, em áreas e para recursos que definirá caso a caso.</em>”</div><div style="text-align: justify;">Por seu lado, diz o art.º 7 do DL 88/90, de 16/3:</div><div style="text-align: justify;">“<em>1 - O Ministro, sob proposta da Direcção-Geral e independentemente da apresentação de requerimento por qualquer interessado, pode determinar a formulação de convite para a apresentação de propostas de actividades de prospecção e pesquisa, em área e para recursos definidos, através de concurso público ou limitado.</em></div><div style="text-align: justify;"><em>2 - Para efeitos do disposto no número anterior, será publicado aviso no Diário da República, num jornal da sede do município onde se situa a área em causa e em dois jornais de grande circulação, sendo um de Lisboa e outro do Porto, nele se fixando prazo para a apresentação de propostas e eventuais reclamações.</em>”</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Não tendo usado da faculdade conferida pela lei, é legítimo inferir que o Ministério da Economia, ainda que involuntariamente, pode estar a favorecer um grupo económico (Grupo Lagoa), do qual a sociedade requerente faz parte, sendo que esta, por sua vez, detém capital numa outra empresa (UNIPASTA) onde o Ministério da Economia, através da INOVCAPITAL, é também accionista.</div><div style="text-align: justify;">Assim e além do mais já referido, pode dizer-se que o Ministério está a dar uma concessão a uma empresa onde detém interesses directos ou indirectos, por si ou por interposta entidade.</div><div style="text-align: justify;">Assim e em </div><div style="text-align: center;"><strong>CONCLUSÃO:</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
I – Não foram cumpridos os procedimentos administrativos impostos nas alíneas c) e e), do n.º 1 do art.º 5º do D.L. 88/90, de 16 de Março e, ainda, nos art.ºs 20º, n.º 1, d) e 26º, ambos do DL 270/2001, de 6 de Outubro, na redacção conferida pelo DL 340/2007, de 12 de Outubro e, ainda, no art.º 12º do DL 90/90, razões suficientes para o indeferimento liminar da requerida pretensão.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">II - Embora se trate duma faculdade prevista na lei, parece-nos da mais elementar justiça e equidade que, sobretudo numa altura de crise no tecido empresarial como aquela que o país atravessa, e tendo em consideração que há várias empresas portuguesas concorrentes com a José Aldeia Lagoa & Filhos no que se refere ao fornecimento de caulino, bem como outras empresas estrangeiras também a operar em Portugal, o Ministério da Economia deveria tentar obter as melhores condições possíveis entre aqueles que se propõem explorar um recurso que é de todos, em conformidade com o que dispõem os art.ºs 13º do DL 90/90 e 7º, este do DL 88/90. </div><div style="text-align: justify;">Consideramos igualmente que um concurso dessa natureza deveria ser sempre o instrumento adequado para se chegar a uma eventual concessão de exploração, aqui ou em qualquer outro local do país.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">III - Para além disso, parece-nos que o Ministério da Economia deveria abrir esse concurso público por razões de transparência dos actos públicos, para evitar condições propícias ao favorecimento de uns em detrimento de outros e até de corrupção. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Termos em que a presente audição / reclamação deve ser atendida.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: center;">**</div>Bustos, Oliveira do Bairro, 8 de Dezembro de 2011 <br />
<div style="text-align: center;">A Mesa da AG da Associação Ambientalista Chão Verde,</div>oscar santoshttp://www.blogger.com/profile/02608904016471063828noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-81150878723971926472011-05-01T19:54:00.002+01:002011-05-01T20:10:04.995+01:00BIBLIOTECA 50 ANOS: TEXTOS PREMIADOSLEIA OS TEXTOS VENCEDORES DO CONCURSO REALIZADO NO ÂMBITO DAS COMEM ORAÇÕES DO 50º ANIVERSÁRIO DA CRIAÇÃO DA BIBLIOTECA DE BUSTOS.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipWS93swdL4y2rFhi8uH4bnlqNT3QTIEdSezFXYD8HudRgh_20tmHUfR5lBpeb-rSo4eNM8GjpCzOpRlirVBwShzQ7J_brfWieJxAkh9U792Jn3VkeilT59HL4bDufOFrAOE9ZmA/s1600/A+biblioteca+Itinerante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipWS93swdL4y2rFhi8uH4bnlqNT3QTIEdSezFXYD8HudRgh_20tmHUfR5lBpeb-rSo4eNM8GjpCzOpRlirVBwShzQ7J_brfWieJxAkh9U792Jn3VkeilT59HL4bDufOFrAOE9ZmA/s400/A+biblioteca+Itinerante.jpg" width="400" /></a></div><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeBp0lIlM3c5cf-GxN0iwQ0y6mfD21OGvmM13xa1UWkrHsTLiH12Qy-_MUbEyoL_d7xjefSXcQVIQOci4gURO8oYQNAX4xVXQu_OKk5DbcC4rR1bIMQFF8ORXM4z-tSm7nKfxUVA/s1600/A+Biblioteca+Show.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeBp0lIlM3c5cf-GxN0iwQ0y6mfD21OGvmM13xa1UWkrHsTLiH12Qy-_MUbEyoL_d7xjefSXcQVIQOci4gURO8oYQNAX4xVXQu_OKk5DbcC4rR1bIMQFF8ORXM4z-tSm7nKfxUVA/s400/A+Biblioteca+Show.jpg" width="295" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPc_uT_SwYjEgIGFN2TEzdC6Cu3kE7Bmm_ImE458KFhC3H5oTc37s-2-UU02I-OQHOAd5VwwW7VwrYcHH6rwO5pYE4up8ErS8n0m7loPu0TDgOCxU9YOeO8nGlFgQs3Qpls_DUjg/s1600/A+grande+viagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPc_uT_SwYjEgIGFN2TEzdC6Cu3kE7Bmm_ImE458KFhC3H5oTc37s-2-UU02I-OQHOAd5VwwW7VwrYcHH6rwO5pYE4up8ErS8n0m7loPu0TDgOCxU9YOeO8nGlFgQs3Qpls_DUjg/s400/A+grande+viagem.jpg" width="290" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjy1uUW9zAf9ZulCEjf6Wfe6ASLpnhCVmOD3OZtiL0uSZapT5kxPJrKkzVZMIABuM46wyoxn0O26fy0Jm9jFbpgqtjw1bHSMK1f8h0OqZ40PMRuL80UxZlYadnhlvPhTHdpzRUiw/s1600/A+minha+viagem+de+sabedoria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjy1uUW9zAf9ZulCEjf6Wfe6ASLpnhCVmOD3OZtiL0uSZapT5kxPJrKkzVZMIABuM46wyoxn0O26fy0Jm9jFbpgqtjw1bHSMK1f8h0OqZ40PMRuL80UxZlYadnhlvPhTHdpzRUiw/s400/A+minha+viagem+de+sabedoria.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWmDyJxZoqdeYV_1grglR5WeniT9JD9DaDRexoJnsjxDmG9K82_TUhlnMkSm9ierrvwMndeypX1SmtC4SNL6RQD7vq_5OphRUZ7GqGl-RW554Il2dZuZogbF1-jSF4n6qPdRnRfA/s1600/Bibliotecas+em+viagem....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWmDyJxZoqdeYV_1grglR5WeniT9JD9DaDRexoJnsjxDmG9K82_TUhlnMkSm9ierrvwMndeypX1SmtC4SNL6RQD7vq_5OphRUZ7GqGl-RW554Il2dZuZogbF1-jSF4n6qPdRnRfA/s400/Bibliotecas+em+viagem....jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiYTiL2j7IQc28XYuDea8HG6hVIpQR0g8gpy8aB_zO_nCwYSDfMgRU0_yiPnW8JFF-yUJiWmVIJOqprDjDHL2Bg_kcib3kN0VBDJlZ9SSHTtKnuGNP10l-VORp4cU-oK69ruLgtQ/s1600/Entrei+numa+Biblioteca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiYTiL2j7IQc28XYuDea8HG6hVIpQR0g8gpy8aB_zO_nCwYSDfMgRU0_yiPnW8JFF-yUJiWmVIJOqprDjDHL2Bg_kcib3kN0VBDJlZ9SSHTtKnuGNP10l-VORp4cU-oK69ruLgtQ/s400/Entrei+numa+Biblioteca.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZSLkvQqUdFimkdXeTOIuPS4eSjGJZVdH-yVdQeJde6exUzsKDFPB-Dy8wt9Ca9USHnVOUSx3IpN3M_DWyLWmQ7f1_sllK6kDINA_5XnrV7fbYOAXF5B8KRww4dW7pR69CnowbRA/s1600/Entreina+biblioteca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZSLkvQqUdFimkdXeTOIuPS4eSjGJZVdH-yVdQeJde6exUzsKDFPB-Dy8wt9Ca9USHnVOUSx3IpN3M_DWyLWmQ7f1_sllK6kDINA_5XnrV7fbYOAXF5B8KRww4dW7pR69CnowbRA/s400/Entreina+biblioteca.jpg" width="261" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF8HDCj-dGlzCqhtCxWGJUToNm3skgrHJ7rP75ol3SYni3wMZLCPKXmpgVomaWaMB2g4UR7wMgEXUF_E5xy7BNKmGI0GOD62eizeUP__q36nA7r7reCgL4jxywTcM0mwxpQIolJw/s1600/Fantasias+numa+biblioteca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF8HDCj-dGlzCqhtCxWGJUToNm3skgrHJ7rP75ol3SYni3wMZLCPKXmpgVomaWaMB2g4UR7wMgEXUF_E5xy7BNKmGI0GOD62eizeUP__q36nA7r7reCgL4jxywTcM0mwxpQIolJw/s400/Fantasias+numa+biblioteca.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimnYZtGdBcXKBEWgKrrNRirrYKf5d5mz8V9QisoSQVfk62oF-7WG88AiXqUSgFDU8N9menUiLckcw33cSmKZFkcbe7n5HD1oJsrLtSXOdGNIE57BoLOdhXygxfjMp0POP9fYynSg/s1600/Fui+ao+Algarve.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimnYZtGdBcXKBEWgKrrNRirrYKf5d5mz8V9QisoSQVfk62oF-7WG88AiXqUSgFDU8N9menUiLckcw33cSmKZFkcbe7n5HD1oJsrLtSXOdGNIE57BoLOdhXygxfjMp0POP9fYynSg/s400/Fui+ao+Algarve.jpg" width="282" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrfZAo3Dzwk3Hswsa-S2oAaVnGFzCX256zcToF6HisDcI4iKkbr_QssOCEhyphenhyphenw00ld2GRaFB7hk-RwwGT74GC-F8RIpJlp0GV1KihJm1yHkNRvAVHxCHYFNnG7z9frQDQ7FwWrdnA/s1600/Mem%25C3%25B3ria+da+Humanidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrfZAo3Dzwk3Hswsa-S2oAaVnGFzCX256zcToF6HisDcI4iKkbr_QssOCEhyphenhyphenw00ld2GRaFB7hk-RwwGT74GC-F8RIpJlp0GV1KihJm1yHkNRvAVHxCHYFNnG7z9frQDQ7FwWrdnA/s400/Mem%25C3%25B3ria+da+Humanidade.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLKGKcE_lDMgrpKl4Gjs-EE9F1ofFWXjw-e0tS4CJ7rFmb1BUT5zQmZNp1DD9xp_o1O3ZWngJ8fhGd6XUb6-cf-s_PNrGgdcQVKz70Gk2aM2dYfWxzJGjTpVadsX9q_QL25RBvNQ/s1600/Na+porta+enttreaberta....jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLKGKcE_lDMgrpKl4Gjs-EE9F1ofFWXjw-e0tS4CJ7rFmb1BUT5zQmZNp1DD9xp_o1O3ZWngJ8fhGd6XUb6-cf-s_PNrGgdcQVKz70Gk2aM2dYfWxzJGjTpVadsX9q_QL25RBvNQ/s400/Na+porta+enttreaberta....jpg" width="293" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ9_4lLpj5cVwo2AN3L_SgLhE_wBQkl7bgXmc0iGYJaSIpTFfi1b7FXaEa0u8sa8aW8kkXy7n_4jUp2enGVnJ0LgYVYLHbWGuy5C5lYPWuPb-p4nWq4mp9iur1EzNQbqZRsRwO5g/s1600/O+livro+m%25C3%25A1gico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ9_4lLpj5cVwo2AN3L_SgLhE_wBQkl7bgXmc0iGYJaSIpTFfi1b7FXaEa0u8sa8aW8kkXy7n_4jUp2enGVnJ0LgYVYLHbWGuy5C5lYPWuPb-p4nWq4mp9iur1EzNQbqZRsRwO5g/s400/O+livro+m%25C3%25A1gico.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhKrNwT0rmlhGb3x4UPPsSeJOiVtxLBXsLZXssA65uFM6llhTl7zHUQZm8UuGPqcy572JJlVnUrCmSx8-W_g2flm23LuRGMXaFxYxBXRpk0N0co4NIKOdmE9XvyXOapK9GGtn0ig/s1600/O+livro+mais+interessante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="287" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhKrNwT0rmlhGb3x4UPPsSeJOiVtxLBXsLZXssA65uFM6llhTl7zHUQZm8UuGPqcy572JJlVnUrCmSx8-W_g2flm23LuRGMXaFxYxBXRpk0N0co4NIKOdmE9XvyXOapK9GGtn0ig/s400/O+livro+mais+interessante.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFdjuLoW2mDJkchRqLWBc_hyhXNADtONP05SSmYlTdsr_tZhVR7BehOMToqI8EXY4tGpo4-8SYYlKZBrSR_fAjmy1ogMPCb9tClnj4gThrlmbNUPSycuzOD0p_sE82EG4ujtkHEg/s1600/O+que+%25C3%25A9+uma+biblioteca+itinerante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFdjuLoW2mDJkchRqLWBc_hyhXNADtONP05SSmYlTdsr_tZhVR7BehOMToqI8EXY4tGpo4-8SYYlKZBrSR_fAjmy1ogMPCb9tClnj4gThrlmbNUPSycuzOD0p_sE82EG4ujtkHEg/s400/O+que+%25C3%25A9+uma+biblioteca+itinerante.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO4ikuO_iOyWuhynM3DejRt8HKuXmxIW-TeP16hwBZySR605pNDETaYzfvNUuCBteynY42I6J34UcB-iX7BWwptGdrGdZjrvNlDets0mlCbHEasA5qdSxgQbh-b-l7CydAYHz2YQ/s1600/O+Tiago+dormia+mal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO4ikuO_iOyWuhynM3DejRt8HKuXmxIW-TeP16hwBZySR605pNDETaYzfvNUuCBteynY42I6J34UcB-iX7BWwptGdrGdZjrvNlDets0mlCbHEasA5qdSxgQbh-b-l7CydAYHz2YQ/s400/O+Tiago+dormia+mal.jpg" width="295" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit5bRpL10jAItY_BNNwBvpDwY0f0A5vmYrMtCX2jIxQbMg2atbj3mkzit3wG5Srz6MewjHRNsyHcHYeyVH0NocB5MecS9hmIvInJQlauwftpN_dpZK3_3V1dKE5t80XHGD9dNd7w/s1600/Rumo+aos+mares+do+sul.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit5bRpL10jAItY_BNNwBvpDwY0f0A5vmYrMtCX2jIxQbMg2atbj3mkzit3wG5Srz6MewjHRNsyHcHYeyVH0NocB5MecS9hmIvInJQlauwftpN_dpZK3_3V1dKE5t80XHGD9dNd7w/s400/Rumo+aos+mares+do+sul.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvBy14-lMKJ9ShVTgBU4w05ICKg6uq6XiEbx52I8UvuaqFTInZC-28nwcu9bXYNwScPVKCcnZQCn5nvqo-JNO_EMDKuoU_obz90s2dIyqVnSN_fwCQhgeA1eTuWhaLRLu4K_QDNw/s1600/Sonho+de+uma+crian%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvBy14-lMKJ9ShVTgBU4w05ICKg6uq6XiEbx52I8UvuaqFTInZC-28nwcu9bXYNwScPVKCcnZQCn5nvqo-JNO_EMDKuoU_obz90s2dIyqVnSN_fwCQhgeA1eTuWhaLRLu4K_QDNw/s400/Sonho+de+uma+crian%25C3%25A7a.jpg" width="290" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1fOIREmkaMZDGhY_L0Z3pkIsi1lQrrqJLlAuxrBme7Nf4F1-VdBFmUKNHGfqim03FrQ3ZDxhv9cYg8YGDwU-SrjD8We4C87DYk74FGhnHxeKlss-QPLdnYuLB25zJf1GIq79zkA/s1600/Sonho+interrompido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1fOIREmkaMZDGhY_L0Z3pkIsi1lQrrqJLlAuxrBme7Nf4F1-VdBFmUKNHGfqim03FrQ3ZDxhv9cYg8YGDwU-SrjD8We4C87DYk74FGhnHxeKlss-QPLdnYuLB25zJf1GIq79zkA/s400/Sonho+interrompido.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz9E8pvESfsPqwczsPkvoZpmD3rKp2Swr5gtYh8nmlkCel1PzCI8Bb3ZB3uXRmNW2AwrXi5aZjzjTrL39cvCPoRqAKj51rHRkJTStq4jeiNG9nLzlLk7oXxikbqxCFXrhvm71amQ/s1600/Um+livro+muito+interessante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz9E8pvESfsPqwczsPkvoZpmD3rKp2Swr5gtYh8nmlkCel1PzCI8Bb3ZB3uXRmNW2AwrXi5aZjzjTrL39cvCPoRqAKj51rHRkJTStq4jeiNG9nLzlLk7oXxikbqxCFXrhvm71amQ/s400/Um+livro+muito+interessante.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizSmsL1PiVEemYySx9Hxku-FkGJJQ-yKC_I6XAdYq5Rrk15eupFoEi6NgQhM0FvrLYfbM6Vg4j_NQ51p87vyUXTKrLqcQiOinRsWUgmynehW-CAh3pb9Yr6bEaMF72W2lPyhi4Ng/s1600/Um+sil%25C3%25AAncio+acolhedor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizSmsL1PiVEemYySx9Hxku-FkGJJQ-yKC_I6XAdYq5Rrk15eupFoEi6NgQhM0FvrLYfbM6Vg4j_NQ51p87vyUXTKrLqcQiOinRsWUgmynehW-CAh3pb9Yr6bEaMF72W2lPyhi4Ng/s400/Um+sil%25C3%25AAncio+acolhedor.jpg" width="400" /></a></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-70090109875569084262009-08-20T13:21:00.003+01:002009-08-20T13:27:47.332+01:00Lista do PS para a AF de Bustos<h6 align="center">E L E I Ç Õ E S A U T Á R Q U I C A S (11/10/2 0 0 9)</h6><h6 align="center">Lista de candidatos do Partido Socialista à Eleição da</h6><h6 align="center">ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE BUSTOS</h6><h6 align="center">CANDIDATOS EFECTIVOS</h6><h6 align="center">(nome, idade, profissão, residência)</h6><h6 align="justify">1 – Maria de Lurdes Sequeira dos Santos Francisco Aires; 47 anos, doméstica, R. 18 de Fevereiro, 118 (Independente)</h6><h6 align="justify">2 – Diana Liberal Guedes: 24 anos, psicóloga, R. Luís de Camões, 7 (Independente).</h6><h6 align="justify">3 – João Nuno Duarte Pedreiras; 19 anos, R. da Picada, 10 (Independente)</h6><h6 align="justify">4 – Sara Tavares Santos; 25 anos, gestora de hotelaria, R. do Cabeço, 94 (Independente)</h6><h6 align="justify">5 – Andreia da Silva Martins de Oliveira; 21 anos, estudante de Finanças, R. Dr. José Gregório Hernandez, 17 (Independente)</h6><h6 align="justify">6 – Bruno Miguel Pato Pereira; 28 anos, licenciado em engenharia mecânica e gestão industrial, R. da Fonte, 2 (Independente)</h6><h6 align="justify">7 – Elsa Maria Vilar dos Santos; 42 anos, vendedora, R. Dr. José Gregório Hernandez, 51 (Independente)</h6><h6 align="justify">8 – Sara Filipa Ferreira Portovedo; 22 anos, licenciada em sociologia, R. do Coval, 9 (indicada pelo PS)</h6><h6 align="justify">9 – Humberto Domingues Oliveira; 25 anos, estudante universitário, R. 18 de Fevereiro, 116 (Independente)</h6><h6 align="center">CANDIDATOS SUPLENTES</h6><h6 align="justify">1 – Clifton Rodrigues Gala; 25 anos, enfermeiro, R. de S. João, 4 (Independente).</h6><h6 align="justify">2 – Gina Maria Ferreira da Silva; 52 anos, esteticista, Av. S. Lourenço, 13 (Independente).</h6><h6 align="justify">3 – Lúcia Maria Rodrigues de Oliveira Luzio; 47 anos, auxiliar de acção médica, R. Cabo do Aido, 6, r/c (Independente).</h6><h6 align="justify">4 – João Maria Alves; 65 anos, aposentado, R. do Cabeço, 95 (Independente).</h6><h6 align="justify">5 – Jorge Humberto Santos Reis Pedreiras; 49 anos, empresário agrícola, R. da Póvoa, 17 (Independente).</h6><h6 align="justify">6 – Dina Eugénia Reis da Costa; 59 anos, assistente sócia, R. Silva Ferreira, 8, cave, centro, Coimbra (Independente).</h6><h6 align="justify">7 – Fernando Manuel da Silva; 59 anos, construtor civil de acabamentos, R. Manuel Francisco Rei, 11 (Independente).</h6><h6 align="justify">8 – Dorinda da Silva Vieira dos Reis; 58 anos, médica, R do Sobreiro, 99 (Independente).</h6><h6 align="justify">9 – Henrique Manuel Pereira de Oliveira; 52 anos, operário fabril, R. da Rainha, 77 (indicado pelo PS).</h6><h6 align="justify">10 – Maria de Lurdes da Cunha; 72 anos, doméstica, R. N.ª Senhora das Necessidades, 23 (Independente).</h6><h6 align="justify">11 – Sérgio Simões Pato; 46 anos, auxiliar de acção educativa, R. da Fonte, 4 (Independente).</h6><h6 align="justify">12 – Vítor Manuel da Silva Carvalho; 45 anos, canalizador, R. do Arneirinho, 19 (Independente).</h6>oscar santoshttp://www.blogger.com/profile/02608904016471063828noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-20068096956118995022008-01-14T14:29:00.001+00:002008-01-14T14:36:25.397+00:00Não há guita pra gaitas<span style="font-size:78%;">crónicasdaterra.com</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhzfTzPf-2BAGbUvIDazuugMIyBFgR03L9WSZl1C6Nxw8AAoUR319Wc4e-pGeSyihMNXGBIAhWP0an7cNr2Rvd_Jck3MH5fFD4irJc3HnrveAp8CA_XGuIf941hKJqPzaYknOE/s1600-h/gaiteiros.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5155340783102852946" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhzfTzPf-2BAGbUvIDazuugMIyBFgR03L9WSZl1C6Nxw8AAoUR319Wc4e-pGeSyihMNXGBIAhWP0an7cNr2Rvd_Jck3MH5fFD4irJc3HnrveAp8CA_XGuIf941hKJqPzaYknOE/s400/gaiteiros.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify"><br />Palavra d’honra que ainda hoje me sinto batuque, depois daquele concerto dos Gaiteiros de Lisboa, na Sexta-Feira, promovido pela Câmara Municipal de Águeda e pela d’Orfeu. Corpo a gingar, mãos a espancar o ar, pés em sapateado e o Macaréu dos Gaiteiros de Lisboa a rufar no meu leitor de CDs. Anda uma pessoa a ficar à nora com assaltos a tudo quanto é nosso, a ver o país honesto ficar roxo de espanto e fúria, a ver o país larápio a passear-se de cabeça levantada, a ver as gentes a comerem e calarem neste país pobrete e nada alegrete de O’Neill, à espera que um D. Sebastião europeu nos tire do buraco, e uma gente daquelas põe-nos a dançar e a esconjurar o medo. No final, no hall do S. Pedro, ainda o pé me remexia, e o público se recompunha antes de entrar no frio, espantava-se um fulano, homem dos seus trinta e poucos, melena a assombrar-lhe as duas vistas:<br />– Olha que até pessoal já mais entrado esteve cá!<br />Só lhe faltou achar que essa malta tinha de ficar em casa a desfiar novelas e a desmemomemomemoriar-se! Fiz de conta que a boca não era comigo e escondi a minha carteira de madame.<br />Eh, Gaiteiros dum raio! A cantar as lenga-lengas que a minha mãe recitava, a trovejá-las em bombos e a soprá-las em gaitas e tubos de construção. É por isso que um cavalheiro de fato, perguntou, estupefacto:<br />– Isto é que é uma gaita?<br />ao que um rapazola de bigode assomadiço, vozeirão entremeado, lhe atirou sem um pingo de respeito,<br />– Não há guita pra gaitas.<br />Porque é que os Presidentes da República não fazem umas viagens presidenciais à Excelência dos Artistas? À Excelência dos Gaiteiros de Lisboa e de outros, que não passeiam na rádio nem na têvê. Não confundir com outras Excelências! A dos gigantones que passeiam a importância e o papelão.<br />Eles produzem, inventam, recriam aqui mesmo. Não trazem da Cochinchina, não precisam de assessores nem de ar condicionado. Eles são a festa deste país deprimido, deste país relativo. Obrigada, O’Neill!</div>Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-55091274848613877712007-07-19T14:17:00.000+01:002007-07-19T14:34:10.493+01:00A CONSTRUÇÃO DA IGREJA....<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrJh72Pq4E36f-a44nbW9kBcIkBugHzr5tfI8f6qaScfXPRZXjIa33KB5BCsk-FPh7133qIUSd8DooEUOMUTxelIgqKYmYFJ7FlDiiPguPSit4Fc5CtUXjfQLDv55qZmAxDSaNvw/s1600-h/image013.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5088900689197669554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrJh72Pq4E36f-a44nbW9kBcIkBugHzr5tfI8f6qaScfXPRZXjIa33KB5BCsk-FPh7133qIUSd8DooEUOMUTxelIgqKYmYFJ7FlDiiPguPSit4Fc5CtUXjfQLDv55qZmAxDSaNvw/s400/image013.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong></strong></div><br /><div align="right"><strong>RESENHA DO PROCESSO QUE<br />TORNOU POSSÍVEL A CONSTRUÇÃO<br />DE CERTO VULTO,<br />A IGREJA DE BUSTOS,<br />QUANDO À PARTIDA SÓ SE<br />CONTAVA COM A VONTADE FÉRREA<br />DO PADRE<br />ANTÓNIO HENRIQUES VIDAL<br /></div></strong><br /><div align="justify"><br /><strong>1.ANTECEDENTES<br />OS FACTOS E AS CIRCUNSTÂNCIAS</strong></div><br /><div align="justify"><strong></strong><br />O Eng. Pato licenciou-se em Engenharia Civil nos meados do mês de Julho de 1952.<br />Já casado com a D. Celina passaram a residir no «palacete» construído pelo sogro, em Mourisca do Vouga.<br />Por razões de vária ordem decidiu encetar a sua carreira profissional na área da residência e para tanto foi alugado o 1º andar de um prédio situado na Praça Conselheiro Albano de Melo da então vila de Águeda, onde se instalou um rudimentar Gabinete Técnico destinado à elaboração de projecto de obras de construção civil, particulares e públicas.<br />A actividade iniciou-se em meados do ano de 1953 com a elaboração de um projecto de um edifício destinado a comércio e habitação, encomendado pelo Sr. Vitorino Reis Pedreiras, e que veio a ser construído em Bustos, de frente da Capela (Igreja) então existente.<br />Decorridos cerca de quatro anos, a sede do Gabinete Técnico foi mudada para o segundo andar do prédio então existente na Rua António Ferreira Sucena, no qual estava também instalado o Cartório Notarial.<br />E por essa data foi decidido criar uma Empresa com o objectivo de se realizarem empreitadas de construção de obras públicas e particulares.<br />Com esse fim se obteve o indispensável capital através de uma conta caucionada numa instituição bancária e equipou-se, minimamente, a Empresa.A primeira obra pública construída foi o edifício para a Administração Florestal de Águeda, iniciada em 1958 e concluída em 1960</div><br /><div align="justify">E a actividade seguia, continuadamente.<br />Ora acontece que no dia 27 de Outubro de 1954, o Padre António Henriques Vidal foi nomeado pároco da freguesia de Bustos com a pesada incumbência de reanimar pastoralmente a adormecida paróquia.<br />Passados uns tempos, eis que surge no Gabinete Técnico a pessoa do Padre Vidal, sorridente, confiante, voluntarioso e destemido, solicitando ao Eng. Pato, natural e morador em Bustos durante muitos anos, preciosas informações acerca da gente daquela freguesia, com vista a estabelecer uma estratégia adequada a um bom entendimento.<br />O Eng. Pato não recusou os seus bons ofícios e expôs longamente as virtudes e os naturais defeitos dos seus conterrâneos, advertindo, com muita franqueza, que na sua maioria não eram pessoas da Igreja e aconselhando a que sempre tratasse os seus paroquianos com a máxima franqueza, frontalidade e transparência; que nunca o Padre Vidal recorresse à intriga e muito menos à deslealdade, porque nessa circunstâncias, as reacções seriam inevitáveis e instalar-se-ia um clima de desconfiança e animosidade para sempre.<br />Seguidamente, o Padre Vidal procurou saber, com certo pormenor, quais as famílias com as quais poderia contar sem quaisquer restrições, as que prontamente as estabeleceriam, ainda as que recusariam qualquer colaboração e finalmente, as indiferentes.<br />Antes de se despedir, levando todo o «ficheiro», o Eng. Pato, paciente e calmamente, insistiu com ênfase, que o Padre Vidal usasse igual tratamento para com todos os paroquianos, sempre com sensatez, simpatia e a máxima cordialidade, evitando a todo o custo a arrogância e a prepotência.