quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Cegada 2005: Vira

Já lá vão uns anos
Que temos virado
Porém só nos enganam
É o nosso fado

Eles não têm pressas
Para trabalhar
É tudo promessas
P’ra nos enganar

Refrão

Vira p’ra esquerda
Vira p’ra direita
Muita gente diz
Que o nosso país
Já não se endireita

Cheirámos a rosa
E agora a laranja
Um pouco amargosa
É o que se arranja

E o Zé Povinho
Está pouco contente
São todos iguais
Só o cheiro é diferente

Refrão
Vira p’ra esquerda
Vira p’ra direita
Muita gente diz
Que o nosso país
Já não se endireita

Cegada 2005: Censura

Há trinta anos atrás
Acabou a ditadura
Mas passados tantos anos
Ainda temos a censura

A censura esteve sempre
Mais ou menos disfarçada
E temos aqui o exemplo
Do nosso Jornal da Bairrada

Se o artigo for azul
É composto e alargado
Mas se for laranja
Não há espaço e é cortado

Vamos falar com cuidado
Pois há gente que não gosta
E vejam o que aconteceu
Ao Dr. Milton Costa

Que por falar as verdades
E por levar a melhor
Teve sérias dificuldades
Com o plano pormenor

O Jornal foi publicando
Com isenção sem igual
Só que não nos informou
Quanto à sentença final

E eu o pobre leitor
Fico até desapontado
Se a notícia não foi pública
Quem terá sido o culpado

Mas isto é mal que se pega
Coisa assim eu não vi
Veja o que aconteceu ao Marcelo
No canal da TVI

Falava a verdade crua
Pensando não fazer mal
Só que foi posto na rua pelo Pais do Amaral

Cegada 2005: Bustos

Sou nascido em Bustos
E penso que não mereço
Que não exista um aviso
A indicar o cabeço

A Junta de Freguesia
Tm que acertar o passo
Em vez de indicar Cabeço
Diz que ali é pr’o Tabuaço

Vou falar-lhe num assunto
Que o vai deixar a pensar
Se ao domingo for à missa
Onde vai estacionar?

Tem que ser na avenida
Ou na estrada principal
Ou na rua da capela
Se não houver funeral!!!

Estacionar quando vai à missa
Começa a ser um tormento
E onde vão estacionar
A dias de casamento

Na rua ao pé da Junta
E do Polidesportivo
E vai para a missa a pé
Que lhe faz bem meu amigo

E se não servir aqui
Eu digo sem brincadeira
Se gosta de andar a pé
Pode ir estacionar à feira

O que eu muito lamento
E olhem, não é mania
Em dias de casamento
Onde tiram a fotografia?

Pois fizeram lá um muro
O que me dá muita pena
E agora a escadariaÉ muito, muito mais pequena
Vou fazer uma pergunta
A quem souber responder
Onde é que fica na Póvoa
O prometido parque de lazer

Ainda bem que não o fizeram
E eu até estou contente
Pois à dias no minigolfe
Houve um grande acidente

Se não fizeram o minigolfe
Deixem lá pois não tem mal
Pois está a andar com força
O desejado Bairro Social

Quanto ao bairro social
Todos sabem, está parado
Tem caído muita chuva
E o terreno está pesado

Ó Sr. Presidente da junta
Veja se faz algo por nós
O Bairro social do cabeço
Era para ser no tempo dos meus avós

O bairro Social do Cabeço
Era uma coisa importante
Vamos lá Sr. Engenheiro
Levar isto p’ra diante

Levar isso p’ra diante
E não se vai arrepender
A linda vila de Bustos
Tem direito a crescer

Tem direito a crescer
Mas não só para os mais nobres
Devem dar a oportunidade
Às pessoas mais pobres

Rapo tanto na cabeça
Parece que tenho piolhos
Estou farto de tanta promessa
E levar com tanta areia nos olhos
È isso que eles dizem
Mas são um pouco aldrabões
Mas talvez seja verdade
Pois este ano há eleições

Tem lá cuidado com a língua
Pois está cheia de veneno
Eles de 4 em 4 anos
Vão sempre lá cortar o feno

Bustos está em progresso
E não há Vila igual
Temos de dar o nosso apreço
À iluminação de Natal

A noite parecia de dia
Com tanto arco em fila
Nota-se bem a diferença
Depois que Bustos é Vila

Então no centro era demais
Tanta luz qual mar imenso
Até fazia lembrar
A arcada de S. Lourenço

Para a próxima tenham, cuidado
E nós vamos avisar
À noite só com óculos de sol
Olhe que pode cegar

A promessa foi cumprida
Palavra de gente fina
E agora temos em Bustos
Uma bonita piscina

Mas avisamos a todos
Para terem muito cuidado
Se alguém for para a piscina
Pode morrer afogado

Com trinta metros de fundo
Dizemos nós com razão
A maior piscina do mundo
Temo-la no Barreirão

Cegada 2005: Amigo Zé

Amigo Zé

Não tem casa nem caserna
Nem casos como a moderna
É um pobre Zé ignorado
Quando chegam às eleições
Com promessas e palavrões
Lá volta o Zé a ser lembrado

Habituado a estas andanças
Tudo para ele são poupanças
Porque não tem para gastar
É um humilde cidadão
Mal ganha para o pão
E farta-se de trabalhar

Outros sem trabalhar
Levam a vida a falar
Em nome da sua nação
Pois naquele parlamento
Não se calam um momento
E ganham um bom montão

A vida portuguesa
É mesmo uma beleza
Para que está a governar
Muito gostava de ver
Certos senhores viver
Com o que o Zé está a ganhar

Aguentam amigo Zé
Não deves perder a tua fé
Nem te deixes amedrontar
Porque as medidas de rigor
Impostas por certo Senhor
São mesmo para te tramar

Cegada 2005: Marcha

Marcha

É sempre animação
Bem disposta e contente
Não fala do coração
Esta nobre e boa gente

Ninguém fica magoado
Com aquilo que dizemos
É este o nosso fado
Falamos daquilo que vemos

A sério e a brincar
Ninguém vai levar a mal
É só falar por falar
Em tempo de Carnaval

Refrão

Viva a nossa cegada
A brincar ao Carnaval
Fala por tudo e por nada
E brinca dizendo mal

É animação do povo
Gente simples e pacata
P’ro ano cá estaremos de novo
P’ra cortar na casaca

Boa tarde minha gente
Boa tarde bom povo
P’ra este dia ser diferente
Cá estamos de novo

Cá estamos de novo
P’ra cumprir a tradição
Animando assim o povo
Com boa disposição

(...)

E agora p’ra terminar
Dêem-me alguma coisinha
E p’ra boina vão deitar
Ao menos uma moedinha