<br />E o que foi certo, foi as visitas continuarem com o mesmo espírito, ora para obter novos conselhos, ora para relembrar tempos passados durante os quais o Gabinete Técnico já tinha prestado valiosa colaboração nas manifestações caritativas realizadas na paróquia de Águeda e também orientadas pelo Padre Vidal, durante os anos de 1951 a 1954, na qualidade de coadjutor desta freguesia.<br />Vem daqui o natural conhecimento donde nasceu uma sã amizade entre os personagens que mais tarde viriam a prestar uma útil colaboração na magna e quase impossível missão cometida ao destemido Padre Vidal. Gente jovem, simples, bem intencionada, sem grandes ambições, sensível à solidariedade e capaz de a praticar. As idades oscilavam entre os 26 e os 32 anos, sendo eu, o mais novo, e o Arquitecto Carneiro, o mais velho.<br />De referir que nestas notas biográficas estavam, evidentemente, arquivadas no ficheiro pessoal do Padre Vidal!<br />Julga-se agora oportuno fazer uma pequena alusão às actividades quotidianas de uma das destacadas personagens desta saga: o Arquitecto Carneiro.<br />Não tendo concluído a licenciatura por não ter apresentado o trabalho final para defesa de tese, acabou por deixar para lugar secundário a actividade ligada à arquitectura, passando a dedicar-se ao ensino oficial, ao nível do Ciclo Preparatório, e à direcção da Fábrica do Outeiro.<br />Nos tempos livres empenhava-se, entusiasticamente, na animação prática e direcção da natação bem como do futebol: era um sócio militante do Recreio Desportivo de Águeda.<br />Quando era solicitado, comparecia no Gabinete Técnico afim de prestar a devida colaboração no estudo de soluções arquitectónicas.<br />Para além disso, surgia com muita frequência no Gabinete Técnico, depois das 17 horas, para o que lhe bastava atravessar a Rua do Outeiro.<br />Eis a razão pela qual era estimado e apreciado participante nas conversas e discussões ocorridas na Sala de Desenho, especialmente animadas quando também se encontrava presente o Padre Vidal.<br />A referida sala era um amplo salão de um velho edifício cujo primeiro andar constituía uma habitação; tinha uma forma rectangular com as dimensões de 8m x 5m e era muito bem iluminada através de três janelas voltadas para Sul.<br />Junto às janelas dispuseram-se três grandes estiradores mandados construir ma marcenaria do Sr. Chico Balreira, existente na mesma rua onde morou o poeta Manuel Alegre.<br />O Gabinete ocupava três salas; as restantes, incluindo a cozinha e as instalações sanitárias, foram subalugadas a uma família, encarregada de fazer a limpeza.<br />Ainda um pequeno compartimento, independente, foi alugado ao advogado amigo, Dr. Fernando de Oliveira que muitas vezes participou também das conversas e discussões atrás referidas.<br />Ficam deste modo assinalados os factos e descritas as circunstâncias que constituíram o fundo sobre o qual ocorreu esta indescritível aventura.<br />Embora a despropósito (ou não), dir-se-á que durante os primeiros quatro anos de actividade, o meio de transporte utilizado nas diversas diligências era a moto “JAWA” de 250 c.c. pertencente ao Eng. Pato.<br />O Gabinete também não possuía nem taqueómetro, nem teodolito! Quando se tornavam necessários, ou se pediam emprestado à Escola Central de Sargentos ou se alugavam na Sede da Ordem dos Engenheiros, em Coimbra.<br />E então lá partíamos os dois, empoleirados na moto, levando às costas aparelhos e utensílios, viajando para Sever do Vouga, Giesteira, Agadão, Mamarrosa, etc., a fim de se executarem os trabalhos que nos havia sido encomendados.<br />A partir dos quatro anos de actividade, o Eng. Pato adquiriu para o Gabinete, um WOLKSWAGEN em segunda mão.<br />As coisas melhoraram sensivelmente.</div><br /><div align="justify"><br /><strong>2. AS CONVERSAS E DISCUSSÕES<br />HAVIDAS NA SALA DE DESENHO</strong></div><br /><div align="justify"><br />Mesmo antes do Padre Vidal frequentar o Gabinete com o objectivo de obter do Eng. Pato informações e conselhos úteis, já na Sala de Desenho se vivia um ambiente da máxima liberdade e responsabilidade, animado pela boa disposição e humor de todos os presentes, mas especialmente do Eng. Pato, que com a sua crítica racionalista e a sua inteligência acutilante, iniciava e sustentava as mais extravagantes questões.<br />De maneira que, quando surgiu o Padre Vidal, os hábitos não se alteraram. Ganharam, porventura, mais vivacidade e interesse quando entravam na agenda do dia assuntos relacionados com as religiões, com a Igreja católica, com o celibato dos padres, com o uso da pílula anticoncepcional, com a infalibilidade do Papa, em matéria de Fé, etc., etc., etc.<br />Mas, para além destes, eram regularmente tratados assuntos económicos, sociológicos, psicológicos, de política local, regional, nacional e internacional, com elevação e a profundidade que o cavalheirismo e a capacidade dos intervenientes consentiam!<br />O Padre Vidal fazia-se anunciar pelo ruído do motor do seu “CITROEN” de dois cavalos, subindo a Rua António Ferreira Sucena. Passados uns instantes, ei-lo que surgia na Sala, sorridente, bem disposto, em grande dinamismo, juntando a um cumprimento jocoso, o imediato anúncio de um acontecimento ou de uma novidade que desde logo constituíam o objecto de conversas animadas.<br />Após a entrada na Sala, o Padre Vidal dirigia-se sempre para o mesmo local: de costas voltadas para as janelas, encostava o peito a um dos estiradores e colocava os braços sobre ele. E desta posição ouvia as opiniões dos presentes, interrompia-os quando entendia não serem correctas as afirmações e respondia-lhes sempre acaloradamente e com grande convicção, a maior parte das vezes na situação de um contra todos. Não obstante, mantinha sempre no diálogo uma postura correcta e digna, apesar da natureza escaldante de alguns assuntos, respondendo com argumentos coerentes e lógicos que os limites dogmáticos permitiam.<br />Decorridas duas ou mais horas de renhido debate, afogueado e contente, lá partia o Padre Vidal com a finalidade de “ir cuidar das suas ovelhas”. </div><br /><div align="justify"><br />Não restava a menor dúvida de que neste confronto de amigos, o mais pertinaz e contundente opositor do Padre Vidal era o Eng. Pato. Homem de palavra fácil e elegante, exercitada nas actividades académicas de pendor político, manejava qualquer polémica com notória a vontade e grande coerência sustentada por um discurso radicalmente racionalista. Por isso, o Padre Vidal muitas vezes se viu “encostado à parede”. Mesmo assim, nunca desistia, lutava indefinidamente.<br />Este aspecto assumia especial melindre quando o assunto da conversa incidia sobre a Religião católica e em particular sobre a Igreja, no qual o Padre Vidal era obviamente um ‘doutor’ e o Eng. Pato, um aprendiz desqualificado.<br />Todavia não virava a cara e, sempre que podia, procurava encaminhar a conversa para o aspecto social e desde logo para o político. Muitas vezes o ouvíamos afirmar que a Igreja traíra a sua verdadeira missão na Terra, adulterando o essencial do cristianismo primitivo. Este foi autêntico, vivido, personificado e recriado, enquanto foi manifestação sincera e democrática de compromisso e de comunhão. Partilhar tudo entre todos, especialmente o bem mais essencial à vida, o pão, foi a manifestação mais relevante duma verdadeira sociedade comunista em que cada irmão possuía a clara consciência da sua dignidade de homem e da sua honrosa participação na construção de um Mundo melhor, arrostando com todos os sacrifícios e martírios.<br />Para o final do Império Romano, o decreto político do imperador Constantino, considerando o Cristianismo religião do Estado veio esvaziá-lo do essencial, passando a dar “ênfase ao passado, o que serve de justificação ao Estado e às dominações, providenciais e legítimas para conduzir homens incapazes de liberdade”. Mesmo depois do extraordinário exemplo e da inglória luta do imortal escravo Spartacus, revoltado contra esta humilhante situação, tornada ainda mais dolorosamente insuportável, quando vivera parte da sua vida em liberdade, conhecendo, portanto, não se tratar de uma fatalidade.</div><br /><div align="justify"><br />Em consequência deste acontecimento histórico a Igreja transformou-se numa instituição poderosa, hierarquizada, dogmática, elitista, à qual se submeteu passiva e conformadamente a imensidade dos fiéis. Por isso mesmo, a Igreja passou a solidarizar-se com todas as dominações de classe: a escravidão, o assalariamento.<br />Passou a dar-se importância aos mitos e à liturgia faustosa. Estabeleceu-se o exclusivo da acção espiritual, reduzindo-se a religião à prática da oração individual ou colectiva e dos sacramentos.<br />E assim continuou o procedimento da Igreja através dos tempos, sustentando a sua prepotência em perseguições e anátemas aos hereges, em Cruzadas, em conspirações, em cismas, em lutas fratricidas, no estabelecimento da Inquisição.<br />E nos tempos correntes vão-se sofrendo as consequências de tal acção que se observam por toda a parte e nomeadamente entre nós.<br />Na verdade, o estado ditatorial que nos governa conta com o apoio indiscutível e as boas graças da Igreja católica, regulados pela Concordata assumida entre aquele e a Santa Sé.<br />Com um acordo estabelecido entre poderosos a que foi dado um formalismo burocrático, extremaram-se os campos; de um lado o Estado, agindo sobre os governados laicos, do outro, a Igreja, salvando as almas dos crentes, através da sua acção, exclusivamente espiritual. Os cidadãos, na rua. Os católicos, dentro dos templos.<br />Mas, apesar desta intencional discriminação, são, felizmente visíveis manifestações relevantes de muitos sacerdotes católicos desempenhando altos cargos e possuindo profundos conhecimentos que por toda a parte procuram estabelecer novas teorias tendentes a agilizarem o estático conservadorismo da Igreja católica, adequando-o às actuais circunstâncias que a ciência, a técnica, a educação e os meios de informação, acabaram por determinar.<br />Há nomes que passaram a andar na memória de quantos aspiram por uma salutar mudança. Em França, o do padre e cientista Teilhard de Chardin e o do Abbé Pierre; no Brasil, o dos bispos de Olinda e Recife e de Cratéus, respectivamente D. Hélder da Câmara e de D. António Fragoso; ainda no Brasil, o do padre Leonardo Boff. </div><br /><div align="justify"><br />E por toda a América Latina onde o número de católicos será, em breve, metade do total mundial, vão surgindo rumores e movimentos de padres, nomeadamente na Colômbia e no Peru. Padres católicos franceses par ali enviados em missão, vieram declarar ao fim de algum tempo que eles é que estavam a ser evangelizados.<br />Mesmo em Portugal têm surgido aqui e além, valorosas e corajosas manifestações de sacerdotes católicos em ruptura com o reaccionarismo da Igreja, com ilustre representação em algumas províncias ultramarinas.<br />Toda esta gente se encontra vivamente empenhada em encontrar um alternativa progressista que possa corrigir o actual imobilismo da Igreja católica.<br />É hoje vulgar e reconfortante ouvir reproduções da parte de excertos orais ou escritos da autoria de D. Hélder da Câmara. Um dos que mais me sensibiliza é o que relata a manifestação pública quando toma conhecimento de que na diocese de Olinda e Recife foi construído um novo infantário, um lar para idosos ou um refeitório para indigentes: “o nosso bispo é um Santo”, ouve-se por toda a parte e também se pode ler na imprensa. Todavia, se o mesmo D. Hélder, no púlpito ou nos jornais, apresenta, claramente, a pergunta “Por que motivo existem pobres?” logo se generaliza a condenação: “O Bispo é comunista!!!” Exemplo frisante de quanto os velhos e pressionantes preconceitos entravam a prática de um cristianismo autêntico!<br />E não só entre a classe sacerdotal se constatam estas alentadoras atitudes. Muitos jovens católicas a nível universitário, entre os trabalhadores agrícolas e os operários procuram, com afã, instruírem-se e organizarem-se por forma a poderem colaborar activa e eficazmente na realização da mesma missão comum.<br />Importa, por fim, salientar a ingente acção que cristãos ou não cristãos, comunistas, crentes ou agnósticos, na clandestinidade ou na possível legalidade, vêm desenvolvendo no sentido de, derrubando o regime actual, se poder estabelecer uma sociedade livre, onde os direitos humanos entrem na prática quotidiana e daí resultem relações entre os homens, menos conflituosas, mas antes pelo contrário, mais igualitárias e solidárias, criando um ambiente onde seja possível viver em justiça e em paz.</div><br /><div align="justify"><br />Reiteradas conversas deste tipo ou dele derivadas que durante anos decorreram na Sala de Desenho serviam, além do mais, para darem ao Padre Vidal um retrato fiel da pessoa do Eng. Pato, do seu carácter, do seu pensamento, das suas convicções, da sua intrepidez, da sua firmeza, dos seus ideais.<br />O Eng. Pato era um oposicionista militante. Cultivara este ideal desde os bancos da Universidade e manteve-o fulgurantemente luminoso por toda a vida.<br />Aproveitou todas as oportunidades para propagar as suas convicções. Procurou por todos os meios possíveis lutar contra a ditadura do Estado Novo. Participou e destemidamente na organização de conferências, comícios, palestras, congressos e campanhas eleitorais, em colaboração com verdadeiros amigos, solidários e fiéis. O evento mais relevante e de maiores consequências, consistiu na realização do 1º CONGRESSO REPUBLICANO, do qual foi secretário-geral o excelente cidadão, o ilustre escritor e distinto médico, Dr. Mário Sacramento, que teve lugar na cidade de Aveiro, no ano de 1957.<br />Sempre que as conversas enveredavam para assuntos deste tipo, o Eng. Pato tomava rapidamente a palavra e manifestava as suas convicções através de um discurso empolgado, vibrante, sem hesitações, guiado por uma lógica linear, perfeitamente coerente e racional. Assumia uma postura naturalmente dominadora e o conteúdo discursivo, tornava-se, pelo menos à primeira vista, aparentemente incontroverso.</div><br /><div align="justify"><br />Perante tal opositor, o Padre Vidal tornava-se num atencioso ouvinte. De vez em quando procurava interromper o discurso para tentar contrariar algumas das afirmações produzidas. Mas fazia-o sempre de uma forma tímida, insegura, usando argumentos já muito estafados. Nos momentos em que se reconhecia numa situação de manifesta inferioridade, o Padre Vidal voltava para mim os olhos suplicantes, exprimindo o desejo de que eu o fosse auxiliar, uma vez que, no grupo dos circunstantes eu era o único católico confesso e praticante. E se por um lado, como irmão na fé, eu devesse tentar aliviar o fardo que pesava sobre o Padre Vidal, por outro lado não poderia trair a minha consciência, inteiramente irmanada, neste, como em outros aspectos com a do meu saudoso Amigo, do meu verdadeiro Irmão.<br />Em tais circunstâncias, remetia-me ao silêncio.<br />Alinhadas, muito sinceramente estes perfis psicológicos, políticos e religiosos dos dois mais importantes interventores na obra, à partida julgada impossível, da construção da Igreja de S. Lourenço, em Bustos, é tempo de abordar propriamente tal acontecimento.</div><br /><div align="justify"><br /><strong>2. O CERNE DO PROBLEMA</strong></div><br /><div align="justify"><br />Desde o momento em que o Padre Vidal começou a frequentar o Gabinete Técnico do Eng. Pato, gerou-se a ideia consensual de que, entre outras, a missão máxima transmitida pelas superiores hierárquicos e a cumprir a todo o custo e a qualquer preço pelo novo pároco da freguesia de Bustos, seria a realização de amplificação da capela (Igreja) de S- Lourenço.<br />Mas o Padre Vidal, durante anos não revelou o objectivo de tão ambiciosa missão!<br />Muito prudentemente decidiu pôr em prática uma estratégia defensiva. E assim sendo, demorou anos a colher informações, a averiguar das capacidades, a inventariar os recursos financeiros, a promover um ambiente favorável ao lançamento de tal empreendimento, a mentalizar os mais directos colaboradores e muito especialmente a congeminar onde poderia contratar pessoal técnico necessário para elaborar o projecto e posteriormente para erguer o edifício.<br />Mas por fim chegaram as boas notícias!<br />Veio ao conhecimento público que a Comissão Fabriqueira havia comprado aos herdeiros do Visconde, um terreno anexo à capela de S. Lourenço.<br />Estavam lançados os dados!<br />Em breve se fez anunciar o Padre Vidal através do ruído do motor do seu “dois cavalos”.<br />Surge prazenteiro, ufano, mais risonho do que nunca, ocupando de imediato a sua habitual posição e reclamando atenção de todos, pois pretendia expor um assunto da maior importância.<br />Silenciados os presentes, o Padre Vidal, com ar triunfante, anunciou que estavam reunidas as condições para se iniciarem todas as diligências e estudos indispensáveis para a construção da obra de ampliação da capela de S. Lourenço, transformando-a na Igreja Matriz da Freguesia de Bustos.<br />Para tanto vinha apresentar duas propostas: a primeira, para que o Sr. Arquitecto Carneiro se encarregasse da elaboração do projecto da obra; a segunda, para que o Eng. Pato tomasse a seu cargo a empreitada da obra em causa.<br />O Arquitecto Carneiro, em grande alvoroço, aceitou prontamente o encargo que lhe acabava de ser cometido.<br />E quando se esperava que o Eng. Pato assumisse igual atitude eis que surge a surpresa! Ele coloca-se, prontamente, numa posição antagónica! Naquele momento “rebentou a bomba!” não se tratava, obviamente, de desfeitear um amigo, cara a cara, e muito menos de abalar uma esperança tão acalentada.</div><br /><div align="justify"><br />Era uma atitude justificada por três ordens de razões. A primeira tinha que ver com a prudência naturalmente requerida por obra de tamanho vulto. Era certo que o Padre Vidal vinha amadurecendo o assunto há já alguns anos, mas do ponto de vista do Eng. Pato, o problema ainda não se encontrava devidamente equacionado. Por outro lado, a proposta apresentada teria de merecer a indispensável ponderação, especialmente porque naquele momento era patente a insuficiência de meios da Empresa, em capital, em equipamento e em mão-de-obra, para se lançar em tal empreendimento.<br />A segunda razão prendia-se com a dignidade pessoal e profissional.<br />Para quem, pública e repetidamente defendeu com tanta sinceridade e convicção, os princípios abertamente antagónicos à doutrina, à liturgia e à acção da Igreja católica, não se sentiria bem com a sua consciência, quando, em face de uma oportunidade de negócio, cedesse prontamente a tentação deste, renunciando aos princípios apregoados.<br />Era óbvio que não pertencendo ao grémio católico, ao Eng. Pato nada mais competiria de que manter-se alheado das decisões tomadas pela respectiva Igreja.<br />Mas a condição de freguês de Bustos, o facto da grande amizade e admiração que se estabelecera entre os dois maiores protagonistas deste grande empreendimento em apreço, aliados ao natural direito de simples cidadão à liberdade de expressão, justificavam plenamente a posição assumida, pois considerava ser a obra em questão desnecessária naquela data, não corresponder a opção privilegiada e ser inoportuna em relação às correntes religiosas do pensamento que então emergiam e se começavam a difundir e que ele via com bons olhos.<br />Seria, portanto, uma incompreensível contradição e um descarado oportunismo, não efectuar uma prévia crítica racional da proposta apresentada em contraposição com o idealismo dos princípios a que se manteve fiel.<br />A terceira razão dizia respeito ao bairrismo salutar.</div><br /><div align="justify"><br />É por mais evidente que o Eng. Pato foi, desde jovem, e continuou sendo, um empenhado bairrista. Lutou em vários campos de desenvolvimento e engrandecimento da sua Freguesia. Pertencia à Comissão de Melhoramentos. Naturalmente ansiaria um novo e grande edifício que viesse a contribuir para o desejado engrandecimento.<br />Mas daí a participar num negócio que conduziria à realização de um empreendimento, contra a qual estava íntima e racionalmente contra, existia uma intransponível distância que a coerência e a decência não permitiam encurtar.<br /><br />É lógico supor-se que o Eng. Pato pretendia ganhar em dois campos. Por um lado, numa época em que andava ocupadíssimo com as suas actividades de projectista e de construtor, para além das relativas à gestão de uma vastíssima propriedade agrícola, duma incipiente indústria de cerâmica, das naturais incumbências familiares, todas sobrecarregadas com a sua intensíssima actividade política, não seria nada conveniente atirar-se para "a cabeça do touro", correndo o risco de levar uma cornada!<br />Por outro lado, tinha a firme convicção de que a juventude do Padre Vidal aliada a uma vontade férrea e a uma coragem destemida, verdadeiramente possuído por um sentimento de missão, levariam a ultrapassar todos os obstáculos e surgiria, por fim, a obra realizada.<br />Também não receava o problema económico-financeiro pois que, como muitas vezes lhe ouvíamos dizer, a Igreja católica tem mil e um estratagemas para conseguir auxílios monetários.<br />Mas o que importa sobretudo salientar é que, perdurando a sã amizade já bem cimentada entre os dois maiores protagonistas da obra em apreço, o Eng. Pato continuaria, intimamente a ansiar para que tudo viesse a correr pelo melhor, prometendo desde logo e para tanto, uma avultada contribuição monetária.<br />Palavras não eram ditas, eis que se levanta um generalizado clamor de vozes pró proposta apresentada pelo Padre Vidal e contra a decisão do Eng. Pato. Entre os primeiros estava o Arquitecto Carneiro que, juntando os seus valiosos esforços aos do Padre Vidal, com os aplausos dos demais colaboradores, tentaram convencer o Eng. Pato a mudar de atitude.<br />Em vão. Naquele momento a decisão era inabalável.<br />Caberão aqui, porventura, duas breves notas.<br />Uma referente à minha própria pessoa. Sendo católico praticante, estava inteiramente solidário com a atitude assumida pelo Eng. Pato. E mais curioso ainda, é que desde o início da saga e por certo decorrendo das ideias já atrás salientadas, sempre manifestei pessimismo e resistências à sucessivas fases da obra, nunca acreditando que chegasse a bom termo mesmo quando já avançava para a conclusão. Resisti ainda a estar presente no dia festivo da inauguração e mais ainda à natural curiosidade de contemplar a obra concluída.<br />Conheço-a simplesmente através de fotografias!</div><br /><div align="justify"><br />A outra nota tem a ver com mais uma das muitas "saídas" do velho desenhador Túlio Canas, homem muito esperto, trabalhador e vivido, capaz de a todo o momento estar a criar situações de um apuradíssimo humor. Na circunstância soturna, quase trágica, em que se terçavam lanças na luta resultante da divisão assumida pelo Eng. Pato, no meio da vozearia, ouviam-se destacados ditos do velho Túlio: " ... colaboram, mas não entram!" Ou então: "a culpa é do bispo!" Só as gargalhadas que se seguiam conseguiam amenizar o ambiente.<br /><br /><strong>3. ULTRAPASSAGEM DOS ÚLTIMOS OBSTÁCULOS</strong></div><br /><div align="justify"><br />E, apesar de tudo, o tempo decorreu, as amizades mantiveram-se, as visitas à Sala de Desenho continuaram, as diligências e o processo da construção da obra foram evoluindo.<br />Achei avisado não incluir neste relato os sucessivos reveses que ocorreram com terrenos e estudos prévios, ante-projectos e projectos uma vez que se encontram magistralmente narrados pelo distinto e excelente Amigo Sérgio Ferreira no escrito que produziu com o título "À volta da Igreja de São Lourenço de Bustos", em 24 de Julho de 2004.<br />Tendo por certo sobrado incidentes e acontecimentos que embora não tão conhecidos, acabaram por determinar a concepção e a construção da Igreja, tentarei deles dar uma imagem elucidativa, muito embora, a já fracassada memória possa atraiçoar a verdade de alguns pormenores.<br />Antes porém não resisto à tentação de invocar mais uma vez a figura do Abbé Pierre, recentemente falecido com perto de cem anos e adiantar alguns traços da sua biografia, citar alguns dos seus escritos, em muito aspectos confrontando-a com a do saudoso Eng. Pato e assim ir mantendo a memória que a morte não apagou.<br />São palavras do próprio Abbé Pierre: “durante a Guerra estava a dois passos do paço episcopal, na paróquia de Notre-Dame. O bispo tinha servido como recruta sob as ordens de Pétain. Fui ter com ele uma noite, depois de andar desaparecido algumas semanas e disse-lhe: «Vou ter que desaparecer». “Se eu soubesse que um sacerdote meu cometia semelhantes imprudências, teria usado de todos os meios ao meu alcance para o impedir de os fazer”, respondeu-me ele. Quando voltei, passados dois anos, tinha sido preso, tinha-me evadido, tinha sido mandado para Marrocos, tinha estado na Argélia e regressado a Paris …</div><br /><div align="justify"><br />«O padre Grouès!» exclamou o criado de quarto do bispo ao ver-me. Foi abrir a porta da sala do Conselho Episcopal. O velho bispo Caillot aparece em lágrimas, aperta-me nos braços: «Meu filho!» Não estaríamos na situação em que estamos se tivessem havido muitos assim!»<br />E noutro passo: “É necessário que haja vozes que continuem a reclamar, incansavelmente, a prioridade do santuário familiar; não tolerar dois milhões e meio de mal-alojados, não tolerar quatrocentos mil sem-abrigo. Daria também trabalho aos operários e às empresas.”<br />Agora sob outro aspecto: propunha-se o Estado Francês impor o restauro do refeitório da abadia de Saint-Wandrille cujas obras estavam orçamentadas em um milhão, duzentos e oitenta mil francos e as quais a abadia teria de contribuir com a quarta parte. Discordando de tal decisão, escreveu o arcebispo uma carta na qual, a certo ponto se podia ler … «É verdade que o aquecimento do refeitório, quando o frio era muito, se tornava difícil. Mas seria o momento para o Estado e, quase à força, para o convento, lançar semelhante obra?» … «Por toda a parte, em todo o mundo, repeti às multidões e aos bispos: «São precisos santuários. Mas depois de construídas quatro paredes, um tecto, janelas e portas, paremos com as despesas e digamos que nos comprometemos todos a realizar os embelezamentos desejáveis apenas quando, na cidade, deixar de haver uma família que seja privada do primeiro dos santuários sagrados – uma habitação digna.» … «Lembro-me de um bispo admirável que conheci no Equador. Diante da igreja que estava a ser construída, mandou pôr um painel onde figuravam todos os embelezamentos previstos pelos arquitectos, escreveu: «Realizaremos toda esta beleza quando já não houver uma família sem habitação.»<br />Perante tal testemunho teremos que reconhecer quão sensatas, avisadas e plenas do mais estrito espírito de justiça social e de doutrina progressista da Igreja católica haviam sido as ideias manifestadas e as atitudes assumidas pelo Eng. Pato!</div><br /><div align="justify"><br />Mas regressemos às ‘sobras’ do escrito do Dr. Sérgio Ferreira<br />Definido, finalmente, e de maneira definitiva e irrevogável, o terreno adquirido para a construção da nova Igreja, a sua localização, forma e dimensões, o Arquitecto Carneiro empenhou-se, verdadeiramente, a elaborar possíveis esquemas para o futuro templo, muitas vezes com prejuízo das suas actividades profissionais.<br />E quando tal acontecia, o Padre Vidal aparece a anunciar uma iniciativa que viria a produzir muito apreciáveis resultados e a possibilitar a ultrapassagem dos obstáculos que ainda subsistiam: - A viagem a Singeverga com o objectivo de sermos bem esclarecidos sobre as correntes de modernidade que enchiam de ar fresco certos centros religiosos onde estudos e reflexões aprofundados por mestres abades, preparavam os fundamentos para a grande viragem por tantos almejada.<br />Então, uma bela manhã de fim de Primavera, lá partimos no incansável “dois cavalos”, com destino ao convento beneditino de Singeverga, situado a pouca distância de Santo Tirso.<br />Uma vez chegados e anunciada a nossa presença pelo som de uma campainha de campanário, serviu de cicerone apresentador o Padre Vidal: o senhor Arquitecto António Filomeno da Rocha Carneiro e os senhores engenheiros Manuel Ferreira dos Santos Pato e Neftali da Silva Sucena. Recebe-nos o abade do convento, pessoa de meia-idade e de mediana estatura, envergando o seu hábito acastanhado cingido na cintura por uma corda. De feições simpáticas e de voz maviosa e bem timbrada mostrou-se, desde o início, muito interessado, afável e disponível.<br />E então as surpresas agradáveis sucederam-se: desde a descrição quer das novas tendências já abordadas nas conversas da Sala de Desenho, quer das alterações nos velhos rituais litúrgicos, iniciaram a criação de um ambiente de franca cordialidade que em breve possibilitou uma conversação animada, interessada, de elevado nível cultural.<br />Depois a harmonia, a simplicidade e a beleza que se podiam observar por toda a parte, desde os edifícios, especialmente a capela, aos passeios, às alamedas, aos jardins, às hortas e aos pomares, extasiavam os olhares e enchiam os espíritos de tranquilidade, de alegria e de esperança.<br />Surgiu, em seguida, o momento do auge do entusiasmo senão mesmo de um certo fervor criativo, quando, estando todos dentro da capela, o abade começa a discorrer sobre as perspectivas que os futuros templos católicos deveriam ter em vista: a singeleza, a pureza, a verdade, a luz!<br />Acentuava a necessidade de se regressar ao espírito inicial do cristianismo. Ao escutar tais palavras o Arquitecto Carneiro transfigurou-se; o discurso passou a ser contínuo e quase alvoroçado; as perguntas e as dúvidas sucediam-se em catadupa; a atenção, mantendo todos os sentidos em alerta máxima era uma constante; a fixação de todos os pormenores que iam sendo indicados, era imediata, dispensando-se de tirar quaisquer apontamentos.</div><br /><div align="justify"><br />O Eng. Pato tinha mais uma vez razão. Só a partir daquele momento se tomou verdadeiramente consciência de uma grande aspiração, de uma grande ideia, ainda indecisa, ainda indefinida, nascidas da interiorização da necessidade de a objectivar, de a materializar.<br />E desde então a ideia do projecto a imaginar, não saiu mais da cabeça do Arquitecto Carneiro.<br />Uma imagem de retórica que o abade utilizou passou a ser a estrela orientadora do seu pensamento, o símbolo que ele estava, daqui para o futuro, empenhadíssimo em materializar! Disse e repetiu o surpreendente abade: a igreja, o edifício … são pedras mortas; os homens é que são as verdadeiras pedras vivas; a sua comunicação, comunhão e acção é que constituem a Igreja. O óptimo seria que as igrejas se reduzissem a tendas. A partir daqui o símbolo que o Arquitecto Carneiro procurou metamorfosear foi – tenda com muita luz natural! E o Eng. Pato, vislumbrando o surgimento de um projecto ao nível de tão grande ambição, tornou-se atraído pelo elan vigente e interiormente determinado a assumir as responsabilidades da construção da obra a criar.<br />O segundo momento alto surgiu ao princípio da tarde e que acabou por consolidar todas as disposições optimistas; é à mesa que se fazem os grandes negócios!<br />Na verdade fomos surpreendidos e honrados com um lauto almoço. E mesmo aqui, na prática deste acto material, necessário e ancestral, da ingestão dos alimentos, a cultura, o bom gosto, a inteligência dos homens, podem transformá-lo em momentos de espiritualidade e de prazer!<br />O arranjo da mesa constituía um regalo para a vista! Tudo era ordem, singeleza e harmonia.<br />Antes de nos sentarmos, o abade propôs uma breve oração laudatória que nem todos repetiram.<br />Finalmente acomodados eis que começam a desfilar as variadas iguarias. E, de repente, começa a pairar no ar fragrâncias e odores apetitosos e apetecíveis sempre quando se destapa a terrina e se serve a sopa ou se vão desarrolhando as garrafas. Há muito tempo que nenhum de nós saboreava tão agradáveis sensações! E o abade lá se ia explicando que as hortaliças, as cebolas, as batatas e todos os demais produtos das hortas eram cultivada amorosamente na cerca do convento. Igualmente as aves, galos, galinhas, faisões e por outro lado, coelhos, cabritos, cordeiros, vacas, bezerros eram objectos de criação e manutenção conventuais. Por isso as fragrâncias subsistiram quando foram servidos os assados e os “fricassés” com todos os condimentos e acompanhamentos.<br />Eu acho que se era tentado a comer mesmo sem apetite; mas este felizmente não faltava.<br />Surgiram, por fim, as sobremesas: fruta deliciosa e saborosíssima, proveniente dos pomares conventuais e doces variados requintadamente preparados.</div><br /><div align="justify"><br />Num tal ambiente a conversa tornou-se mais animada e espirituosa e surgiu ao meu pensamento a descrição magistral que Eça de Queiroz na obra “A Cidade e as Serras”, do suculento jantar que é servido ao Jacinto na chegada à sua propriedade rural de Tormes.<br />Estávamos também no “paraíso”!<br />Para o fim da refeição ouviam-se, com frequência, intencionais frases humorísticas. De entre muitas, recordo duas proferidas pelo Arquitecto Carneiro: primeiramente começou por afirmar que finalmente pudera compreender o verdadeiro sentido da expressão popular “comer como um abade”! Seguiu-se uma gargalhada geral. E oArq. acrescentou: “não, a diferença de sentido está deveras na qualidade, no engenho, no bom gosto, na inteligência e não como eu, atrevidamente supunha, na quantidade!”<br />E mais adiante referiu que julgava saber comer-se razoavelmente bem em sua casa. Mas se o abade lhe pudesse garantir que o regime normal das refeições conventuais era idêntico ao da que estava saboreando, então estaria interessado em apresentar a sua candidatura à vaga mais próxima! Nova risada se prolongou por um tempo.<br />O abade apressou-se a esclarecer que a ordem fundada há cerca de mil anos por S. Bento, adoptou dentro das regras da maior austeridade, o lema que ainda hoje mantém: “ora e labora”; ou seja, “reza e trabalha”. a que o Arq. retorquiu: “nestas condições retiro a candidatura!”<br />É evidente que os outros convivas participaram também animadamente nas conversas, em especial o Padre Vidal que, para o final da refeição e não perdendo de vista o verdadeiro objectivo da viagem, sugeriu que seria da maior conveniência passar em revisão todos os princípios e pormenores ensinados pelo abade, não fosse ter acontecido o seu total esquecimento em consequência das delícias do almoço. De imediato o Arq. papagueou todos os ensinamentos recebidos, empregando quase os mesmos termos utilizados pelo abade. Mais uma vez rejubilou de contentamento o Padre Vidal ao constatar quão proveitosa estava a ser a viagem em tão boa hora realizada.<br />Muito a custo íamos reconhecendo estar a aproximar-se o momento doloroso do termo de tão agradável convívio. Para o Arq. tal sentimento só era atenuado pelo ansioso desejo de regressar a Águeda, para “arregaçar as mangas” e entre sonhos e realidades, encontrar a solução para o projecto da Igreja.<br />Agradecendo penhoradamente tão fidalga recepção, regressámos radiantes, pela tardinha.<br />Mas o Padre Vidal não desistira de conseguir ainda mais informação adequada. Passados uns dias lá parte de novo, acompanhado do Arq. Carneiro e do Eng. Pato com a finalidade, desta vez, de observarem igrejas de construção recente na região da Estremadura portuguesa, nomeadamente, a da Benedita.</div><br /><div align="justify"><br />Regressaram completamente desiludidos. Nada do que viram estava sequer próximo daquilo que já vinha sendo imaginado e ambicionado.<br />Não restava então outra alternativa para o Arq. Carneiro que não fosse trabalhar afincadamente no problema; e assim iniciou uma actividade intensiva de consulta de livros e revistas da especialidade, passar a adormecer e a acordar com o projecto no pensamento. Andava tão absorvido com este assunto que chegou mesmo a prejudicar as actividades profissionais.<br />Mas depois de muito esforço e de algum tempo, que o Padre Vidal desejava ser o mais curto possível, eis que se começa a divisar uma luz ao fundo do túnel, começa, enfim, a esboçar-se o nascimento da solução satisfatória, após um “parto” demorado e difícil. Foi imediatamente destacado o escrupuloso e excelente desenhador José Maria Dias para, em absoluto regime de exclusividade, se dedicar ao desenho do projecto da Igreja encarado logo na fase definitiva, à escala 1:50, sob a orientação permanente do Arq. Carneiro. Este ansiosíssimo por poder contemplar uma antevisão realista da obra, em toda a sua volumetria e perspectivas de diferentes ângulos, parte apressadamente para a construção da maqueta, em gesso, mobilizando, para o efeito, os bons ofícios do modelador Carménio, artista da Fábrica do Outeiro e que diariamente passou a dar continuidade à tarefa, a partir das dezassete horas.<br />Ao fim de alguns meses, foi encantador e reconfortante contemplar, na pureza da alvura do gesso, a miniatura da futura Igreja, toda a beleza do conjunto constituído pelas sucessivas “tendas” que lá surgiram e davam prova concludente da transformação do símbolo em arremedo da realidade. Esta maqueta constituiu motivo de um imenso júbilo para o Arq. Carneiro e ainda mais para o Padre Vidal que a partir de então podia exibir para os seus paroquianos, uma visão realista e antecipada da futura Igreja.</div><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiisUJnjmaa7FjtM4WEx0ym240WZ28QmpoGU7DGRLVdckykL2UoLO8NgZTo3LeXUycxCT1o6MmH_Isr4rzyJh-F0lKBUh5tGpoNPZ8BNXO3r0FpS31esP_FXwn5n9RLmoKYVAwIPQ/s1600-h/image012.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5088897837339384994" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiisUJnjmaa7FjtM4WEx0ym240WZ28QmpoGU7DGRLVdckykL2UoLO8NgZTo3LeXUycxCT1o6MmH_Isr4rzyJh-F0lKBUh5tGpoNPZ8BNXO3r0FpS31esP_FXwn5n9RLmoKYVAwIPQ/s400/image012.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:78%;">Maqueta do projecto inicial da igreja – foto cedida por Manuel Agostinho Pires </span></div><span style="font-size:78%;"><br /><div align="justify"><br /></span></div>O desenho do projecto lá prosseguia, mas nunca chegaram a ser elaborados os indispensáveis pormenores nem medições, nem orçamento, nem caderno de encargos.<br />Entretanto, a batata quente passara para o Eng. Pato. Começou então um grande quebra-cabeças para ele, aliás como oportunamente previra. Estavam a surgir as anunciadas canseiras e preocupações.<br />A questão que se punha era como encontrar o método que permitisse calcular a estabilidade e segurança de tais estruturas previstas no projecto por forma a conseguir-se o seu dimensionamento.<br />E em seguida perguntava-se qual o processo a adoptar para a sua construção.<br />Perante tal embaraço, eis que surge uma informação inesperada que acabava por confirmar o velho princípio, já em vigor no tempo dos romanos, de que “a sorte beneficia os audazes”. Por virtude de contactos ligados à actividade de empresário de cerâmica, o Eng. Pato tem conhecimento de existir uma grande unidade do ramo no concelho de Torres Novas.<br />Sem delongas, eis o Padre Vidal e o Eng. Pato, empreendendo mais uma viagem à descoberta de tal empresa. E encontraram-na. Com grande espanto viram construídas enormes abóbadas, de grande vão e de grande altura, com betão simples tendo incorporados elementos cerâmicos por forma a constituírem lajes delgadas e aligeiradas. Os elementos cerâmicos eram construídos pela empresa que as utilizou nas suas abóbadas e agora fabricava para o mercado. Obtiveram o preço do material e o custo aproximado por metro quadrado, em planta, da construção das abóbadas. Foi uma dádiva de “mão beijada”. Mas conseguiram mais uma informação preciosa: a direcção de uma casa comercial de Lisboa que alugava tubos de aço adequados à construção de andaimes e de cimbres.<br /><div align="justify"><br />Os técnicos da grande empresa cerâmica da Torres Novas prestaram a mais útil e essencial das informações: a estabilidade das abóbadas dependia do seu perfil, condição básica para que apenas se observassem esforços de compressão em todas as suas secções, em face de todas as solicitações actuantes.<br />Concluída a pesquisa informativa e mesmo na ausência da sua apreciação crítica, o Eng. Pato, durante a viagem de regresso, decidiu optar, sem mais hesitações, pela construção de abóbadas semelhantes às que acabara de observar.<br />Para tanto, impunha-se, previamente, o estudo dos respectivos perfis. Foi o período de maior esforço intelectual desenvolvido pelo Eng. Pato em todo este processo. Agarrou-se ao estirador durante dias consecutivos, relendo sebentas e tratados em busca de uma solução para o problema. Julgo que foi um tempo de ocupação tão absorvente que até pôs à margem a actividade política.<br />E como “quem porfia sempre alcança”, também chegou para o Eng. Pato aquele feliz momento de dar uma palmada na testa e dizer – “achei”.<br />Tratou-se de pôr em prática um velho e já esquecido método gráfico do funicular de forças! E lá assistimos à azafama do estudioso, a colocar sobre o estirador uma folha transparente de papel de esquisso, seleccionar uma escala conveniente para representar os comprimentos e para o polígono de forças resultantes da composição das respeitantes à solicitação permanente (peso próprio da estrutura), com as devidas às solicitações acidentais (acção dos ventos e diferenças de temperatura) e as respectivas reacções, e, a partir daqui, desenhar, a lápis o funicular de forças correspondente. Mas como não se tratava de um cálculo, mas antes, de uma verificação por tentativas, foi obrigado a repetir o desenho do funicular para as várias alturas das abóbadas consideradas.<br />A envolvente desta linha poligonal representava a imagem desenhada do perfil procurado.<br />Estava assim ultrapassado mais um grande obstáculo. Não obstante e logo a seguir, constata-se um facto bem decepcionante: os perfis estudados não coincidiam com os das abóbadas projectadas, observando-se para iguais aberturas muito maiores alturas.<br />Quase se gera o pânico. O Arq. Carneiro propõe que se comece, de imediato, a alterar o projecto, praticamente concluído. O Padre Vidal põe as mãos à cabeça e exclama: “estou desgraçado”!<br />Foi então que o Eng. Pato mais uma vez evidenciou a sua capacidade de líder. Tendo confiança no trabalho que acabara de realizar e estando certo das suas convicções relativas à possibilidade de, a partir de agora, e somente de agora, de se iniciar com segurança, a construção da nova Igreja, deu um murro no estirador e ao mesmo tempo um grande berro, exclamando: “Não vai haver alteração nenhuma! Eu com base no desenho a lápis traçado neste papel, vou construir a Igreja”!<br /></div><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQA8zMyqvmbfdEqUrcJY43qLVuGPSYwxWyxscv7E1qt6RArYMaIHgFLAjhDAlAn1Ja-6nlCjYNUWKtbGxDKudLY2N9vZ4zSctcrqgiX3Kp67JNzBohfS1ZqRcQ5fPNjVTkvIkuaw/s1600-h/1102+010.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5088897072835206290" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQA8zMyqvmbfdEqUrcJY43qLVuGPSYwxWyxscv7E1qt6RArYMaIHgFLAjhDAlAn1Ja-6nlCjYNUWKtbGxDKudLY2N9vZ4zSctcrqgiX3Kp67JNzBohfS1ZqRcQ5fPNjVTkvIkuaw/s400/1102+010.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify">Regressou o ânimo, a esperança e a boa disposição.<br />E mais uma vez se reconheceu que o Eng. Pato tivera razão quando, oportunamente aconselhara prudência na assunção de compromissos de grande importância e responsabilidade.<br />Apressou-se a concluir o estudo, marcando graficamente as sucessivas cotas dos perfis em relação aos correspondentes afastamentos. Mandou tirar cópias heliográficas e lá partiu para a obra com o rolo debaixo do braço, com o fim de implantar, com o rigor possível e no meio de uma floresta de tubos metálicos os pontos dos perfis reais correspondentes às cotas indicadas no desenho. Trabalho de grande rigor e responsabilidade em que foi ajudado por dois valiosíssimos colaboradores: o encarregado da obra, Manuel Martins, morador no lugar da Mesa do Vouga, já falecido, e o desenhador José Maria Dias, felizmente ainda vivo.<br />Concluída a implantação que permitia a construção dos cimbres, a obra lá foi avançando paulatinamente.<br />Poderei então afirmar que o Eng. Pato, com uma simples partitura, conseguiu executar uma notável sinfonia!<br />Mas eis que toda a organização vem a sofrer um rude e inesperado golpe na madrugada do dia 1º de Dezembro de 1962 quando a PIDE bate à porta da residência do Eng. Pato e o leva sob a prisão, primeiro para Coimbra e depois para Caxias de onde só foi libertado em 8 de Fevereiro de 1963.<br />Terão que parar os trabalhos de construção da nova Igreja? Era a pergunta que a todos atormentava.<br />Realizou-se uma reunião da equipa responsável e em breve foi deliberado dar continuidade aos trabalhos em curso.<br />Para tanto contribuiu a dedicação, lealdade e espírito de sacrifício prontamente manifestados pelos dois já referidos colaboradores e ainda por um terceiro, o homem da contabilidade, o Manuel do Carmo Santos, pessoa insuperável em organização, previdência, dinamismo e eficiência.<br />Este triunvirato assegurou com inexcedível zelo, o funcionamento normal da empresa.<br />Deste modo foi ultrapassado o último grande obstáculo.<br />Após o festejado regresso do Eng. Pato, os trabalhos prosseguiram sem mais percalços até à conclusão da obra.<br /><br /><strong>4. NOTAS FINAIS</strong> </div><br /><div align="justify"><br />É natural e lógico admitir que, se no lugar do Padre Vidal tivesse sido nomeado um outro pároco para a freguesia de Bustos, hoje pudéssemos verificar a existência de uma Igreja de S. Lourenço. Mas aquela, a que verdadeiramente lá foi construída, só o poderia ter sido, sob o impulso, a tenacidade, a sagacidade, a valentia e a inteligente diplomacia do Padre Vidal. Apenas ele conseguiria mobilizar, entusiasmar e estabelecer uma sã convivência e uma segura amizade entre os dois principais colaboradores, Arq. Carneiro e Eng. Pato, respectivamente autor do projecto e construtor da Igreja de S. Lourenço de Bustos.<br />E o que é curioso é o facto de nunca ter havido entre o dono da obra e o construtor nenhum contrato escrito! Desde a altura em que o Eng. Pato abandonou a posição racional e se deixou envolver pelas razões do coração, tudo ficou acordado em poucos instantes, tendo por fundamentos a amizade, a confiança e o sentido comprometedor das palavras.<br />A estes três personagens são justamente devidas as primeiras e honrosas homenagens. E igualmente justas são as que merecerão todos os demais colaboradores, sem esquecer os modestos e esforçados operários pelo trabalho dos quais se concluiu a notável obra, a troco de um salário de subsistência, quando, à partida, era considerada por alguns pessimistas, como tarefa impossível.<br />Mas como triunfou afinal o optimismo do Padre Vidal, começámos a ouvi-lo pronunciar, com ar radiante e sorriso intencional, um dos temas básicos da fé católica: “sem Deus nada é possível, com Deus tudo é possível. E foi-o, na realidade. </div><br /><div align="justify"><br />Acabada a obra, fecharam-se as contas. Então, como hoje, nunca chegou ao meu conhecimento, o facto de o Arq. Carneiro ter recebido qualquer importância monetária para pagamento dos honorários que lhe eram justamente devidos. Eu acredito inteiramente que ele acabou por se contentar com a inefável alegria e a grande felicidade de ter conseguido objectivar o belo.<br />De certeza, sei que o Eng. Pato nada cobrou pelos prolongados aconselhamentos, assessorias e diligências prestadas durante meia dúzia de anos, bem como pelos aturados cálculos por ele elaborados.<br />Quanto à função negocial de construtor, levada a bom termo pela sua empresa, esta foi remunerada nos precisos termos em que havia sido, oralmente, acordados: 10% do montante das despesas registadas com a mão-de-obra, transporte e materiais, excluídos destes, os correspondentes aos fornecidos directamente pelo Padre Vidal, na condição de oferecimentos gratuitos por parte de paroquianos e de outros.<br />Concluída a obra, foram encerradas as contas com apuramento de saldo nulo. Tudo acabara em bem!<br />Apesar de tudo e antes de terminar a narrativa, eu vejo-me forçado por um irreprimível impulso sentimental, a distinguir um entre os vários colaboradores em apreço, sem contudo pretender fixar um qualquer critério de escalonamento entre os mesmos.<br />Do meu ponto de vista o Eng. Pato foi o herói maior desta aventura, considerada quase inverosímil. E não só nesta, mas em muitas outras que, nestas circunstâncias não importa reportar.<br />Mas a heroicidade, manifestação sublime da pessoa humana pressupõe, necessariamente, a prévia existência de condições essenciais, tais como: uma sólida estrutura psicológica, moral e intelectual; a vivência de convicções arreigadas e de ideias superiores; a solidariedade, a disponibilidade e a coragem que impele para a acção decidida, com a finalidade de ver realizados anseios incontidos.<br />E então, por que legítimo direito, podem convergir num simples mortal, tantos dons, tantas benesses, tantas contribuições graciosas? Tratar-se-á de razões naturais, genéticas? Ou de influências ambientais? Ou de ambas, como afirmava nos princípios do século passado o insigne escritor e célebre filósofo espanhol, Miguel Unamuno?<br />O Eng. Pato a quem não faltavam nenhuma das citadas condições, dava uma explicação simplista, mas convincente, por mim ouvida e registada: “o que eu sou, com as minhas virtudes e defeitos, as noções que cedo adquiri de honra, liberdade, solidariedade, os hábitos de criticar, opinar e raciocinar, enfim a aquisição e manuseamento das ferramentas necessárias para poder enfrentar a vida, não foram provenientes nem da família, nem dos meios sociais onde convivi, nem das diversas escolas que frequentei. </div><br /><div align="justify"><br />Tudo isso, devo-o aos ensinamentos amistosos e paternais do meu excelente e inesquecível Amigo, Valério. Com ele, desde criança até à idade de jovem universitário, sentado num mocho, na sua oficina de sapataria, e enquanto trabalhava sem cessar, aprendi moral, higiene, ciências, filosofia, política, civismo, artes, comércio e contabilidade. Aprendi, sobretudo, a autodeterminar-me, a tornar-me independente, a indignar-me e a revoltar-me.<br />Consequentemente e por toda a vida dediquei ao Valério para além da fiel e inquebrantável amizade, uma admiração e uma consideração indescritíveis”.<br />Este nobre sentimento do Eng. Pato que nesta oportunidade, com muito gosto descrevo, era manifesto e por conseguinte, de conhecimento público.<br />Satisfeito com prazer e muito agrado este meu íntimo impulso, seja-me lícito exteriorizar mais um desabafo: actividade dignificante e engrandecedora, foi toda a minha longa convivência com tal Gente, em tal Sociedade.<br />E creio agora ser oportuno referir que nesta Sociedade irregular, mas não Secreta, o lema posto incansavelmente em prática, sem nunca ter sido imposto nem expressamente declarado, era o que há data andava ainda em voga: “De cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades”.<br />“Pois sabei que sempre as capacidades conseguiram satisfazer todas as necessidades! </div><br /><div align="justify"><br />E é tempo de terminar esta já longa narrativa.<br />Fá-lo-ei, optando por adaptar as palavras proferidas pelo velho bispo Caillot, a propósito do comportamento exemplar, quer cívico, quer religioso, do tão enaltecido Abbé Pierre: “Caro Pato! Não estaríamos na situação em que estamos, se tivesse havido muitos como tu”.<br />Bem-haja V Fórum Bustos’2007 por ter sugerido a homenagem e deste modo ter contribuído para continuarmos a ter o Eng. Pato no meio de nós. </div><br /><div align="justify"><br /><strong>Neftali da Silva Sucena</strong><br />(Eng. Civil)<br />Águeda, 10.07.2007</div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-73697935540745746092007-01-07T19:26:00.000+00:002007-01-07T19:30:22.400+00:00JUNTA DE FREGUESIA : O ORÇAMENTO DE 2007<div align="justify"><strong>JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS</strong> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Plano Orçamental Para o ano 2007 </div><div align="justify"><br /><strong>1- Introdução</strong> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Vimos mais uma vez apresentar o novo Plano Orçamental e de acções, cujo conteúdo tem como objectivo dar conhecimento abrangente e detalhado de forma a se poder fazer uma leitura correcta e eficaz de todas as rubricas com a ajuda dos mapas em anexo. Nestes estão todos os campos descritos que, de uma forma sucinta e objectiva, projectam as acções que pretendemos levar a efeito no ano económico 2007. Face á politica orçamental já definida e anunciada pelo governo, no seu Orçamento de Estado em que a Administração Central continua a pouco privilegiar a Administração Local. Como se pode verificar, mais uma vez, as transferências o FFF não beneficiam a nossa Freguesia, mantendo-se sem qualquer alteração o definido no Orçamento no ano anterior. Dado que só nos resta o apoio da Administração Local através do protocolo da limpeza de valetas e o compromisso de dois protocolos, um para o Bairro Económico e outro para Parques e Jardins (protocolos de cooperação). Dado que a politica salarial desta Junta de Freguesia vai continuar ao encontro do poder de compra dos nossos trabalhadores. Dado que as nossas fontes de rendimento não sofrem alterações, são poucas e advêm da venda de sepulturas, da feira e de taxas e serviços, cujo montante é reduzido, como facilmente se pode constatar pelos elementos da Conta de gerência dos anos anteriores. Desta análise só podemos concluir que o plano e Orçamento apresentado continua a ser optimista, terá que ser inferior ao nosso desejo, no entanto o nosso objectivo é trabalharmos nas prioridades que definimos e nas acções apresentadas. </div><div align="justify"><br /><strong>II — Plano Plurianual de Investimentos</strong> </div><div align="justify"><br />O Plano Plurianual de Investimento apresentado, à semelhança dos anos anteriores, retrata também de uma forma sucinta e explicita as obras de investimentos que queremos fazer, e cuja especificação está descrita nos mapas anexos. </div><div align="justify"><br /><strong>III — Orçamento da Receita e Despesa</strong></div><div align="justify"><br />O Orçamento apresentado para este ano económico 2007 está consolidado com as Receitas previstas a arrecadar num montante de 157.580,00 € (cento e cinquenta e sete mil quinhentos e oitenta euros), de forma a fazer face ás Despesas Correntes que serão 57,6% e de Capital que serão 42.4% do nosso Orçamento, que à semelhança dos anos anteriores mantém um equilíbrio sustentado em investimento sem deixar de ser praticado um bom serviço à população da nossa Freguesia. </div><div align="justify"><br /><strong>1- Receitas </strong></div><div align="justify"><br />As receitas são essencialmente provenientes do FFF, estimadas no montante de 55.180,00 € (cinquenta e cinco mil quinhentos e oitenta euros), bem corno nos protocolos que queremos aumentar com a Câmara Municipal, no âmbito de transferência de competências para diversos serviços e investimentos, cujo montante rondará os 50.000,00 € (cinquenta mil euros). A outra proveniência de receitas já foi abordada, pelo que o Orçamento apresentado em mapa resumo totaliza os 157.580,00 € (cento e cinquenta e sete mil quinhentos e oitenta euros), já referenciados. </div><div align="justify"><br /><strong>2 — Despesas</strong> </div><div align="justify"><br />De acordo com a abordagem feita na Introdução deste Plano de actividades, esta Junta de Freguesia tem como elemento preponderante apresentar Actividades cujas despesas correntes não prejudiquem as despesas de Capital. Assim e para uma conclusão final e objectiva em termos numéricos as primeiras somam um montante de 90.830,00 € (noventa mil oitocentos e trinta euros) e as segundas 66.750,00 € (sessenta e seis mil setecentos e cinquenta euros), cujo o somatório perfaz os 157.580,00 € (cento e cinquenta e sete mil quinhentos e oitenta euros). </div><div align="justify"><br /><strong>IV- Conclusão </strong></div><div align="justify"><br />Os documentos em se faz a projecção provisional contém todos os elementos descritos no âmbito da consulta formal e legal para serem aprovados em Assembleia Ordinária prevista a convocar no prazo legal e a levar a efeito durante o mês de Dezembro do ano 2006. Face à apresentação de todos estes elementos informamos manter toda a disponibilidade para qualquer esclarecimento adicional na sede da Junta de Freguesia ou em Assembleia aos Senhores Deputados, sobre questões e assuntos inerentes e que entendam convenientes à discussão deste plano que vos apresentamos. </div><br />Bustos, 12 de Dezembro de 2006<br />O Presidente da Junta de Freguesia<br />(Manuel da Conceição Pereira)<br /><br />Freguesia de Bustos Concelho de Oliveira do Bairro Contribuinte n.° 507 623 576<br />Rua Jacinto dos Louros, n° 6 - Bustos - 3770-018 BUSTOS<br />* Tel.: 234 753 754 * Fax.: 234 754 993Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1166756241514455172006-12-22T02:55:00.000+00:002006-12-22T08:28:37.216+00:00CTT/JUNTA * ANEXO III *Listagem de Equipamento cedido em regime de comodatoANEXO III<br />Listagem de Equipamento cedido em regime de comodato<br />. Marca de dia<br />. Bandeirola CTT<br />. Cofre<br />. Computador (CPU)<br />. Monitor<br />. Scanner<br />. Impressora<br />. Etiquetadora<br />. teclado<br />. Balança<br />. Leitor óptico<br />. Rourter<br />. Balcão atendimento<br />. Aparelho ar condicionado<br />. Cadeira<br />. EstanteAltinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1166755597437231452006-12-22T02:39:00.000+00:002006-12-22T08:27:30.876+00:00CTT/JUNTA --- ANEXO I* TABELA DE COMISSÔES E DESCONTOS<strong>ANEXO I<br />TABELA DE COMISSÕES E DESCONTOS</strong><br /><br />A Segunda Contratante abastecer-se-á na Estação de Correios de Castelo Branco. a qual lhe processará, no acto da compra, o seguinte:<br /><br />1 - COMISSÕES S/ VALORES POSTAIS<br />- Selos 5%<br />- Carteiras de selos 5%<br /><br />2 - DESCONTOS SI PRODUTOS FACILITADORES<br />- Carteiras de Sobrescritos... 5%<br />- Sobrescritos Correio Azul ... 5%<br />- Cartões Todas Ocasiões* ... 5%<br />- Cartões Boas Festas *... 5%<br />- Embalagens e sobrescritos de correio verde ... 5%<br />- Saquetas Almofadadas... 20%<br />- Embalagens Postais ... 20%<br /><br />* Os descontos concedidos sobre estes produtos poderão sofrer alterações de acordo com as condições especiais de cada campanha.<br /><br />3 - SERVIÇOS PRESTADOS<br />Sequência: CODIGO... DESIGNAÇÃO... Tabela C<br /><br /><strong><span style="font-size:130%;">ACEITAÇÃO DE CORREIO<br /></span></strong><br />REGISTOS<br />0102... SIMPLES ... 0,121<br />0105... EM MÃO ... 0,121<br />0108... PESSOAIS ... 0,152<br />0140... INTERNACIONAIS ... 151<br />0160... Serviço Especial de Registos (livros, Cecogramas e Sacos Especiais)... 0,121<br />0180... Aviso de recepção – nacional... 0,031<br /><br />0190... Aviso de recepção – internacional... 0,031<br />0200... Contra-Reembolso – nacional.... 0,082<br />0210... Contra-Reembolso – internacional.... 0,082<br />0240... SEGURO Adicional Nacional O, 100<br />0250---Valor Declarado Internacional... 0,118<br /><br /><span style="font-family:verdana;font-size:130%;"><strong>ENCOMENDAS NACIONAIS</strong></span><br />1085... Tarifa 1... 0,423<br />1145... Tarifa 2... 0,423<br />1265... CAM... 0,423<br />1400... c/Domicilio... 0,423<br />1410... c/Valor Declarado... 0,100<br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><span style="font-family:verdana;">ENCOMENDAS INTERNACIONAIS</span><br /></span>1310...Simples... 0,734<br />1365...c/Aviso de Recepção... 0,031<br />1390...c/ Contra-Reembolso... 0,082<br />1420... c/Valor Declarado... 0,118<br /><br /><span style="font-family:verdana;">ENTREGA DE CORREIO</span><br />ENTREGA AO BALCÃO<br />0700... Registos... 0,247<br />0705... Registos contra Reembolso... 0,288<br />0710... Registos Seguro especial c/ Valor Declarado... 0,244<br />0745... Correspondências Volumosas... 0,123<br />0755... Objectos com Direitos Aduaneiros... 0,224<br />1700... Encomendas... 0,100<br />1710... Encomendas Lista... 0,100<br />1729... Encomendas c/ Valor Declarado O,224<br />1730... Encomendas c/ Direitos Aduaneiros... 0,224<br />1740... Encomendas Contra Reembolso... 0,288<br />1855... SIGA – Encomendas... 0,288<br />1865... SIGA – Correspondências... 0,288<br />3760... Títulos/Recibos... 0,173<br /><br /><strong>SFP</strong><br />VALES<br />3100... Emissão de Vales Nacionais... 0,281<br />3130... Requisição de Vales Internacionais... 0281<br />3150... Pagamento de Vales Nacionais... 0,155<br />3160... Pagamento de Vales Internacionais... 0,155<br /><br />COBRANÇAS<br />3240... Cobrança Postal Automática... 0,050<br />3245... Cobrança Postal Manual... 0,050<br /><br />SEM CÓDIGO<br />- Corfax:<br />0% Revertendo a receita integralmente para o PC que suportará os custos de equipamento e comunicação;<br /><br />- Apartados:<br />100% da Receita<br /><br />- EMS:<br />Aceitação Nacional... 0,154 (€)<br />Aceitação Internacional... 0,184 (€)<br />Entrega ao Balcão... 0,196 (€) simples<br />Entrega ao Balcão... 0,234 (€) com reembolso<br /><br />- Filatelia:<br /><br />Livros: 7% da receita<br />Restantes: 5% da Receita<br /><br />Correio em Regime de Avença:<br />5% da receita para avença ocasional<br />0,031 (€) por guia para avença global<br /><br />Franquia mecânica:<br />4% da receita<br />________________________<br />Nota: Os CTT comprometem-se a efectuar um pagamento mínimo de 360€ caso as comissões pelos serviços prestados e a mensalidade não atinjam aquele valor.Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1166753214680104772006-12-22T01:57:00.000+00:002006-12-22T08:34:09.566+00:00CTT/JUNTA * CONTRATO DE PRESTAÇÂO DE SERVIÇOS dos CTT para a Junta de Freguesia<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS<br />Entre:<br />1º - CTT – CORREIOS DE PORTUGAL, S.A., com sede na Rua de S. José, n° 20, em Lisboa, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o n° 1697 – 4ª secção, com o capital social de € 87 325 000,00, NIPC 500077568, adiante designada por Primeira Contratante ou Correios, neste acto representada por _______________<br /><br />, na qualidade de Director da Rede de Postos Parcerias e Agências, com poderes para o efeito,<br /><br />e<br />2ª - Freguesia de _____________<br /><br />adiante designada por Segunda Contratante;<br /><br />Considerando que: </span></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">1. Os CTT estão interessados em aumentar os pontos de acesso aos serviços postais, por um lado, e elevar a qualidade de serviço postal prestado localmente, através de um aumento dos horários de atendimento e de um apoio próximo aos seus pontos de venda, por outro;<br />2. As Juntas de Freguesia são órgãos do Poder Local e constituem igualmente um espaço privilegiado de contacto com as populações, dada a sua legitimidade, elevada dispersão pelo país e relação de proximidade; </span></div><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><div align="justify"><br />3. As Juntas de Freguesia dispõem, na sua maioria, de instalações e serviços administrativos, podendo potencia-los, colocando à disposição das populações – como já acontece em muitos casos – um conjunto alargado de serviços de correio; </div><div align="justify"><br />4. O funcionamento de postos de correio nas Junta de Freguesia, com a prestação dos inerentes serviços, é uma experiência de longa data, com claros benefícios para as populações;<br /><br />É esclarecidamente e de boa fé celebrado o presente Contrato de Prestação de Serviços que se regerá pelas seguintes cláusulas:<br /><br /></span><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>Cláusula 1ª<br /></strong>1. A Segunda Contratante compromete-se perante a Primeira Contratante, através dos meios próprios da sua organização, a prestar ao público os seguintes serviços:<br />a) Aceitação e entrega de envios de correspondência nacionais e internacionais;<br />b) Venda de envelopes pré-fraquiados;<br />c) Realização de cobranças postais;<br />d) Recepção e pagamento de vales postais nacionais;<br />e) Aceitação e entrega de registos nacionais e internacionais<br />f) Aceitação e entrega de encomendas postais;<br />g) Venda de produtos de coleccionismo;<br />h) Serviço de Corfax ;<br />i}Serviço de Apartados;<br />j) Serviço de EMS<br />k) Aceitação correio em Regime de Avença;<br />l) Franquia mecânica, por máquina de franquiar ou etiquetadora do sistema ,(informático;<br />2. Os serviços indicados no número anterior serão prestados ao público pela Segunda Contratante na localidade de ________.<br /><br /><strong>Cláusula 2ª</strong><br />Durante a vigência deste contrato, a Segunda Contratante está autorizada a proceder à revenda de selos e outros valores postais, os quais deverá adquirir na Estação de Correios de __________, nas condições estipuladas no Anexo I a este contrato, que dele faz parte integrante. </span></span></div><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 3ª<br /></strong>Na realização da prestação de serviços objecto do presente contrato, a Segunda Contratante obriga-se a: </div><div align="justify"><br />a) Prestar os serviços com regularidade, continuidade, idoneidade, qualidade, urbanidade e zelo, em ordem à obtenção do melhor resultado de satisfação dos clientes e defendendo a boa imagem do serviço de Correios; </div><div align="justify"><br />b) Salvaguardar o sigilo, inviolabilidade e custódia dos envios de correspondência e outros valores; </div><div align="justify"><br />c) Assegurar a protecção de dados; a confidencialidade das informações transmitidas ou armazenadas e a protecção da vida privada; </div><div align="justify"><br />d) Assegurar a segurança das instalações; </div><div align="justify"><br />e) Assegurar a perfeita manutenção e tempestiva devolução de todos os bens móveis, nomeadamente aparelhagem e utensílios, pertencentes à Primeira Contratante, cujo uso ou detenção temporária esta lhe vier a facultar para execução deste contrato; </div><div align="justify"><br />f) Cumprir e fazer cumprir todas as normas, regulamentos e procedimentos relativamente aos serviços de Correios, ainda que resultantes de normativo interno da Primeira Contratante, bem como todas as instruções que esta lhe transmita relativas aos serviços referidos na Cláusula 1ª; </div><div align="justify"><br />g) Manter-se permanentemente abastecida de selos e outros valores postais em quantidades suficientes para adequado atendimento dos clientes; </div><div align="justify"><br />h) Garantir em termos de igualdade, o acesso pelos clientes aos serviços prestados, mediante o pagamento dos preços aplicáveis; </div><div align="justify"><br />i) Assegurar a prestação do serviço postal ao público, nos dias úteis, no horário das ___/ ____ </span></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6846217#_ftn1" name="_ftnref1"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">[1]</span></a></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">j) Prestar à Primeira Contratante contas e informações relativas aos serviços por si prestados, sempre que esta lhas solicite; </span></div><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><div align="justify"><br />k) Permitir qualquer auditoria ou acção de fiscalização que a Primeira Contratante entender levar a cabo nas suas instalações, fornecendo toda e qualquer documentação sem quaisquer restrições; </div><div align="justify"><br />l) Divulgar e publicitar de forma adequada os serviços prestados, e fornecer regularmente aos seus utilizadores informações sobre as condições gerais de acesso e de utilização dos serviços prestados, os respectivos preços e níveis de qualidade. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 4ª</strong><br />1. A Primeira Contratante fornecerá à Segunda o material e equipamento necessário à prestação dos serviços objecto do presente contrato, identificados no Anexo III ao presente contrato, de acordo com as regras previstas no Anexo II ao presente. </div><div align="justify"><br />2. A manutenção e reparação do equipamento referido no número anterior é da responsabilidade da Primeira Contratante, salvo se resultar evidente que a necessidade de reparação ou manutenção resulta de conduta culposa da Segunda Contratante.<br /><br /><strong>Cláusula 5ª</strong><br />1. Pela prestação dos serviços objecto do presente contrato, a Primeira Contratante pagará mensalmente à Segunda Contratante a quantia de ____€ (_________ euros), e ainda as comissões pelos serviços prestados.<br />2. O valor da soma resultante do número anterior será actualizado anualmente em função do índice de inflação, não podendo o valor do preço; a pagar pelos serviços prestados resultante da actualização ser inferior ao salário mínimo nacional aprovado para esse ano. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 6ª<br /></strong>O presente contrato é celebrado intuitu personae, não podendo a Segunda Contratante ceder total ou parcialmente a sua posição contratual, salvo existindo prévia autorização escrita da Primeira Contratante. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 7ª</strong><br />1. Em caso de impedimento temporário, a Segunda Contratante deverá assegurar a continuidade da prestação do serviço por pessoa idónea, informando previamente a Primeira Contratante da identidade dessa pessoa. </div><div align="justify"><br />2. Em caso de recurso pela Segunda Contratante à colaboração de terceiros para o cumprimento das obrigações emergentes do presente contrato, nos termos do número anterior, a Segunda Contratante manter-se-á como responsável pela boa execução das obrigações assumidas, sendo solidariamente responsável por quaisquer prejuízos decorrentes da conduta dos terceiros. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 8ª</strong><br />1 A Segunda Contratante prestará diariamente contas, nomeadamente mediante a entrega de documentação, numerário ou cheques, de acordo com as instruções da Primeira Contratante, e em local por esta definido.<br />2. Para efeitos do disposto na parte final do número anterior ftça desde já definido o seguinte local: Estação de Correios de ________. [OLIVEIRA DO BAIRRO]</div><div align="justify"><br />3. A Primeira Contratante disponibilizará à Segunda um fundo de maneio financeiro no valor que repute necessário à normal prestação dos serviços objecto do presente contrato, designadamente para o pagamento de vales postais, cabendo à Segunda Contratante a sua gestão. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 9ª</strong><br />1. A Primeira Contratante, ou quem esta indicar, poderá, sempre que o entenda necessário ou conveniente, proceder à averiguação de quaisquer factos que repute necessários para aferir do cumprimento regular da prestação dos serviços de que está incumbida a Segunda Contratante. </div><div align="justify"><br />2. A Segunda Contratante deverá facultar à Primeira Contratante, ou a quem esta indicar, o acesso às instalações onde decorre a prestação de serviços no horário normal de funcionamento, bem como o exame irrestrito de qualquer documentação.<br /><br /><strong>Cláusula 10ª</strong><br />1. A Primeira Contratante dará à Segunda o apoio necessário, a nível de formação e logística, por forma a garantir uma correcta prestação do serviço postal. </div><div align="justify"><br />2. A Primeira Contratante manterá uma equipa interna (Responsáveis pela Rede de Terceiros) para dar assistência regular aos prestadores do Serviço de Postos de Correios, por forma a garantir a aplicação dos standards acordados.<br />3. A imagem global da loja e os standards de comunicação interna serão definidos pela Primeira Contratante, ouvida previamente a Segunda Contratante. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 11ª</strong><br />1. A Segunda Contratante é a única responsável pelo pessoal ou quaisquer meios humanos que afecte à prestação dos serviços objecto do presente contrato, bem como pelo cumprimento das obrigações que decorram de eventuais relações laborais ou de prestação de serviços existentes com o mencionado pessoal. </div><div align="justify"><br />2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, competirá à Primeira Contratante a instrução de eventuais processos de inquérito, tendo em vista a averiguação de quaisquer irregularidades praticadas na execução dos serviços objecto do presente protocolo. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 12ª</strong><br />1. O presente contrato produz efeitos a partir de...................<br />e vigorará pelo prazo de dois anos, sucessiva e automaticamente renovável por períodos de um ano, caso não seja denunciado por qualquer das partes; </div><div align="justify"><br />2. A denúncia será efectuada mediante comunicação por carta registada com aviso de recepção, com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias, relativamente ao seu termo ou de qualquer uma das suas renovações. </div><div align="justify"><br />3. A denúncia do contrato por qualquer das partes não confere à outra parte direito a qualquer indemnização. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 13ª<br /></strong>O não cumprimento, por uma das partes, de qualquer obrigação resultante do presente contrato, confere à outra parte o direito de o resolver imediatamente, mediante comunicação por carta registada com aviso de recepção. </div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 14ª</strong><br />Verificando-se, por qualquer motivo a cessação do contrato, todo o material e equipamento fornecido à Segunda Contratante nos termos da cláusula 4ª e do Anexo II, deverá ser por esta entregue à Primeira no prazo máximo de 15 (quinze) dias, no local que esta lhe indicar.</div><div align="justify"><br /><strong>Cláusula 15ª<br /></strong>O presente contrato rege-se, no que nele for omisso, pelo regime previsto nos artigos 1154° e seguintes do Código Civil.<br /><br /><strong>Cláusula 16<br /></strong>Para dirimir quaisquer questões emergentes deste contrato, será competente o Tribunal Judicial da Comarca de ___________.<br /><br />Feito em..................., aos ___ de _______________ de 2006, em duas vias de igual teor e forma, uma para cada parte.<br /><br />A Primeira Contratante<br />_____________________________________<br /><br />A Segunda Contratante<br />_______________________________________ </div><div align="justify">*<br /></span><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6846217#_ftnref1" name="_ftn1"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">[1]</span></a><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> Não inferior a três horas e meia diárias</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:130%;">***************</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:130%;">Acompanha o processo o Decreto-Lei nº 112/2006, de 9 de Junho</span></div>Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1164195739735137752006-11-22T11:33:00.000+00:002006-11-22T11:55:19.133+00:00NOTA JUSTIFICATIVA ABRE LIVRO 'OLIVEIRA DO BAIRRO - EM BUSCA DA HISTÓRIA PERDIDA'<div align="justify"><br />NOTA JUSTIFICATIVA [1]<br />A Câmara Municipal, ao patrocinar a publicação deste Livro "Oliveira do Bairro – Em Busca da História Perdida", fá-lo em honra de gerações de "Homens Bons" a quem estiveram confiados os destinos do nosso Concelho desde 1820 até aos nossos dias.<br />As diferentes épocas e diversas e polémicas circunstâncias em que o Concelho foi gerido, a partir de 1820, com mais ou menos autonomia, com mais ou menos capacidade financeira, correspondem às diferentes épocas político-administrativas por que passou Portugal a partir de 1820, às quais me permito, de uma maneira rápida, fazer uma curta incursão histórica, explicativa das razões que, ao longo dos tempos, levaram aos diferentes avanços e recuos do Municipalismo.<br />Assim, com as invasões francesas e a fuga de D. João VI para o Brasil, os Municípios foram despojados de alguns poderes e vergados à crise política e social que se abatera sobre Portugal.<br />Em consequência da referida crise, os Municípios Portugueses, nos primeiros anos do século XIX, mantiveram-se sem dar sinais de vida, agravando-se a letargia em que já se encontravam mergulhados desde os séculos XVII e XVIII.<br />A revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, que marca o fim do período que é comum ser designado como "Antigo Regime", surgiu no quadro de quase vazio político-institucional, então existente em Portugal, em que, na sociedade portuguesa, fundamentalmente rural, tudo ficava longe de tudo e de todos, com os povos, os lugares, as vilas e as próprias cidades sem poderem comunicar entre si e num contexto da presença dominadora do poder britânico.<br />Os liberais, uma vez instalados no poder, iniciaram então uma vasta acção tendente a levantar o País do caos em que tinha caído, promulgando a Constituição de 1822 que consagrou a primeira reforma dos Municípios do século XIX.<br />Esta "Constituição" previa a existência de Câmaras, compostas por Vereadores em número a designar por lei, por um Procurador e um Escrivão, em todos os povos onde conviesse o "Bem Público".<br />A construção do "Estado Moderno", permitido pelo Regime Liberal, foi, contudo, um processo lento, num País que, durante as duas primeiras décadas de "Constitucionalismo Monárquico", sofreu graves crises financeiras, num período marcado por lutas contínuas e por vezes violentas, entre as variadas facções.<br />Entretanto, no período de 1828 a 1834, ocorreu a maior Reforma Administrativa Portuguesa de autoria de "Mouzinho da Silveira" que elaborou, pela primeira vez, um conjunto de diplomas definidores, de dois grandes princípios de "Administração Pública Portuguesa", a saber:<br />I ° Separação entre a Administração e a Justiça e correspondente separação entre os Orgãos Administrativos e os Tribunais.<br />2° Absentismo do Estado nas áreas económica, cultural e social, de acordo com as ideias do Liberalismo que se pretendia implantar no País<br />.<br />A referida Reforma da Administração Local feita pelo Decreto n° 23 de 10 de Maio de 1832 tinha por base a organização Administrativa Napoleónica, estando por isso imbuída de princípios centralizadores, a ponto de reduzir as Câmaras Municipais a pouco mais que meros Orgãos Consultivos do Governo Central.<br />O Reino dividia-se em Províncias, Comarcas e Concelhos. As Províncias eram administradas por um Chefe com o nome de Prefeito, existindo um Sub-Prefeito na Comarca onde não existisse Prefeito e os Concelhos eram administrados por um Provedor, sendo todas estas Autoridades Administrativas nomeadas pelo Rei.<br />Não obstante os clamores e protestos vindos de todo o País, o regime, consagrado no Decreto de 1832, manteve-se em vigor até 31 de Dezembro de 1836, data em que foi aprovado o novo Código Administrativo que ficou conhecido por "Código de Passos Manuel" e que adoptou um Sistema Administrativo de pronunciada tendência descentralizadora, tendo assim sido reforçada a autonomia dos Municípios.<br />Decorridos sete anos, foi publicado um novo Código Administrativo (1842), de índole marcadamente centralizadora que registou uma nova fase da organização administrativa. O sentido centralizador deste Código de 1842, conhecido por "Código de Costa Cabral", encontra-se essencialmente, na figura do Administrador do Concelho que era um representante do Poder Central junto da Administração Local e na ampliação dos poderes de tutela do Poder Central sobre os Municípios.<br />.<br />Este Código trouxe como novidade a criação do Conselho Municipal, constituído por contribuintes eleitores cujo voto favorável devia concorrer com o da Câmara nas deliberações que assumissem maior relevância para as funções dos Municípios.<br />Entre 1854 e 1870, foram ensaiadas várias Reformas Administrativas, todas fracassadas, não pelo seu desmérito, mas pela instabilidade político-social existente, verificando-se então a supressão de grande número de Municípios.<br />Com a publicação do Código Administrativo de 1878, consagra-se, mediante um apreciável esforço de clareza e simplificação, o respeito pelas tradições históricas e seculares de Portugal, na manutenção de autonomia e foros Municipais.<br />Todavia, a acesa disputa a que se assistiu entre os dois Partidos que alternavam no poder "(Partido Regenerador e Partido Progressista)", levou a que a Autonomia dos Municípios tivesse sofrido sucessivos avanços e recuos até ao fim da Monarquia.<br />Se, no período da República, a Administração Pública Portuguesa passou a ser enformada por princípios descentralizadores e de Autonomia, merecendo especial referência as eleições dos órgãos locais, durante o regime político que ditou os destinos dos Portugueses, no período de 28 de Maio de 1926 a 24 de Abril de 1974, os Municípios foram asfixiados política, administrativa e financeiramente, pelo Governo.<br />.<br />Apesar das vicissitudes porque os Municípios passaram, Teixeira de Pascoaes, no seu Livro "A Arte de Ser Português" afirma: "Foi por intermédio da vida Municipal que, entre nós, a família começou a existir politicamente", acrescentando que "Os Municípios devem ser o ponto de contacto entre a família e a pátria, dimanando o Estado directamente daqueles", para concluir que "o Estado derivaria da própria organização Municipalista".<br />Só com a mudança do Regime Político, verificada em 25 de Abril de 1974, que restituiu a Liberdade Política aos Portugueses e fez a rotura completa, política e administrativamente, foram restaurados os princípios da Autonomia das Autarquias Locais e da descentralização democrática da Administração Pública, conquistando aquelas também novas atribuições e competências próprias e exclusivas e assumindo ainda, por essa via, novas responsabilidades.<br />A Autonomia do Poder Local foi concerteza uma das maiores conquistas que as populações viram consagradas na Constituição da República Portuguesa de 1976, sendo os anos de 1976 e 1977 determinantes para a fixação do actual regime de organização e funcionamento do Poder Local.<br />Foi, pois, no contexto político-administrativo, de 1820 até aos nossos dias, que "Homens Bons" geriram os destinos do nosso Concelho e do País, conforme o autor deste livro tão bem relata e descreve.<br />O caminho percorrido pela Administração Local, nestes anos de democracia, é garantia de que o Poder Local Democrático tem virtualidades para assumir o futuro do País, bastando para tal que as mesmas sejam aprofundadas.<br />A publicação deste livro é mais um trabalho de investigação cuidada que fica a dever-se ao Escritor Armor Pires Mota.<br />Foi com particular satisfação que vi ser aceite pelo autor o desafio que lhe fiz de acrescentar ao trabalho que ele já tinha em mente a identificação dos nomes de todos os "Homens Bons" que geriram os destinos do nosso Concelho, no período em análise.<br />Visando prestar-lhes merecida e perene homenagem, as fotografias cuja a recuperação foi possível fazer de alguns desses "Homens Bons" e lápides evocativas dos restante, serão descerradas no salão de Reuniões da Câmara, em sessão solene, no dia da apresentação pública deste livro.<br />A Câmara, ao relembrar a memória dos "Homens Bons” que serviram o Concelho, muitas vezes sem nada ganharem ou mesmo sofrendo com o arremesso das pedras da incompreensão, pretende, como afirma o autor do livro, trazê-Ios de volta ao seu povo e terra.<br />.<br />A Câmara Municipal e o seu Presidente em particular, ficam a dever ao Escritor Armor Pires Mota esta valiosa obra, cuja leitura atenta permitirá reavivar alguns valores da nossa "memória colectiva", contribuindo assim para um melhor conhecimento histórico da realidade contemporânea das nossas raízes.<br />.<br />Paços do Concelho de Oliveira do Bairro, Setembro de 1997<br />O Presidente da Câmara,<br />Acílio Domingues Gala<br />______<br />[1] Nota Justificativa abre o livro de Armor Pires Mota, Oliveira do Bairro – Em Busca da História Perdida, edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, tiragem 1000 exemplares, Setembro de 1997. </div>Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1148694403547229572006-05-27T02:44:00.000+01:002006-05-27T02:46:43.560+01:00PROJECTO DE LEI N.º 63/IX ELEVAÇÃO À CATEGORIA DE CIDADE DA VILA DE OLIVEIRA DO BAIRRO<div align="justify"> PROJECTO DE LEI N.º 63/IX<br /><br />Exposição de motivos<br /><br />Oliveira do Bairro é terra bastante antiga.<br />O primeiro documento que se conhece a dar notícia da sua existência tem data de 2 de Junho de 922, fazendo parte então de um grupo de outras povoações que foram doadas ao Mosteiro de Crestuma. Foi doada a vila «Olivária» e a Igreja da Invocação de S. Miguel.<br />Todavia, Oliveira do Bairro é muito mais antiga. Vem, no mínimo, do tempo dos romanos e era, então, denominada Capis Ulvaria.<br />Por sua vez, as inquirições de D. Afonso II (1220) referem-se já à uillam de Ulveira, terra que era regalenga, enquanto que, em 1376, surge na relação dos lugares obrigados a pagar para as obras da cidade de Coimbra. Pertencia então ao Infante D. Pedro, que era senhor das terras de Aveiro e de Mira.<br />Em 26 de Maio de 1431 era feita uma relação de propriedades que eram pertença do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e lá figurava a fregujia da igreja dulueira.<br />Em 6 de Abril de 1514 D. Manuel I concedia-lhe o foral que, de certo modo, era a carta de alforria administrativa, constituindo-se, assim, em pequeno concelho. Aqui tinha o início do desenvolvimento para ser, no futuro, sede de um grande concelho.<br />Oliveira do Bairro é hoje sede de freguesia do concelho com o mesmo nome e pertence ao distrito de Aveiro.<br />O concelho de Oliveira do Bairro tem uma população de 21 160 habitantes, dos quais mais de 5000 residentes na vila de Oliveira do Bairro, que possui uma área de 2328 ha.<br />Oliveira do Bairro inclui-se na Região Demarcada dos Vinhos da Bairrada, pelo que a vinicultura ainda constitui uma parte importante da actividade agrícola. Apesar de a vila de Oliveira do Bairro se encontrar num processo de transição acelerado para urbano e industrial, em que as indústrias crescem de mãos dadas com o ambiente, pretende-se preservar a ruralidade envolvente.<br />De entre os equipamentos sociais, recreativos, desportivos, culturais, comerciais e industriais existentes destacam-se os seguintes:<br />Estabelecimentos de ensino:<br />— Uma escola secundária;<br />— Uma escola EB 2.3;<br />— Quatro escolas do 1.º ciclo do ensino básico;<br />— Três jardins de infância públicos;<br />— Um jardim de infância particular;<br />— Uma escola de línguas, «ABC de Línguas»;<br />—Uma escola de música, «Filarmónica União de Oliveira do Bairro».<br />— 19 associações culturais e recreativas;<br />— Corporação de bombeiros voluntários;<br />— Oliveira do Bairro Sport Club, que milita na 2.ª divisão;<br />— Estação de caminho-de-ferro;<br />— Biblioteca municipal;<br />— Hospital;<br />— Centro de saúde;<br />— Três clínicas médicas;<br />— Duas clínicas veterinárias;<br />— Dois consultórios de estomatologia;<br />— Duas farmácias;<br />— Cartório notarial;<br />— Conservatórias do registo civil e predial;<br />— Tribunal de comarca;<br />— Julgado de paz;<br />— Cinco instituições bancárias;<br />— Quartel da Guarda Nacional Republicana;<br />— Casa do povo;<br />— duas praças de taxis;<br />— Três postos de abastecimento de gasolina;<br />— 42 empresas ligadas às áreas de cerâmica, metalomecância, confecções, moagem, mobiliário, construção civil, artes gráficas, porcelanas, carpintaria, serralharia e outras;<br />— Várias casas comerciais de diferentes especialidades;<br />— Uma estação dos CTT;<br />— Um parque desportivo com 7 ha, onde já estão em funcionamento as seguintes infra-estruturas: um estádio municipal, relvado, com bancadas, iluminação nocturna e serviços de apoio, duas piscinas aquecidas, sendo uma para crianças e outra para adultos, dois campos de ténis, um polidesportivo, um pavilhão multiusos e um parque infantil;<br />— Vários restaurantes, com pratos regionais, denominadamente o leitão da Bairrada e a chanfana, acompanhados do excelente champanhe da Bairrada;<br />— Uma residencial de três estrelas.<br />Toda a freguesia já dispõe de redes de água, esgotos de águas fluviais e gás.<br />Todas as redes telefónicas, energia eléctrica e cabo (televisão e internet), dentro da vila são subterrâneas.<br />A elevação da vila de Oliveira do Bairro a cidade é mais um forte estímulo para a aceleração do crescimento sustentado, o que já se verifica, com as consequentes repercussões administrativas e financeiras.<br />Nestes termos, entendendo o Grupo Parlamentar do CDS-PP estarem preenchidos os requisitos indicados no artigo 14.º da Lei n.º 11/82 de 12 de Junho, apresenta o seguinte projecto de lei de elevação à categoria de cidade da vila de Oliveira do Bairro:<br /><br /><strong>Artigo único</strong><br /><br />A vila de Oliveira do Bairro, do concelho com o mesmo nome, é elevada à categoria de cidade.<br /><br />Palácio de São Bento, 11 de Junho de 2002. Os Deputados do CDS-PP: Telmo Correia — Acílio Gala — Isabel Gonçalves — Henrique Campos Cunha — Diogo Feio — Manuel Cambra — Nuno Teixeira de Melo.<br /><br /> </div>Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1142383242187778272006-03-15T00:38:00.000+00:002006-03-15T09:17:47.003+00:00INSTALAÇÃO DA BIBLIOTECA FIXA Nº 26 ofício da FCG, 24.11.1960<div align="justify">"Fundação Calouste Gulbenkian<br />Serviço de Bibliotecas Itinerantes<br />Lisboa<br /><br />Lisboa, 24 de Novembro de 1960<br /><br />Ex.mo Snr.<br />Secretário da Comissão de Melhoramentos de<br />BUSTOS<br /><br />Ex.mo Senhor<br />Seria sem dúvida utilíssima a criação de uma Biblioteca Fixa da Fundação em Bustos.<br />A fim de podermos estudar a sua instalação, agradecemos nos informe a respeito das possibilidades da vossa Comissão, nomeadamente no que se refere à compra de estantes e ao pagamento de um Encarregado. Interessa-nos também conhecer as condições de acessibilidade à sala de leitura, visto que a Biblioteca se destina a toda a população.<br />Esperando uma resposta, aproveito a oportunidade para lhe apresentar os meus melhores cumprimentos.<br />O INSPECTOR GERAL"<br />Assina </div><div align="justify">(António de Quadros Ferro)</div>Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1133177827873714152005-11-28T11:35:00.000+00:002005-11-28T11:38:05.906+00:00ANDRÉ GRANJO – PERCURSOS DO CURRÍCULOANDRE ANDRÉ GRANJO – PERCURSOS DO CURRÍCULO<br /><br />André Filipe Oliveira Granjo nasceu em Oiã em 1975 e sempre residiu no Troviscal. Aprendeu música desde os 4 anos na escola ”A Tecla” da Palhaça, com o Sr. Álvaro Ferreira na Mamarrosa, ingressando aos 8 anos na Banda Filarmónica dessa localidade. Desde essa idade acompanha seu pai (Silas Granjo) na Banda Marcial de Fermentelos e Orquestra Típica e Coral de Águeda.<br />Desde 1989 colabora no ensino da música no Troviscal, na escola que viria a dar origem à União Filarmónica. Frequenta, desde os 10 anos o Curso de Clarinete no Conservatório de Aveiro e completa-o depois no conservatório de Coimbra. Paralelamente, frequenta a pré-primária no Centro Social de Oiã, a primária no Troviscal, o Ciclo Preparatório na Escola João Afonso em Aveiro, e todos os estudos seguintes no Instituto de Promoção Social da Bairrada – Bustos, onde completa o 12º ano.<br />Foi sempre um aluno participante activo em todas as actividades nas escolas que frequentou, obtendo sempre boas classificações. Tendo a biologia e a música como interesses prioritários, e Coimbra como paixão, acaba por ingressar no curso de Antropologia da Faculdade de Ciências. Inscreve-se na Tuna Académica da Universidade de Coimbra, organismo centenário por onde passaram figuras como José Afonso, Egas Moniz, Adriano Correia de Oliveira, Barbosa de Melo, Almeida Santos, ou para mencionar apenas as do nosso concelho, Dr. António Vicente, Dr. Armando Reais Pinto e Dr. Carlos Pereira, e tantas outras personalidades ilustres. Na história centenária desse Organismo o André foi o primeiro caloiro (ao tempo com 19 anos) alguma vez escolhido pelos “doutores” para maestro da Orquestra da Tuna.<br />Em 1995 cria o Grupo de ”Rags”, integrado na Tuna, e dirige estes grupos por todo o País, Espanha, França, Itália, Eslováquia, Macau, em centenas de apresentações, e lá continua, 11 anos depois. Estuda interpretação, direcção coral e instrumental com importantes maestros portugueses e estrangeiros. Foi maestro convidado do Orfeon Académico de Coimbra e do Orfeon da Casa do Povo do Troviscal. Licencia-se em Antropologia, sem nunca deixar de participar activamente na Banda da Mamarrosa e na União Filarmónica do Troviscal, sendo, em 2001, escolhido para a dirigir. Continua o trabalho que estava a ser desenvolvido por seu pai e prestigia o Concelho e o País à frente dessa jovem Banda nas deslocações a França (2001), Holanda (2002) – onde teve a classificação de excelente, sendo considerada a melhor banda entre 30 participantes de todo o mundo – várias vezes a Espanha, República Checa (2004) – onde foi representar Portugal no festival comemorativo do alargamento da União Europeia. Naturalmente, dirige a Banda, nas actuações em muitas e variadas localidades do País.<br />Em 1997 ajuda a organizar e participa no sarau, exposição e homenagem a José de Oliveira e Banda Escolar do Troviscal, aquando do lançamento do livro - “Rio de Memória”, de Leocádia Pato. Em 1998 participa na organização da exposição e Conferência sobe música no salão das Obras Sociais da Mamarrosa, aquando das comemorações do centenário da Restauração do Concelho de O. Bairro.<br />Estas vivências, estes contactos desde criança com pessoas ligadas aos mais variados tipos de manifestações musicais e culturais levam-no a fazer um pequeno projecto para um centro de documentação digital sobre a música no Concelho, que entrega na Câmara, a que esta não dá seguimento, mas que utiliza depois para iniciar o processo de criação do Museu de Etnomúsica. Em Março de 2000 organiza, com muito sucesso, as Primeiras Jornadas Nacionais de Etnomusicologia, em Coimbra, e nos finais do mesmo ano faz a catalogação dos aerofones da colecção de instrumentos de Michel’angelo Lambertini pertencente ao Museu Nacional da Música, cuja identificação era difícil por não haver inventário desde 1914. Este trabalho está publicado no Catálogo/livro da exposição de homenagem a Michel’angelo Lambertini, editado pelo Museu da Música em 2002 (pp. 271-281).<br />Em 2001 completa um estágio profissional, de 9 meses, na Delegação Regional da Cultura do Centro, em contexto de trabalho real, na função de Antropólogo. Obtém o aproveitamento de Muito Bom, com a indicação de que “os objectivos foram quase todos atingidos, revelou capacidade de trabalho, conhecimentos, sentido de responsabilidade.” Por todo o trabalho desenvolvido, a Srª Delegada Regional da Cultura acrescenta que o André “revelou qualidades que o vão tornar um profissional de excelência”. No plano académico possui parte de um Mestrado em Ciências Musicais na Universidade de Coimbra e em Outubro tem as provas finais para a Pós Graduação em Direcção de Bandas. Tem estado a frequentar este curso no Conservatório de Maastricht na Holanda, com o Maestro Jan Cober, as provas serão em Espanha, e poderá ser o 1º Mestre Português em Direcção de Bandas.<br />Em 2003, em negociações, realizadas com o apoio da câmara, trata do projecto de construção e projecto de criação da Escola de Artes da Bairrada. Propõe um Director Administrativo e um Director Pedagógico e submete às entidades competentes (DREC) o processo para autorização de funcionamento. Posteriormente, a mesma Câmara suspende o processo, afasta-o do projecto, mas vem retomá-lo com as mesmas pessoas por ele indicadas, porque foi o único meio legal de abrir a Escola ainda em 2003/2004.<br />Em Junho de 2004, já como estagiário na Câmara, frequenta o Curso para Técnicos e Técnicos Superiores, no Centro de Estudos e Formação Autárquica de Coimbra, faz todas as unidades, e completa-o com a nota final de 17 valores. Tem vários artigos preparados para a Enciclopédia da Música Portuguesa do Século XX, uma colaboração com o Instituto Nacional de Etnomusicologia, que será editado pela Universidade Nova de Lisboa.<br />Em 4 de Novembro de 2005 participou numa mesa redonda sobre a história das Tunas Académicas da Universidade de Coimbra, formada também pelos Drs. Almeida Santos e Fernando Rolim e moderada pelo Prof. Doutor Polybio Serra e Silva.Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1130639117866845252005-10-30T02:17:00.000+00:002005-11-01T21:11:42.426+00:00REGULAMENTO DO CEMITÉRIO/1922<div align="justify">Em sessão ordinária de <strong>16.04.1922</strong>, a Junta de Freguesia de Bustos deliberou regulamentar as normas de utilização do Cemitério. Dos doze artigos do regulamento, o 1º é reservado às obrigações do coveiro.<br />*************************************************<br /><strong>1º REGULAMENTO DO CEMITÉRIO</strong></div><strong></strong><div align="justify"><br /><strong>Artigo 1.º</strong> – <strong><em>É de obrigação do coveiro</em></strong></div><div align="justify"><strong><em></em></strong><br /><strong>1.º</strong> Enterrar os cadáveres que lhe forem apresentados com guia por onde se prove que foi pago o respectivo covato; </div><div align="justify"><br /><strong>2.º</strong> As covas terão 65 centímetros de largura por 1,70 m de comprimento e 1,22 m de profundidade separadas umas das outras por um espaço de 0,70 centímetros<a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6846217#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> por todos os lados; </div><div align="justify"><br /><strong>3.º</strong> As covas para crianças terão a largura de 0,35 m por 0,80 m de comprimento e um metro de profundidade; </div><div align="justify"><br /><strong>4.º</strong> Tapar as fendas e abatimentos que se formam nas sepulturas deitando sobre elas a terra precisa para que fiquem abauladas; </div><div align="justify"><br /><strong>5.º</strong> Arrancar as silvas e outros arbustos nativos, conservando o cemitério em perfeito estado de limpeza e asseio; </div><div align="justify"><br /><strong>6.º</strong> Cumprir as ordens emanadas do Presidente da Junta. </div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 2.º</strong> Fica proibida a colocação de lápides, mausoléus, grades ou quaisquer outros distintivos em sepulturas particulares sem prévia autorização da Junta, e apresentação da respectiva planta do alçado, ficando um exemplar arquivado na respectiva secretaria, se essa planta for aprovada.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 3.º</strong> Cada lápide, mausoléu ou grade não poderá ocupar mais de 35 centímetros de largura nem mais de 1,80 (m) de comprimento, alinhando umas com as outras, sob a responsabilidade do coveiro que assistirá, a pedido dos interessados, a estes serviços, por cujo trabalho receberá dos mesmos interessados, a retribuição devida em harmonia com o tempo perdido. Os mausoléus de crianças, lápides ou grades não poderão ocupar mais de 60 centímetros de largo, e 1,30 (m) de comprimento.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 4.º</strong> Os que ocuparem maior superfície que a designada no artigo anterior, ficam obrigados apagar à Junta o preço de uma sepultura a mais visto que, pouco ou muito que ocupem em sepultura não adqui(r)ida, esta fica inutilizada por não ficar com as devidas dimensões.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 5.º</strong> A cantaria empregada em lápides, mausoléus, capelas ou outra obra de arte, será aparelhada fora do recinto do cemitério, e não poderá ser encostadas a plantas ou arbustos que orlam as ruas e servem de ornamento no cemitério.</div><div align="justify"><br /><strong>§ único</strong> Fica igualmente proibido cortar ou arrancar buxo ou plantas que servem de ornamento ao cemitério, ficando os infractores responsáveis pelos prejuízos e sujeitos a responderem em processo criminal.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 6.º</strong> As escavações para jazigos, capelas e outras obras serão executadas sob a vigilância e responsabilidade do coveiro, serviço este que será retribuído pelos interessados; e a terra saída dessas escavações ou fundações, não sendo necessária, será retirada do cemitério pelos interessados.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 7.º</strong> As autorizações de que se trata no art.º 2.º serão atribuídas conforme a determinação da Junta.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 8.º</strong> Fica expressamente proibida a exumação de qualquer cadáver antes de cinco anos a contar da sua inumação.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 9.º</strong> Se dentro do cemitério aparecer algum cadáver sem formalidades do costume, deverá este facto ser participado à competente autoridade local que deverá ali aparecer dentro de vinte e quatro horas. Não aparecendo (a autoridade) o cadáver será sepultado em cova separada.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 10.º</strong> De três em três anos os donos dos jazigos, mausoléus e outras obras d’arte, mandarão limpá-los, avivar as respectivas letras e pintar as portas e grades de ferro.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 11.º</strong> As ossadas e outros despojos cadavéricos não poderão ficar à superfície da terra.</div><div align="justify"><br /><strong>Artigo 12.º</strong> As famílias que adquirirem terrenos para jazigos ou sepulturas perpétuas, pagarão, além de covato, a retribuição que a Junta arbitrar, conforme estabelece o art.º 6.º do decreto de 8 de Outubro de 1835.</div><div align="justify">................<br /><a title="" style="mso-footnote-id: ftn1" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6846217#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> refere-se a 70 centímetros, já que seria (e é) extremamente difícil medir 7 milímetros de terreno. </div>Altinohttp://www.blogger.com/profile/11677712531982035209noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1130442271407841722005-10-27T20:35:00.001+01:002009-03-15T09:25:40.213+00:00ADRIANO MOREIRA: A IDENTIDADE NACIONAL<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Ninguém escolhe a Nação em que lhe acontece nascer, mas é um acto de liberdade decidir ficar. Na experiência ocidental, o facto de essa comunidade corresponder a uma cultura de solidariedade com raros, se alguns, outros modelos equivalentes, determinou uma evolução consistentemente apoiada e dirigida no sentido de haver uma coincidência entre a Nação e o Estado, e por isso fazendo do Estado Nacional soberano o modelo ideológico da área cultural mais vasta dos europeus.<br /><br />O conceito, que não foi apenas inspirador de projectos pacíficos de governo e de relacionamento internacional, projectou-se no mundo hoje globalizado em termos de os recentíssimos Estados nascidos da descolonização proclamarem um nacionalismo de projecto, deste modo assumindo que pretendem orientar o seu povo para um modelo final de nação, que solidarize os pluralismos internos acomodados dentro das fronteiras que as hegemonias exteriores definiram.<br /><br />Acontece que ao mesmo tempo em que este valor se mundializou, a rede de interdependências que a ciência, a técnica, e a teologia de mercado, teceram ao redor da terra, globalizando as exigências de gestão e de reinvenção da governança internacional, produziu uma evidente crise do Estado soberano, a qual se traduz numa nova hierarquia efectiva das potências, em soberanias cooperativas agrupadas em grandes espaços, e também em perdas de capacidade para realizar os objectivos que historicamente foram incumbidos às soberanias, fazendo multiplicar os Estados exíguos, isto é, em declínio de exercício no mundo contemporâneo.<br /><br />Tudo isto são evoluções dolorosas em que também participamos, mas seria um erro de graves consequências não reconhecer que a crise do Estado soberano não significa crise do Estado nacional, que em mais de uma circunstância histórica desafiante foi uma realidade que despertou, cresceu, e tornou vigorosa a energia capaz de reformular o seu conceito estratégico, tendo como primeira tarefa desembaraçar o ambiente de pessimismos, de autoavaliações depreciativas e deprimentes, de estados de espírito demissionários, de contaminações da decisão de ficar. A atitude que se traduz em regressar à meditação sobre a identidade nacional, peregrinando pela herança dos que sonharam, racionalizaram, apoiaram, implantaram, defenderam e legaram o conjunto de referências da história vivida, dos mitos, dos modelos racionais, e dos valores éticos que definem a maneira portuguesa de estar no mundo, tal atitude proclama a decisão de pôr em evidência o alicerce de que com maior segurança se tem de partir para responder, com novo vigor, e de maneira activa, aos desafios que se perfilam e às incertezas que não se desvendam. Não há que supor que a globalização, cujo dinamismo é ainda deficientemente conhecido, poderia deixar de criar uma definição de valores em função da unidade em estruturação, nem é de recear o inevitável fenómeno da creoulização dos modelos de comportamento em consequência da libertação e encontro de todas as culturas antes separadas por estruturas políticas e afastamentos geográficos, porque foi de um processo semelhante que emergiram as nações, e algum tecido novo deve emergir em resposta ao reconhecimento de que o mundo é a casa comum do género humano.<br /><br />Esta evolução desactualizou todos os conceitos políticos que foram dominantes até ao fim da guerra de 1939-1945, e nesta data a relação de confiança das sociedades civis com as estruturas governamentais clássicas está afectada em todo o espaço ocidental, a comunicação entre as estruturas supranacionais e os povos é débil, a governança internacional espera reinvenção, a carência de lideranças é notória.<br />O apelo à avaliação do futuro dos valores vem de sedes espirituais diversificadas, e de homens de variada filiação cultural, como Edgar Morin, Mohammed Arkoun, Paul Ricoeur, Jacques Derrida, Fay Chung, Nadime Gordimer, Jérôme Bandé, juntos com muitos outros em meditação, na qual não pode estar ausente a UNESCO, nem o PNUD com a sua voz a favor dos submetidos à geografia da fome.<br /><br />Nenhum país está imune em relação a este ambiente que, por muitas latitudes, produz o efeito colateral do desânimo, do pessimismo, da falta de referência, da passividade que é o contrário da virtude do civismo. As sociedades civis, como acontece entre nós, parecem envolvidas por um tecido de polémicas e imagens que se distanciam da realidade, deixam na penumbra o conceito da vida angustiada das comunidades mergulhadas na incerteza, mas ainda assim a tentar exercitar a voz e o poder dos que não tem poder.<br /><br />É neste ambiente, longe das euforias mas não da coragem, que os chamados homens bons da tradição, os quais exercem as responsabilidades da vizinhança, guiam as atenções para o eixo da roda que são os valores da identidade, regressam à escuta das vozes que no passado ampararam a resposta às incertezas de cada nova conjuntura, reforçam o tecido que dá forma à comunidade, organizam o alicerce no qual se firma a bandeira da ambição cívica, do projecto de novos futuros, da determinação e da esperança. Esta cerimónia é exemplo de muitas outras, com variados modelos, que se multiplicam pelo país não noticiado, e a solenidade que lhe é emprestada pela presença do Chefe de Estado é certamente uma contribuição valiosa para que a sua voz ganhe em sonoridade e alcance.<br /><br />Porque a situação de angústia em que se encontra a comunidade portuguesa, que na vida da mesma geração sofreu alterações do ambiente interno e externo da sua identidade com raros precedentes, exige o sobressalto do civismo dos homens comuns, o rigor no exercício da responsabilidade irrecusável na escolha de lideranças, uma visão clara do que nos faz viver juntos como povo, determinação sobre a forma e a substância do modelo de sociedade que assegure a viabilidade da independência nos condicionamentos do terceiro milénio.<br /><br />A humildade de escutar as mensagens dos que ao longo dos tempos procuraram contribuir para enriquecer o património de experiência que nos foi legado, vai de par como o orgulho de estarmos entre os herdeiros. Porque se ninguém escolhe o povo em que lhe acontece nascer, a decisão de ficar é um acto de liberdade e de amor pelo passado, um acto de partilha da responsabilidade pelo presente, um acto de confiança na construção do futuro.<br /><br />A gesta portuguesa definiu a primeira grande linha de reestruturação do globalismo que hoje condiciona a totalidade do género humano, em todo o caso com uma teologia de mercado a traçar um distanciamento conflituoso entre os países mais ricos, que organizaram um Conselho de Segurança informal no G-8, e os mais incluídos na geografia da fome que, invocando o espírito de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, lutam por ter voz, presença, e equidade.<br /><br />As teses do conflito de civilizações parecem receber uma sangrenta confirmação nos factos, os mitos raciais vão sendo absorvidos numa teoria crescente de mitos culturais, o multiculturalismo perturba as sociedades europeias, Huntington teme pela identidade americana no seu Who are We? do ano passado.<br /><br />É evidente que nenhuma expansão se verificou sem passivo, e no caso português é conveniente ler Diogo do Couto a par de Luís de Camões. Mas não pode também ignorar-se que as finais emergências, com a enorme expressão do Brasil, de Cabo Verde, dos pólos hoje dinamizadores das sociedades civis das restantes antigas colónias, foram possíveis apenas por um sentido de igual dignidade das etnias, da troca de padrões entre culturas diferentes, de miscenizações sem teorias de desenvolvimento separado, da regra de aceitar os filhos como sacramento laico das uniões, de considerar o povoamento como decisão de naturalizar as terras como portuguesas.<br /><br />O fim do Império Euromundista, na sequência da guerra civil ocidental de 1939-1945, se fez chamar às várias Romãs todas as legiões ocidentais não apagou esses valores semeados ao redor da terra, que apoiam a reinvenção urgente da nova ordem mundial, não apenas a partir dos Estados nascidos ligados pela língua portuguesa, que também é nossa mas também é deles, valores articulados pela diáspora desta Nação Peregrina em Terra Alheia que em grande parte somos, e todos desafiados a construir o futuro pacífico dos povos.<br /><br />Um futuro que aponta para assumir a dimensão da comunidade portuguesa muito para além das fronteiras geográficas que evolucionaram para apontamentos administrativos, muito para além das fronteiras económica e política que se confundem com as europeias, muito para além da fronteira de segurança que é a da aliança, mas abrangente das comunidades de portugueses, descendentes de portugueses, e filiados na cultura portuguesa, espalhadas pelas sete partidas do mundo, mas não esquecidas das raízes, das origens, nem indiferentes ao futuro.<br /><br />Um futuro partilhado sempre que consigamos que os que vivem no continente americano se inquietem com os que se fixaram em África, estes com os dos territórios europeus, ou europeus com os que ficaram pela Ásia, e todos com cada um, e cada um com todos. Porque este monumento hoje inaugurado define uma identificada solidariedade humana muito para além de todas as fronteiras, muito para além da geografia dos poderes políticos, transfronteiriça, pacífica, cooperante, aberta ao mundo, às diferenças, às trocas de padrões. Uma solidariedade que fortalece o exercício do poder dos que não têm poder, para ajudar a reinventar uma nova governança mundial que assegure o desenvolvimento sustentado em paz dos povos que viverão o terceiro milénio.<br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Oliveira do Bairro, 27/10/05<br /></span></span><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />ADRIANO MOREIRA<br />Presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior<br />Professor Emérito da Universidade Técnica de Lisboa</span></div>oscar santoshttp://www.blogger.com/profile/02608904016471063828noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1107458395123347722005-02-03T19:16:00.000+00:002005-02-03T19:19:55.126+00:00Cegada 2005: ViraJá lá vão uns anos
<br />Que temos virado
<br />Porém só nos enganam
<br />É o nosso fado
<br />
<br />Eles não têm pressas
<br />Para trabalhar
<br />É tudo promessas
<br />P’ra nos enganar
<br />
<br />Refrão
<br />
<br />Vira p’ra esquerda
<br />Vira p’ra direita
<br />Muita gente diz
<br />Que o nosso país
<br />Já não se endireita
<br />
<br />Cheirámos a rosa
<br />E agora a laranja
<br />Um pouco amargosa
<br />É o que se arranja
<br />
<br />E o Zé Povinho
<br />Está pouco contente
<br />São todos iguais
<br />Só o cheiro é diferente
<br />
<br />Refrão
<br />Vira p’ra esquerda
<br />Vira p’ra direita
<br />Muita gente diz
<br />Que o nosso país
<br />Já não se endireita
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1107457908974129082005-02-03T19:10:00.000+00:002005-02-03T19:11:48.973+00:00Cegada 2005: CensuraHá trinta anos atrás
<br />Acabou a ditadura
<br />Mas passados tantos anos
<br />Ainda temos a censura
<br />
<br />A censura esteve sempre
<br />Mais ou menos disfarçada
<br />E temos aqui o exemplo
<br />Do nosso Jornal da Bairrada
<br />
<br />Se o artigo for azul
<br />É composto e alargado
<br />Mas se for laranja
<br />Não há espaço e é cortado
<br />
<br />Vamos falar com cuidado
<br />Pois há gente que não gosta
<br />E vejam o que aconteceu
<br />Ao Dr. Milton Costa
<br />
<br />Que por falar as verdades
<br />E por levar a melhor
<br />Teve sérias dificuldades
<br />Com o plano pormenor
<br />
<br />O Jornal foi publicando
<br />Com isenção sem igual
<br />Só que não nos informou
<br />Quanto à sentença final
<br />
<br />E eu o pobre leitor
<br />Fico até desapontado
<br />Se a notícia não foi pública
<br />Quem terá sido o culpado
<br />
<br />Mas isto é mal que se pega
<br />Coisa assim eu não vi
<br />Veja o que aconteceu ao Marcelo
<br />No canal da TVI
<br />
<br />Falava a verdade crua
<br />Pensando não fazer mal
<br />Só que foi posto na rua pelo Pais do Amaral
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1107457210226148982005-02-03T18:53:00.000+00:002005-02-03T19:12:35.996+00:00Cegada 2005: BustosSou nascido em Bustos
<br />E penso que não mereço
<br />Que não exista um aviso
<br />A indicar o cabeço
<br />
<br />A Junta de Freguesia
<br />Tm que acertar o passo
<br />Em vez de indicar Cabeço
<br />Diz que ali é pr’o Tabuaço
<br />
<br />Vou falar-lhe num assunto
<br />Que o vai deixar a pensar
<br />Se ao domingo for à missa
<br />Onde vai estacionar?
<br />
<br />Tem que ser na avenida
<br />Ou na estrada principal
<br />Ou na rua da capela
<br />Se não houver funeral!!!
<br />
<br />Estacionar quando vai à missa
<br />Começa a ser um tormento
<br />E onde vão estacionar
<br />A dias de casamento
<br />
<br />Na rua ao pé da Junta
<br />E do Polidesportivo
<br />E vai para a missa a pé
<br />Que lhe faz bem meu amigo
<br />
<br />E se não servir aqui
<br />Eu digo sem brincadeira
<br />Se gosta de andar a pé
<br />Pode ir estacionar à feira
<br />
<br />O que eu muito lamento
<br />E olhem, não é mania
<br />Em dias de casamento
<br />Onde tiram a fotografia?
<br />
<br />Pois fizeram lá um muro
<br />O que me dá muita pena
<br />E agora a escadariaÉ muito, muito mais pequena
<br />Vou fazer uma pergunta
<br />A quem souber responder
<br />Onde é que fica na Póvoa
<br />O prometido parque de lazer
<br />
<br />Ainda bem que não o fizeram
<br />E eu até estou contente
<br />Pois à dias no minigolfe
<br />Houve um grande acidente
<br />
<br />Se não fizeram o minigolfe
<br />Deixem lá pois não tem mal
<br />Pois está a andar com força
<br />O desejado Bairro Social
<br />
<br />Quanto ao bairro social
<br />Todos sabem, está parado
<br />Tem caído muita chuva
<br />E o terreno está pesado
<br />
<br />Ó Sr. Presidente da junta
<br />Veja se faz algo por nós
<br />O Bairro social do cabeço
<br />Era para ser no tempo dos meus avós
<br />
<br />O bairro Social do Cabeço
<br />Era uma coisa importante
<br />Vamos lá Sr. Engenheiro
<br />Levar isto p’ra diante
<br />
<br />Levar isso p’ra diante
<br />E não se vai arrepender
<br />A linda vila de Bustos
<br />Tem direito a crescer
<br />
<br />Tem direito a crescer
<br />Mas não só para os mais nobres
<br />Devem dar a oportunidade
<br />Às pessoas mais pobres
<br />
<br />Rapo tanto na cabeça
<br />Parece que tenho piolhos
<br />Estou farto de tanta promessa
<br />E levar com tanta areia nos olhos
<br />È isso que eles dizem
<br />Mas são um pouco aldrabões
<br />Mas talvez seja verdade
<br />Pois este ano há eleições
<br />
<br />Tem lá cuidado com a língua
<br />Pois está cheia de veneno
<br />Eles de 4 em 4 anos
<br />Vão sempre lá cortar o feno
<br />
<br />Bustos está em progresso
<br />E não há Vila igual
<br />Temos de dar o nosso apreço
<br />À iluminação de Natal
<br />
<br />A noite parecia de dia
<br />Com tanto arco em fila
<br />Nota-se bem a diferença
<br />Depois que Bustos é Vila
<br />
<br />Então no centro era demais
<br />Tanta luz qual mar imenso
<br />Até fazia lembrar
<br />A arcada de S. Lourenço
<br />
<br />Para a próxima tenham, cuidado
<br />E nós vamos avisar
<br />À noite só com óculos de sol
<br />Olhe que pode cegar
<br />
<br />A promessa foi cumprida
<br />Palavra de gente fina
<br />E agora temos em Bustos
<br />Uma bonita piscina
<br />
<br />Mas avisamos a todos
<br />Para terem muito cuidado
<br />Se alguém for para a piscina
<br />Pode morrer afogado
<br />
<br />Com trinta metros de fundo
<br />Dizemos nós com razão
<br />A maior piscina do mundo
<br />Temo-la no Barreirão
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1107456772197376782005-02-03T18:51:00.000+00:002005-02-03T18:52:52.196+00:00Cegada 2005: Amigo ZéAmigo Zé
<br />
<br />Não tem casa nem caserna
<br />Nem casos como a moderna
<br />É um pobre Zé ignorado
<br />Quando chegam às eleições
<br />Com promessas e palavrões
<br />Lá volta o Zé a ser lembrado
<br />
<br />Habituado a estas andanças
<br />Tudo para ele são poupanças
<br />Porque não tem para gastar
<br />É um humilde cidadão
<br />Mal ganha para o pão
<br />E farta-se de trabalhar
<br />
<br />Outros sem trabalhar
<br />Levam a vida a falar
<br />Em nome da sua nação
<br />Pois naquele parlamento
<br />Não se calam um momento
<br />E ganham um bom montão
<br />
<br />A vida portuguesa
<br />É mesmo uma beleza
<br />Para que está a governar
<br />Muito gostava de ver
<br />Certos senhores viver
<br />Com o que o Zé está a ganhar
<br />
<br />Aguentam amigo Zé
<br />Não deves perder a tua fé
<br />Nem te deixes amedrontar
<br />Porque as medidas de rigor
<br />Impostas por certo Senhor
<br />São mesmo para te tramar
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1107456608710736912005-02-03T18:46:00.000+00:002005-02-03T18:50:08.710+00:00Cegada 2005: MarchaMarcha
<br />
<br />É sempre animação
<br />Bem disposta e contente
<br />Não fala do coração
<br />Esta nobre e boa gente
<br />
<br />Ninguém fica magoado
<br />Com aquilo que dizemos
<br />É este o nosso fado
<br />Falamos daquilo que vemos
<br />
<br />A sério e a brincar
<br />Ninguém vai levar a mal
<br />É só falar por falar
<br />Em tempo de Carnaval
<br />
<br />Refrão
<br />
<br />Viva a nossa cegada
<br />A brincar ao Carnaval
<br />Fala por tudo e por nada
<br />E brinca dizendo mal
<br />
<br />É animação do povo
<br />Gente simples e pacata
<br />P’ro ano cá estaremos de novo
<br />P’ra cortar na casaca
<br />
<br />Boa tarde minha gente
<br />Boa tarde bom povo
<br />P’ra este dia ser diferente
<br />Cá estamos de novo
<br />
<br />Cá estamos de novo
<br />P’ra cumprir a tradição
<br />Animando assim o povo
<br />Com boa disposição
<br />
<br />(...)
<br />
<br />E agora p’ra terminar
<br />Dêem-me alguma coisinha
<br />E p’ra boina vão deitar
<br />Ao menos uma moedinha
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1086645094192516452004-06-07T22:47:00.000+01:002004-06-07T22:51:34.193+01:00SentençaII - FUNDAMENTAÇÃO
<br />
<br />A - FUNDAMENTAÇÃO DE FACTO
<br />
<br />FACTOS PROVADOS
<br />
<br />Discutida a causa resultaram provados os seguintes factos:
<br />
<br />DA ACUSAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DA ACUSAÇÃO PARTICULAR:
<br />
<br />1. O queixoso Manuel da Conceição Pereira exerce na Junta de Freguesia de Bustos as funções de Presidente.
<br />2. No dia 2 de Agosto de 2002, pelas 21horas, realizou-se nas instalações das Obras Sociais de Bustos uma sessão de apresentação e discussão pública do Plano Pormenor do Sobreiro-Bustos.
<br />3. Tal reunião foi convocada pela Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, tendo sido coordenada pelo vereador do pelouro das obras, Eng. Fernando Silva e da qual se tendo lavrado acta.
<br />4. À referida sessão estiveram presentes, para além da assistente Maria Augusta Caiado, também o Presidente da Junta de Freguesia de Bustos, o arquitecto José Prata na qualidade de autor do projecto, respectivos colaboradores Drs. Paulo Barreto e Carlos Faustino, todos em representação do Gabinete Técnico Graqui, as Dras. Joana Almeida e Isabel Simões e Eng. José Gonçalves em representação do gabinete de obras da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e número não concretamente apurado de cidadãos.
<br />5. Antes do início da sessão, o arguido distribuiu perante os presentes, um escrito da sua autoria intitulado "O Plano de Pormenor do Sobreiro de Bustos (uns ganham outros perdem) ", constante de fls. 7 a 17 e cujo teor integral se dá por reproduzido, do qual constam as seguintes frases e expressões:
<br />a) Escreve a fls. 11: "Por um lado pretende-se mudar o Campo de Futebol do terreno que pertence maioritariamente à família Santos Pato para o terreno da Sra. Augusta Caiado. Aqui aparecem avenidas largas e o novo Estádio (...) Note-se que a proprietária deste terreno nunca poderia vendê-lo para construção ou construir edifícios por estar dentro da REN. A Câmara pagou 20.000 contos pela parte do terreno onde pretende construir o Estádio e (possivelmente) pelo terreno para a Avenida a implantar ao longo da Rua do Sobreiro. A Câmara além de comprar o terreno fornece as infraestruturas para o loteamento (Estradas, Saneamento, Electricidade). Antes do Plano a Sra. Augusta Caiado podia construir cinco edifícios ao longo da Estrada Nacional agora pode construir mais cinco (ainda parcialmente dentro da REN)".
<br />b) A fls. 11 escreve ainda "5. Zona (A)-Norte- Penso que o plano foi aqui totalmente desenhado para favorecer duas pessoas: o Presidente da Junta de Freguesia de Bustos e a Sra. Augusta Caiado. Contudo, o plano que está hoje em discussão, favorece mais o Presidente da Junta de Freguesia de Bustos do que a Sra. Augusta Caiado (....)".
<br />c) Mais à frente pode ler-se: "A construção de estradas interiores nesta zona vai permitir dobrar o número de construções na propriedade do falecido Sr. Mário Caiado e na propriedade do Presidente da junta de Freguesia de Bustos (...). O Presidente da Junta de Freguesia de Bustos fica com cerca de 14 lotes para construção (...). Algumas destas pessoas perdem metade dos seus terrenos, mas o presidente da Junta de Freguesia de Bustos (com extremas a poente) ainda ganha terreno. O presidente da Junta de Freguesia de Bustos disse-me que a nova estrada "está no enfiamento da Rua Nossa Senhora das Necessidades. Claro que isto não é verdade (...)"
<br />d) A determinado passo, a fls. 12, escreve o arguido "Se os proponentes deste plano tivessem o sentido de justiça e da ética dividiam o jardim pelos proprietários da parte poente desta zona. Assim todos contribuíam, mas isto implicava necessariamente incluir terreno do presidente da Junta de Freguesia de Bustos no jardim e isto é que não pode ser feito. Como dizem várias pessoas "foi para fazer o jeito ao presidente da Junta". Ele gosta do seu terreno e quer mantê-lo (não acredito que vá construir), mas os outros vizinhos não podem gostar dos seus terrenos, nem mantê-los intactos, (note-se que existe um passeio pedonal que atravessa o terreno do presidente da Junta e ele até pode dizer que perde terreno, mas tenho a certeza que este passeio nunca será construído enquanto ele não decidir lotear o terreno). Os seus vizinhos não podem escolher; só o Presidente da junta é que pode escolher se quer ou não construir. Nós não somos movidos por dinheiro, mas por justiça porque muitos de nós queremos ter os terrenos que custaram muito suor aos nossos pais. O Presidente da Câmara (Acílio Gala) disse-me que eu não podia ter uma "Ilha" no meio do loteamento, mas é evidente que o presidente da Junta de Bustos tem o direito de ter a sua "Ilha"."
<br />e) Continua o arguido ainda a fls. 12: "Penso que este jardim vai ser reduzido em metade mais tarde porque, segundo aquilo que o Dr. Acílio Gala me disse "a parte do jardim com o Campo de Ténis vai desaparecer". Ainda não desapareceu, porque seria politicamente explosivo, mas estou certo que vai desaparecer no futuro para permitir a construção de mais habitações para a Sociedade Imobiliária da Sra. Augusta Caiado (Dr. Acílio Gala disse que esta sociedade já tinha sido constituída). Assim sendo, penso que o jardim será mantido nas propriedades das pessoas, que nas palavras do Dr. Acílio Gala, perdem". Estou convencido que a parte do parque na propriedade da Sra. Augusta Caiado vai desaparecer para dar lugar a mais terrenos. Logo veremos se tenho ou não razão."
<br />f) Continua o arguido, já no final de fls. 12, "Outro exemplo. O Presidente da Junta de Bustos pediu-me que disponibilizasse terreno para estacionamentos nas minhas propriedades que confinam a norte com o Sr. Feliciano Luzio e a sul com o Dr. Jorge Micaelo. Quando vi o plano de construção de estacionamentos notei que estes não estavam contemplados para esta zona. O Presidente da Junta de Freguesia de Bustos respondeu-me que queria ali fazer estacionamentos porque ficava mais bonito. Isto também mostra que planos podem ser mudados."
<br />g) A fls. 13, refere o arguido "Acho que foi possível demonstrar que muitas decisões com este plano são obscuras. Infelizmente planos deste tipo servem em Bustos como em todo o país para favorecer determinadas pessoas. Neste caso tenho a impressão que a maior parte do plano serviu para favorecer duas ou três pessoas. Como eu disse numa carta que escrevi ao Dr. Acílio Gala: "este plano favorece os ricos e influentes e prejudica os pobres e aqueles sem influência".
<br />h) Por fim, a fls. 14, remata o arguido escrevendo "5.Quando é que o Presidente da Junta de Freguesia de Bustos soube da elaboração do Plano de Pormenor do Sobreiro? E qual foi o seu envolvimento na sua elaboração?
<br />i) Gostava de saber qual o Presidente de Junta do Concelho de Oliveira do Bairro que, sabendo da elaboração de um plano de pormenor (ou estando envolvido na elaboração do mesmo plano de pormenor) tentou (ou conseguiu) comprar terrenos na zona do plano pormenor antes de ter sido tornado público? Se isto é verdade mostra que existem muitas questões escondidas nos planos de Pormenor no concelho de Oliveira do Bairro.
<br />j) "Quem são os sócios da Empresa Imobiliária formada para construir ou vender terrenos na Zona Norte do Plano de Pormenor? O Dr. Acílio Gala disse-me "A Sra. Augusta Caiado já constituiu uma empresa imobiliária, mas eu não tenho nada a ver com isso". Achei estranho que ele dissesse que não tinha "nada a ver com isso", porque nunca pensei que ele tivesse. Depois desta frase, penso que algum Autarca ou funcionário da Câmara terá alguma coisa a "ver com isso". Esperemos, mais tarde ou mais cedo saber-se-á quem são os sócios e teremos, talvez, a resposta para muitas questões. Será que estes empresários sabiam do Plano antes de terem sido tornados públicos?"
<br />l) "Quantos autarcas ficaram sem terrenos ou partes de terrenos na implementação de Planos de Pormenor no concelho de Oliveira do Bairro sem o seu conhecimento e autorização prévia? Penso que sabemos a resposta, mas a pergunta deve ser respondida pelas autoridades competentes. Em Bustos, nem um palmo de terreno perderam. E nas outras freguesias?"
<br />m) Consta ainda do escrito: "Um retalho de história, Monsieur de Talleyrand-Perigord ... foi um famoso estadista francês...Sobre ele disseram:"Talleyrand era capaz de vender a Alma ao diabo e só fazia bem, porque trocava Esterco por Ouro".
<br />6. O arguido sabia que o ofendido Manuel Pereira estava presente e que distribuía o escrito em reunião pública.
<br />7. Bem sabendo que o fazia estando o visado no exercício das suas funções
<br />8. O arguido agiu de forma consciente e livre.
<br />
<br />MAIS SE PROVOU:
<br />
<br />9. O arguido reside e é dono de alguns terrenos na freguesia de Bustos.
<br />10. Parte do referido Plano de Pormenor do Sobreiro-Bustos contempla a zona limitada a norte pela Rua de S. João, a sul pela Rua João de Deus, a poente pela Travessa dos Padres e a nascente pela Estrada Nacional n.º 335 (Rua do Sobreiro) e consta do documento junto a fls. 159.
<br />11. Para aquela zona projecta-se a abertura de novos arruamentos e de um jardim público, que aqueles contornam.
<br />12. O arruamento que constitui o limite poente do referido espaço público acompanha quase rigorosamente a estrema nascente de um terreno pertencente ao queixoso, terreno esse que se encontra contornado a vermelho no documento de fls.159.
<br />13. Parte da estrema nascente do prédio do queixoso entesta numa das estradas projectadas e a parte restante e dela separada apenas por uma estreita faixa de terreno com forma triangular, iluminada a verde no documento de fls. 159, a qual terá de ser necessariamente anexada ao terreno do queixoso a fim de integrar os lotes de construção urbana que o Plano em questão prevê para aquele terreno, não lhe podendo, ainda de acordo com o mesmo Plano, ser dado outro destino.
<br />14. Todo o espaço publico que se tem vindo a referir - arruamento e jardim - se desenvolve para nascente do aludido terreno do queixoso, deixando este completamente livre.
<br />15. Este prédio do queixoso confronta pelo Poente com a Travessa dos Padres, onde permitia a formação de sete lotes destinados a construção urbana.
<br />16. Com a aprovação e a implementação do Plano de Pormenor em causa e a abertura de uma das estradas projectadas, o mesmo terreno passará a permitir a formação do dobro daqueles lotes.
<br />17. Todo o espaço público projectado resultará da subtracção da área correspondente aos diversos terrenos hoje situados a nascente do terreno do queixoso, estes quase todos de dimensões mais reduzidas do que o terreno do queixoso.
<br />18. Sobre o terreno do queixoso apenas se prevê a abertura de uma passagem pedonal e ciclável que estabelece a ligação da referida Travessa dos Padres ao novo espaço público, passagem esta de dimensões mais reduzidas do que outras travessas pedonais e cicláveis previstas no mesmo Plano de Pormenor.
<br />19. Todas esta passagem se situa dentro do imóvel do queixoso, não tendo qualquer relação com outro terreno particular, pelo que a respectiva abertura apenas se justificará se e quando o queixoso decidir lotear o seu terreno.
<br />20. Os donos dos prédios vizinhos serão forçados a ceder parte destes para a abertura das estradas e do jardim ainda que desejem manter os seus terrenos intactos.
<br />21. O prolongamento da Rua de Nossa Senhora das Necessidades (iluminada a amarelo no documento de fls. 159) resultaria numa estrada com traçado diverso da que se projecta fazer passar ao longo da estrema nascente do prédio do queixoso.
<br />22. E o local escolhido para a intersecção do novo arruamento com a Rua de Nossa Senhora das Necessidades que determina que aquele arruamento venha, mais adiante, a acompanhar a estrema do terreno do queixoso.
<br />23. Qualquer outro local de conjunção da nova rua com a já existente determinaria o afastamento do novo arruamento relativamente a estrema do terreno pertencente ao queixoso.
<br />24. Globalmente considerado o novo Plano evidencia um adensamento acentuado da construção urbana na zona que estamos a considerar (zona delimitada a rosa no documento de fls. 159).
<br />25. Onde até agora só existem quintais e habitações unifamiliares esparsas surge uma malha de lotes de terrenos para construção.
<br />26. Com o seu artigo o arguido pretendeu manifestar a sua discordância em relação ao Plano de Pormenor em causa pela profunda alteração ao carácter eminentemente rural da povoação do Sobreiro e pela forma assimétrica como os ónus e as vantagens da respectiva implementação eram distribuídos pelos diversos proprietários da zona.
<br />27. Discordância manifestada por pelo menos 30 % dos residentes na zona, tendo vários dos proprietários afectados apresentado oportunamente reclamações junto da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro.
<br />28. O aspecto focado no excerto transcrito sob a alínea i) não se reporta ao queixoso, facto que é do conhecimento deste e da generalidade das pessoas do concelho de Oliveira do Bairro.
<br />29. Em sede de campanha eleitoral falou-se do Presidente da Junta da.Freguesia da Mamarrosa a quem se imputava a conduta ali referida o que foi igualmente referido em reunião da Assembleia Municipal em ocasião em que o queixoso se encontrava presente.
<br />30. Inicialmente o projecto não abrangia a área onde se situa o terreno do queixoso.
<br />31. A Graqui remeteu ao Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro uma carta epigrafada "Ampliação dos limites do Plano de Pormenor da Zona Central e de Expansão do Sobreiro-Bustos", cuja cópia consta de fls. 447, da qual consta: "De acordo com a reunião realizada com Vossa Ex.a e com o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Bustos em 19 de Maio de 1998 na Câmara Municipal, vimos enviar planta...com os novos limites do Piano propostos por Vossas Ex.as. Os novos limites representam um acréscimo de 17,5 hectares relativamente a área inicial de 32 hectares (...).
<br />32. O presidente da Junta de Freguesia de Bustos esteve efectivamente na reunião referida na carta.
<br />33. Em reunião da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro em 23/6/1998 foi deliberado por unanimidade aprovar a ampliação bem como os respectivos encargos (certidão da acta a fls. 467/68).
<br />34. O presidente da Junta de Freguesia de Bustos dirigiu ao Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, uma carta datada de 27/1/2000, que se encontra junta aos autos a fls. 449, do seguinte teor:
<br />"De acordo com reunião entre família Augusta Caiado e outros, e no sentido de maximizar os espaços residuais para urbaniza9§o dos terrenos entre o campo de futebol e a Rua Frei Gil, esta Junta decidiu propor o seguinte:
<br />- Que a zona atrás descrita contemplasse blocos de edifícios com três andares nas duas frentes.
<br />- Que esta alteração fosse introduzida de imediato com a colaboração do gabinete responsável pelo projecto.
<br />- Que a Câmara Municipal através de V. Ex.as autorizasse a demarca9ao dos restantes terrenos para utilização pública.
<br />- Que a Junta de Freguesia fosse indigitada para a compra de terrenos na base dos Esc. l.OOOSOO / metro quadrado".
<br />35. As sugeridas alterações não tiveram seguimento.
<br />36. Antes da reunião as pessoas já falavam que algumas pessoas eram beneficiadas com o Piano de Pormenor, referindo-se mais concretamente ao Presidente da Junta de Freguesia de Bustos.
<br />37. Pertenceram a queixosa ate 20/12/1995, todos os terrenos iluminados a amarelo nos documentos de fls. 178, 179 e 180.
<br />38. A queixosa vendeu, na referida data, aqueles terrenos a uma sociedade anónima denominada Tegran - Sociedade Imobiliária, S.A.
<br />39. A queixosa e um dos accionistas fundadores da mencionada Tegran.
<br />40. Foi com a própria queixosa que a Câmara Municipal d Oliveira do Bairro negociou a aquisi9ao dos terrenos para o campo de futebol previsto no piano de pormenor em discussão.
<br />41. Parte dos mencionados terrenos que a queixosa transmitiu para a Tegran acha-se incluída na Reserva Agrícola Nacional.
<br />42. A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro comprou à Tegran a parcela de terreno onde tal Plano prevê a construção do estádio, num total d 17.984 m2.
<br />43. E fê-lo pelo preço de vinte mil contos assumindo ainda a construção de todas as infraestruturas urbanas, designadamente redes de águas, esgotos, águas pluviais e eléctricas do arruamento projectado designado por Via 4, integrado na zona urbana da sociedade vendedora.
<br />44. Antes do Plano a Sra. Augusta Caiado podia construir cinco edifícios ao longo da estrada nacional agora pode construir mais cinco.
<br />45. O Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, numa entrevista que concedeu ao arguido e a sua mãe, afirmou que parte do jardim onde se encontra previsto um campo de jogos viria a desaparecer.
<br />
<br />FICOU AINDA PROVADO:
<br />
<br />46. O arguido e professor na Universidade de Coimbra, auferindo mensalmente 3044 €, licenciou-se em zoologia nos Estados Unidos da América, onde igualmente fez mestrado e doutoramento em microbiologia.
<br />47. É o Presidente eleito da Federação Europeia das Sociedades Microbiológicas, gozando da profunda consideração e respeito da generalidade dos seus colegas, quer como cientista quer como pessoa.
<br />48. É proprietário de terrenos em Bustos e no Troviscal, tem um apartamento na Barra e um outro de que e proprietário em Lisboa, recebendo 150 € de renda mensal.
<br />49. Tem dois filhos, um dos quais ainda estudante universitário, dando a cada um deles € 400 mensais.
<br />50. Nada consta do CRC do arguido.
<br />
<br />DO PEDIDO DE IMDEMNIZAÇÃO CIVIL DA ASSISTENTE AUGUSTA CAIADO:
<br />
<br />51. As referências constantes do supra referido escrito foram levadas a cabo perante pessoas do relacionamento da assistente e propaladas no lugar onde habita.
<br />52. O ocorrido trouxe incómodo e aborrecimento à assistente, o que para esta foi motivo de constrangimento e humilhação.
<br />53. A assistente pertence a famílias bastante conhecidas na freguesia de Bustos e até no concelho de Oliveira do Bairro pela nobreza e rectidão do seu carácter.
<br />54. A assistente sofreu vexame e humilhação.
<br />
<br />DO PEDIDO DE IMDEMNIZAÇÃO CIVIL DO OFENDIDO "MANUEL CONCEIÇÃO PEREIRA:
<br />
<br />55. O demandante é Presidente da Junta de Freguesia de Bustos em segundo mandato consecutivo e é também membro da Assembleia Municipal.
<br />56. E empresário.
<br />57. As referências constantes do supra referido escrito foram levadas a cabo perante pessoas do relacionamento do queixoso e propaladas no lugar onde habita.
<br />58. O ocorrido trouxe incómodo e aborrecimento ao queixoso, o que para este foi motivo de constrangimento e humilhação.
<br />59. O queixoso sofreu vexame e humilhação.
<br />
<br />FACTOS NÃO PROVADOS
<br />
<br />Da acusação pública não ficou provado que:
<br />A - o arguido tenha visado e conseguido com as citadas frases e expressões atingir o queixoso na sua honra e consideração, sobretudo enquanto autarca e por causa das funções que exerce de Presidente da Junta de Freguesia de Bustos, já que insinua a prática de factos ético-socialmente reprováveis lesivos de terceiros, sujeitando a vítima a maior vexame.
<br />Da acusação particular não ficou provado que:
<br />B - Todas as referências acima mencionadas tenham visado atingir a assistente na sua honra e consideração, denegrindo o seu bom nome ao imputar-lhe a suspeita de ter instrumentalizado a elaboração do Plano de Pormenor do Sobreiro-Bustos em proveito próprio;
<br />C - Sujeitando a assistente a um maior vexame;
<br />D - Tais factos e expressões sejam grandemente ofensivas da honra, consideração e bom nome da assistente, já que o arguido insinua a prática de factos pela assistente ético-socialmente reprováveis e lesivos de terceiros (e que aqui se refere, prevenindo apenas a possibilidade de se considerar que a expressão contém algum conteúdo fáctico);
<br />E - o arguido tenha tido o propósito de atingir, como atingiu, a assistente, na honra e consideração que lhe são devidas;
<br />F - o arguido o tenha feito bem sabendo que tal conduta não lhe era permitida.
<br />Não se provaram quaisquer outros factos com relevância para a decisão da causa, não se referindo a demais matéria alegada por ser conclusiva, de direito ou irrelevante para a decisão da causa.
<br />
<br />MOTIVAÇÃO DA DECISÃO DE FACTO:
<br />
<br />O arguido assumiu a descrita conduta objectiva e como seu o escrito cuja cópia se encontra junta aos autos de fls. 7 a 17. O local onde teve lugar a sessão pública foi o referido designadamente pelo ofendido Manuel Pereira que disse que esta teve lugar no salão nobre de associação de beneficência, desconhecendo-se se esse lugar corresponde à sede da Junta de Freguesia como resulta da acta cuja cópia se encontra junta aos autos a fls. 42 e ss. Foi assim da análise do documento de fls. 7 a 17, em conjugação com as declarações do próprio arguido, declarações do queixoso (designadamente quanto ao local e pessoas que estiveram na reunião, bem como quanto à qualidade em que nela esteve presente), em conjugação ainda com a análise da acta cuja cópia se encontra a fls. 42 e ss. que resultaram provados os factos de l a 8. O salientado a negro não havia sido transcrito na acusação particular pela assistente mas igualmente consta do escrito e faz todo o sentido a sua inclusão por forma a melhor perceber o sentido da transcrição.
<br />O provado em 9 resultou das declarações do arguido. Os factos de 10 a 25 resultaram da conjugação e análise crítica do documento junto aos autos a fls. 159 que é a planta de implantação do Plano de Pormenor da zona central e de expansão do Sobreiro-Bustos, tal como foi levada à discussão pública, com as declarações do arguido que objectivamente motivou as razões pelas quais considera que no terreno do queixoso o plano passará a permitir a formação do dobro dos lotes. É o que resulta de uma análise objectiva do próprio plano onde se prevê a abertura de uma nova via a confinar com o terreno do queixoso e consequentemente de uma nova frente de construção. É, aliás, a mesma, a explicação para o aumento da possibilidade de construção nos terrenos da queixosa. O ofendido Manuel Pereira não deixou de admitir que não cede qualquer faixa de terreno, excepção feita à referida passagem pedonal (que também admitiu, apesar de a custo e quando muito instado pela defensora, só ter de abrir se e quando decidir construir). Referiu porém que o actual Plano Director Municipal lhe permite construir muito mais pelo que até se considera prejudicado, mas essa sua afirmação resultou ainda infirmada pelas declarações da testemunha Oscar Santos, (advogado e também ele residente na freguesia, membro da assembleia municipal, já foi membro da Comissão de Estética da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, sabendo por isso dos factos e tendo merecido inteira credibilidade), de cujo depoimento resultou que nunca seria aprovada pela autarquia, no terreno do queixoso, o volume de construção que este pretendeu fazer crer que seria possível fazer aprovar. E isso resulta também da experiência comum, pois se a autarquia decide criar uma Comissão de Estética, apesar de o parecer desta não ser vinculativo, também é da experiência comum das coisas que dificilmente são aprovados projectos de construção que não se enquadrem nas zonas onde se inserem, como seria o caso, e resultou das declarações quer do arguido quer da referida testemunha Oscar Santos.
<br />Quanto ao provado em 26, não puderam deixar de se valorizar as declarações do arguido, que assim o referiu expressamente. Mas foi fundamentalmente a sua postura em audiência, com a calma, honestidade e rectidão de carácter que manifestamente evidenciou, aliás bem postas em evidência pela testemunha Richard George Banker, também professor universitário e amigo do arguido, conheceu-o há vários anos e por isso revelou conhecimento do carácter daquele e confirmou as preocupações do mesmo no que concerne à preservação da ruralidade e do meio ambiente. Por isso resultaram não provados os factos supra referidos de A a F. Salienta-se também que a testemunha Fernando Silva, vereador da Câmara que conduziu a reunião, declarou que o arguido avançou soluções mais como forma de crítica ao Plano de Pormenor do que como sugestões de alteração, que o arguido pretende manter a localidade como ela se encontra e respondeu afirmativamente quando perguntado se o arguido defendeu a ruralidade e não os seus próprios terrenos, declarando expressamente ser sua opinião não ter sido intenção do arguido ofender os visados.
<br />O provado em 27 resultou até do depoimento do ofendido em conjugação, quanto às reclamações existentes, na análise de fls. 272 e ss.). Os factos dos pontos 28 e 29 foram considerados provados desde logo porque a testemunha Oscar Santos assim o referiu, sabendo desses factos por ter sido o próprio a referi-lo em assembleia municipal. O queixoso começou por declarar que essa afirmação lhe era dirigida mas foi confrontado com as declarações da testemunha e admitiu que estava presente na reunião e sabia que esse facto era imputado ao Presidente de Junta referido. Não se percebe assim, a não ser em virtude de uma vontade nítida de conseguir a condenação do arguido a qualquer custo, porque razão não foi claro desde o início. Esta falta de clareza, evidenciada ainda na circunstância de não ter esclarecido desde logo, como devia, toda a sua intervenção na fase de elaboração e discussão do Plano de Pormenor (ver o provado em 31 a 34), aliada ainda à sua condição de político, assim sujeito à crítica da generalidade dos cidadãos, confirmou a convicção do tribunal no sentido se considerar não provados o facto a que se reporta a alínea A.
<br />O provado em 30 resultou desde logo das declarações do queixoso. Os factos dos pontos 31 a 35, resultaram da apreciação e análise crítica dos documentos de fls. 447, 449 e 467/68 e 518/519, em conjugação com o depoimento do ofendido Manuel Pereira, que admitiu ter estado na reunião referida em 32 e ser de sua autoria o ofício referido em 34.
<br />O provado em 36 resultou fundamentalmente das declarações da testemunha Oscar Santos, que também reside na zona e por isso revelou conhecimento desse facto, tendo merecido inteira credibilidade.
<br />Quanto aos factos dos pontos 37 a 44, a convicção do tribunal fundou-se na apreciação e análise crítica dos documentos de fls. 178 a 180, 181 a 200, certidão registrai de fls. 203, certidão das escrituras de compra e venda de fls. 206 e ss. e 216 e ss., em conjugação com as declarações do arguido que em audiência precisou nas Plantas qual a exacta situação dos terrenos antes pertencentes à família da queixosa.
<br />O provado em 45 resultou da conjugação das declarações do arguido e da sua mãe Aldina Mota Gala, que o confirmou, sendo que o próprio Presidente da Câmara Municipal admitiu ter tido a conversa e declarou ter uma vaga ideia de ter falado do campo de ténis.
<br />Quanto aos factos de 46 a 50 o tribunal fundou a sua convicção nas declarações complementares do arguido que se revelaram credíveis, quanto às suas condições pessoais e económicas e no CRC junto aos autos quanto aos seus antecedentes criminais.
<br />Os factos dos pontos 51 e 57 não foram postos em causa desde logo pelo arguido; quanto aos pontos 55 e 56 resultaram do depoimento do ofendido; os factos dos pontos 52, 54 e 58 e 59, para além de já resultar da experiência comum que as afirmações do arguido sempre teriam de suscitar incómodo e aborrecimento para os visados, resultou respectivamente das declarações do queixoso e da filha da assistente que foram para os mesmos motivo de constrangimento e humilhação. O facto a que se reporta o ponto 53 resultou desde logo evidenciado pelas declarações do arguido que manifestou nutrir grande respeito pela assistente e da generalidade dos depoimentos das testemunhas residentes na zona que revelaram conhecer bem a família da assistente e assim a considerarem.
<br />
<br />B - FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO
<br />
<br />ENQUADRAMENTO JURÍDICO-PENAL
<br />
<br />Vem o arguido pronunciado pela prática de um crime de injúrias, p. e p. pelo art.º 181.°, n.º l e 184.° do Cód. Penal na pessoa do queixoso Manuel Pereira e de um crime de injúrias p. e p. pelo art.º 181.°, n.º l do Cód. Penal na pessoa da assistente Augusta Caiado.
<br />O art.º 181.°, n.º l do Cód. Penal dispõe que "quem injuriar outra pessoa, imputando-lhe factos, mesmo sob a forma de suspeita, ou dirigindo-lhe palavras ofensivos da sua honra ou consideração, é punido com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 120 dias".
<br />Em conformidade com o disposto no art.º 184.° do mesmo diploma as mencionadas penas são elevadas de metade nos seus limites mínimo e máximo se a vítima for uma das pessoas referidas na alínea j) do n.º 2 do art.º 132.°, no exercício das suas funções ou por causa delas ou se o agente for funcionário e praticar o facto com grave abuso de autoridade.
<br />É aplicável o disposto no art.º 180.°, n.º 2 do Cód. Penal, por força da remissão do art.º 181.°, n.º 2:
<br />2. "A conduta não é punível quando:
<br />a) a imputação for feita para realizar interesses legítimos;
<br />b) o agente provar a verdade da mesma imputação ou tiver tido fundamento sério para, em boa fé, a reputar verdadeira
<br />(...)
<br />4. A boa fé referida na alínea b) do n.º 2 exclui-se quando o agente não tiver cumprido o dever de informação, que as circunstâncias do caso impunham, sobre a verdade da imputação".
<br />O bem jurídico tutelado - a honra - é um bem complexo que inclui o valor pessoal ou interior de cada indivíduo e a própria reputação ou consideração exterior. O âmbito da protecção da norma visa, na formulação do Supremo Tribunal Federal alemão "a honra interior inerente à pessoa enquanto portadora de valores espirituais e morais e, para além disso, a valência deles decorrente, a sua boa reputação no seio da comunidade". Perfilha-se, pois, um conceito normativo-pessoal de honra, (vid., sobre esta matéria, José de Faria Costa, Comentário Conimbricense ao Código Penal, I, pp. 602 e ss.).
<br />A violação ilícita da honra, com expressão no tipo legal objectivo, abrange a imputação directa - não necessariamente determinada pelo mesmo espaço físico - de palavras ofensivas da honra ou consideração.
<br />No que respeita à agravação, parte-se da ideia de que o estatuto funcional dos cargos de determinada pessoas acrescenta uma mais-valia à própria honra, considerando-se assim que os actos ofensivos mereceriam uma mais severa punição quando o sujeito se encontra em exercício de funções.
<br />Uma primeira nota que se impõe salientar é a de que, pese embora a circunstância de o queixoso Manuel Conceição Pereira ter comparecido na sessão na sua qualidade de Presidente da Junta de Freguesia, a sua posição jurídica não é substancialmente diferente daquela da assistente, i. é., surge em abstracto afectado pelo escrito precisamente do mesmo modo, apenas porque é também ele proprietário de terrenos na zona abrangida pelo Plano de Pormenor. Em parte alguma daquele escrito se imputa aos visados a circunstância de objectivamente terem contribuído para a verificação do mencionado benefício. Essa é uma conclusão que os visados tiraram, afigurando-se porém, que o teor literal do texto não permite tirar tal ilação. E se o arguido o pensou, certamente não o verteu nas suas considerações, e é ilegítimo tirar agora tal ilação, sendo certo que na apreciação da matéria de facto, a dúvida não pode deixar de favorecer o arguido.
<br />Sendo assim, e porque a agravação só se verifica quando os alegados actos desonrosos constituam um ataque directo a essa honra densificada, o que não é o caso, uma vez que o escrito visa o Presidente da Junta apenas como proprietário de terrenos e cidadão comum despido daquela veste, a acusação sempre deveria improceder por falta de uma condição de procedibilidade, no caso, a ilegitimidade do Ministério Público para deduzir acusação.
<br />Mas ainda que assim não fosse, ainda assim me parece manifesto que não se encontram preenchidos os pressupostos da norma incriminatória, o que é desde logo evidente quanto à assistente relativamente a quem se fazem afirmações consubstanciadas não em meros juízos de valor mas com conteúdo fáctico e que, por isso, também admitem a prova da exceptio veritatis. Como supra se referiu, em parte alguma do escrito em causa se imputa à assistente a suspeita de ter instrumentalizado em seu benefício a elaboração do Plano de Pormenor. Essa é, como se disse, uma conclusão que a assistente tira mas que o texto em si mesmo não suporta. E não o suporta desde logo face às circunstâncias concretas em que foi produzido, no quadro da discussão pública do Plano de Pormenor, aliás fase legal que constitui um imperativo legal.
<br />E tratando-se de uma discussão o que se impunha era esclarecer as questões suscitadas pelo arguido que exerceu o seu direito de pretender ampla discussão e esclarecimento de todos os factos. Efectivamente, a não ser assim, qual o objectivo prático da discussão pública?! É que não pode ter-se como injúria todo o facto que causa incómodo ou humilhação ao visados, o que manifestamente é o caso e resulta dos factos provados, não devendo considerar-se como "ofensivo da honra tudo aquilo que o queixoso entenda que o atinge, de certos pontos de vista, mas aquilo que razoavelmente, isto é, segundo a sã opinião da generalidade das pessoas de bem, deve considerar-se ofensivo daqueles valores individuais e sociais" (Pacheco, Código Penal, vol. III, cit. in RC, 31-1-96,1, 242).
<br />Pelas razões expostas, afigura-se que as considerações tecidas, não podendo ser descontextualizadas do âmbito em que o escrito em causa foi distribuído, não configuram sequer expressões que possam ser tidas como objectivamente injuriosas.
<br />E o que se disse no que respeita à assistente é igualmente válido no que respeita à pessoa do queixoso, quanto a este ainda com mais acuidade pois, para além do que supra se referiu, não se pode esquecer que o queixoso é uma figura pública, exerce um cargo político e, nessa qualidade, mais sujeito às críticas que lhe possam ser eventualmente dirigidas pêlos munícipes. E afigura-se que tal não está em contradição com o que supra se referiu, pois entender-se que o queixoso não é visado na sua qualidade de membro de um órgão da autarquia, não significa que possa esquecer-se que ele é efectivamente um cidadão que exerce aquela função.
<br />Assim, como referido quanto à assistente, considero que as expressões contidas no escrito que analisamos, também no que ao queixoso concerne, não podem ser tidas como objectivamente injuriosas, pese embora o incómodo e a humilhação para ele resultante do teor do escrito.
<br />De qualquer modo, no contexto em que o escrito foi produzido e distribuído, tendo presente o seu teor, e considerando o objectivo que o arguido visou (ver o provado em 26 e 27), sempre haveria que concluir-se que as imputações foram feitas para realizar interesses legítimos, em abono do princípio da transparência da actividade administrativa. Depois, ainda que assim não se considerasse, impor-se-ia agora a absolvição do arguido por ter logrado produzir prova de factos que, no mínimo, permitem legitimamente concluir que tinha fundamentos sérios para reputar todas as imputações como verdadeiras (ver o provado de 10 a 25 e 30 a 36, no que ao queixoso respeita e o provado de 37 a 45, quanto às afirmações referentes à pessoa da assistente). Salienta-se que a imputação referida em 5.i) nem sequer se refere ao queixoso o que aquele não podia desconhecer (ver o provado em 28 e 29).
<br />Para concluir que, não permitir que o arguido se manifestasse da forma como o fez, viria a redundar em inadmissível restrição do seu direito à liberdade de expressão, com assento constitucional, do seu direito a informação e violação dos princípios da boa fé e transparência da actividade administrativa.
<br />Por último, também não resultou demonstrado que o arguido tenha violado o dever de abstenção imposto nas normas incriminatórias, sabedor da genérica perigosidade imanente, ficando assim por demonstrar que tenha agido com dolo, o que sempre importaria a sua absolvição.
<br />
<br />III - PEDIDOS DE INDEMNIZAÇÃO CÍVEL
<br />
<br />Nos termos do art.º 129.° do Cód. Penal, a indemnização de perdas e danos emergentes de crime é regulada pela lei civil.
<br />Os pressupostos da responsabilidade civil por factos ilícitos são os estabelecidos pelo art.º 483.°, n.º l do Cód. Civil, que dispõe que "aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios, fica obrigado a indemnizar o lesado pêlos danos resultantes da violação". Os elementos constitutivos da responsabilidade civil são, portanto: o facto, a ilicitude, a imputação do facto ao lesante, o dano e um nexo de causalidade entre o facto e o dano.
<br />No que respeita aos danos não patrimoniais, são indemnizáveis apenas aqueles que, pela sua gravidade, mereçam a tutela do direito, nos termos do art.º 496.°, n.º l do Cód. Civil.
<br />Cumpre, assim, verificar se in casu se encontram preenchidos os mencionados pressupostos.
<br />No caso, não ficou sequer demonstrada uma actuação ilícita, consubstanciada em expressões injuriosas dirigidas pelo demandado às pessoas dos ofendidos, razão pela qual as respectivas pretensões não poderão deixar de improceder.
<br />
<br />IV - DECISÃO
<br />
<br />Pelo exposto, julgo a acusação pública e a acusação particular totalmente improcedentes e, em conformidade, absolvo o arguido Milton Simões da Costa da prática do crime de injúrias agravado e do crime de injúrias
<br />que lhe foram imputados.
<br />Condeno a assistente no pagamento das custas do processo, fixando-se a respectiva taxa de justiça em quatro UC, a que acresce 1%, nos termos do disposto no art.º 13.°, n.º 3 do DL 423/91, de 30-10, e respectiva procuradoria (art.ºs 515.°, n.º l, ai. a) do Cód. Proc. Penal, 85.°, n.º l, ai. b) e 95.° CCJ).
<br />Julgo totalmente improcedentes os pedidos de indemnização cível formulados pela assistente e pelo ofendido e, em consequência, absolvo o demandado dos pedidos.
<br />Custas pêlos demandantes com taxa de justiça reduzida a metade (art.ºs 446.°, n.º l e 2 CPC e 14.°, ai. c) CCJ).
<br />Notifique e deposite.
<br />Após trânsito extraia certidão da sentença e remeta à IGAT para os fins tidos por convenientes.
<br />Oliveira do Bairro, 2004-05-27
<br />…
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1084902136369992512004-05-18T18:41:00.000+01:002004-05-18T18:42:16.370+01:00Visite-nosEstamos activos <a href="http://bustos.blogs.sapo.pt/">aqui</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6846217.post-1083013732507691722004-04-26T22:08:00.000+01:002004-04-26T22:13:05.920+01:00Este é um blog duplicado.Unknownnoreply@blogger.com